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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Difícil olhar para essa cena e ter raiva dela em vez do PT

O desafio é libertar os pobres do terrorismo eleitoral


Difícil olhar para essa cena e ter raiva dela em vez do PT, que explora essa pobreza e ignorância.
O Brasil rachou após a campanha eleitoral do PT. Quem nega isso hoje, e ainda acusa tal constatação de “preconceito”, está equivocado e ignora o discurso anterior do próprio PT. Reinaldo Azevedo, em sua coluna de hoje na Folha, fala disso, e diz:
É preciso ser intelectualmente desonesto para não constatar que existe uma óbvia relação entre o benefício e a fidelidade ao petismo, que é o coronelismo da hora. A petista venceu o tucano por menos de 3,5 milhões de votos. Só no Nordeste, a sua vantagem foi de mais de 12,2 milhões. O percentual de famílias atingidas pelo programa, na região, varia de 40% (RN) a 58% (MA). O Acre e Roraima, de um lado, e Minas e Rio, de outro, parecem negar a evidência. Vistas as particularidades, não tenho espaço, apenas confirmam.
[...]
É claro que não é o Nordeste o culpado. É a pobreza! Mas aí o esquerdista cascudo se regozija porque, afinal, a “represidenta” é a Priscila do Deserto Moral do Bolsa Família –que tem de ser mantido, sim, e de se transformar em política de Estado, imune ao proselitismo. Um governo que não se ocupasse de minorar a miséria seria indecoroso, além de cruel. Um governo que se orgulha de manter 50 milhões de pessoas atreladas ao programa é cruel, além de indecoroso.
Não resta dúvida de que, da forma pela qual está estruturado, o Bolsa Família representa um importante fiel da balança eleitoral hoje. Era justamente uma das principais críticas feitas ao programa pelos liberais. A dependência criada, sem ser uma política garantida pelo estado, torna o beneficiário refém do partido no poder. O PT soube explorar isso como ninguém, até porque não tem freios morais.
“Os imbecis falam em separatismo. Os decentes têm de pensar em como libertar os pobres da chantagem e da vigarice”, conclui Azevedo. Concordo, com ressalvas. Acho totalmente sem sentido falar em separatismo hoje, e usei a ideia em um artigo apenas para provocar reflexão sobre a exploração que o PT faz dessa dicotomia criada por ele mesmo.
Mas, no limite, se tal exploração não for interrompida – e esse deve ser o objetivo principal de todos nós, brasileiros decentes que efetivamente queremos ajudar a vida dos mais pobres – aí sim, acho que será inevitável o tema do separatismo ganhar força.  Os pagadores de impostos e defensores da democracia não vão assistir passivamente o Brasil se transformando na próxima Argentina ou Venezuela.
A culpa não é dos nordestinos; apenas a maior quantidade de reféns do terrorismo eleitoral petista está no nordeste, o que é diferente. No momento, todos os nordestinos que desejam colocar um fim nesse velho coronelismo são nossos aliados nessa luta. O inimigo agora é o mesmo: o PT e seu populismo, sua demagogia.
Fui palestrar algumas vezes no nordeste e fiquei impressionado com o surgimento de um movimento liberal por lá. No Maranhão mesmo o auditório ficou completamente lotado. Rodrigo Saraiva Marinho, cearense e presidente do Instituto Liberal do Nordeste (ILIN), dividiu comigo o púlpito, e houve grande interesse dos presentes na mensagem liberal.
Não vamos desistir do nordeste! O Brasil é nosso país, e ele é maior do que o PT. O que vamos fazer é arregaçar a manga para libertar o nordeste das garras do populismo petista. E esperamos contar com a ajuda de todos os colegas nordestinos mais esclarecidos, que reconhecem a divisão atual do país, e sabem que ela foi fomentada justamente pelo atual governo. É hora da união dos bons contra os maus. Com bolivarianos, não há conversa.
Rodrigo Constantino