COLUNA
MESTRA Diário da Serra
Humberto
Migiolaro hmigiolaro@lpnet.com.br
UM DIA
É DA CAÇA
O candidato Aécio
Neves declarou claramente, e sou testemunha viva: “Dêem-me São Paulo e lhes
darei a Presidência da República”. Sua equipe técnica havia calculado
rigorosamente o resultado que teria nas urnas paulistas, isto é 70% dos votos,
o mínimo que teria sido esperado pela imensa aprovação no estado líder da
federação brasileira. As urnas revelaram 64%, ou seja, menos seis para ele e
mais seis para a presidente. Com esses 12% do maior colégio eleitoral do país,
teria mais 3.600.000 votos, portanto venceria com folga as eleições. Eles não
são amadores, tem planilhas e profissionais hábeis para esse cálculo. O que deu
errado? Não sabemos. Pessoas falam em fraude, outros em mudanças de ultima
hora, outros em medo, outros no acaso, no destino...
De saída
alguns fatos pipocam. O ex-presidente Lula da Silva, de imediato, puxou a
cadeira para si e se declarou candidato em 2018. Finalmente a América foi
descoberta, o novo Colombo já afirmou: “Nunca antes neste país...” Do alto de
sua autoridade quase canonizada pelos “nós” e demonizada pelos “eles”, nem
Nostradamus suporia tal posicionamento. Benção dos deuses para os interessados,
carentes e beneficiários do neo-coronelismo, inferno definitivo dos
trabalhadores, pais de família responsáveis e dos amantes de uma pátria
verdadeira onde prenunciou Vaz de Caminha, “Em se plantando tudo dá.”
A presidente
também tomou sua cátedra. De cara um revés no Congresso que refugou o decreto
sovietizante, porem, quem não conhece nossos deputados? Lá vem de novo São
Francisco: “É dando que se recebe”, complementado pela lei do mercado: Quanto
menos se oferece maior o preço da mercadoria, e, por Murphy: Se alguma coisa
tem alguma chance de dar errado,não duvide, dará errado. Ela sabe disso, seu
mestre mentor sabe melhor ainda. A estratégia será certamente manter o partido
em alta, mas a presidente em baixa, ele abrigaria em sua pessoa o novo e o
velho Messias. Deus proteja nossa pátria!
O Ás na manga
do colete: Plebiscito para a reforma política. Alguém aí imagina que tipo de
reforma seria proposta pelas nossas autoridades do partido oficial? Seria
imaginável a esta altura um arroubo de altruísmo e atendimento aos apelos e
angustias de uma nação que teve tudo para ser líder porem seguindo os estranhos
caminhos da ideologia tornou Cuba, Venezuela, Argentina, Bolívia e Coréia do Norte
como rumos e espelhos? O bolsão de miséria, injustiça, perseguição, carência,
tirania, desabastecimento e banditismo oficial que os norteia certamente
estenderá suas teias para nossa terra. As nações desenvolvidas e seus governos
sérios continuação e acentuarão o afastamento de nós. Vender para pobres nações
é o mesmo que dar a cara a tapa, sai barato e não se recebe. O que teríamos a
ganhar nas relações exteriores com a corja latino americana? Com a China que
nos enche de quinquilharias e falsificações e com o “rei” da Rússia, o ordinário
Putin? Este ignora a ONU e suas sanções que tira de letra. Anexa territórios
estrangeiros, sem ética alguma, assassina civis e derruba aviões de carreira. Quem
se esquece dos bloqueios a nossas exportações de carne e de grãos? Esse, mais
Fidel e o Isis que decapita inocentes diante das câmeras são idolatrados parceiros
de “diálogo” da nossa presidente na tribuna das Nações Unidas.
Plebiscito. Incrível
a desfaçatez e falta de originalidade de nosso governo. Pior, a ignorância
política que grassa como Ébola em nosso solo o receberá como medida popular e
democrática. Somente retardados podem imaginar que se corrigiriam os rumos
errantes de nossa desvalida pátria em consulta popular dirigida e tendenciosa.
O mais recente plebiscito realizado no pais, o do desarmamento no primeiro
mandato de Lula, foi verdadeira farsa com pergunta enganosa, o mesmo tipo
utilizado por Chávez na Venezuela para se eternizar no poder. Preferido por
demagogos e manipuladores do povo desde os tempos de Roma, passando por Napoleão,
Hitler e Mussolini. Ditadores são os maiores adeptos desse tipo de consulta que
cheira a bondade, mas é diabólica arma para domesticar as massas. Na Alemanha o
nazismo controlou toda a nação e a empurrou à Grande Guerra através de
consultas manipuladas pelo “Fuhrer”. Na mesma medida Napoleão sepultou as
conquistas da Revolução Francesa, berço da democracia moderna, através de
plebiscito. Dilma contesta o teor bolivariano de sua pretensão. Aliás, o que
seria na verdade essa tal doutrina de Bolívar, um aristocrata milionário que
com poder econômico para tal aprendeu na própria Espanha a forma de desalojá-la
do controle das colônias sul-americanas e, de regresso substituiu a tirania
espanhola pelo seu próprio e pessoal expansionismo? Anexou à Venezuela o Peru,
Equador, Colômbia. Traiu sua família se arrastando pelas Américas com sua
amante Manuela Saenz e morreu na Colômbia após extensa luta contra a
tuberculose. Mas, o bolivarismo de Chávez rogava: Dá-me um símbolo e, como no
comercial, Miss Universo é título burguês. Viva Bolívar El libertador, para
compor a galeria de heróis de encomenda, para Chávez, e somente para ele, fora
assassinado pelas “Fuerzas Reacionárias Americanas”.
O tempo não
para, diria Cazuza. Não se adormece sobre as vitórias tampouco se acomoda ao
jugo da derrota. As forças verdadeiramente democráticas da oposição ganharam
sensível espaço nas recentes e questionáveis urnas. O Senador violentado pelo
desvio ético do partido do governo assume a liderança oposicionista e se propõe
a afrontar o poder com sua atitude. Arregaça as mangas, pretende se afastar das
disputas e querelas menores com pares do Congresso e se oferta a personalizar a
Grande Oposição. Ajusta a frase de Marina e declara que é melhor ganhar
perdendo. Afirma Aécio que não permitirá a diluição da revolta nacional e nem
consentirá que manobras paralelas do governo desviem a atenção dos brasileiros
do maior escândalo de corrupção de nossa história, e talvez de todo o mundo - o
da Petrobras. Calma! Assentem-se, o leão é manso: Um dia é da caça,
O
OUTRO DO CAÇADOR.