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terça-feira, 31 de março de 2009

Nossos mortos, jamais serão esquecidos


31/03 - Julgamento da Revolução - 20 anos depois da Contra 

Editorial do jornal "O Globo"  - Roberto Marinho -  07 de outubro de 1984

 
Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada. Quando a nossa redação foi invadida por tropas anti-revolucionários, mantivemo-nos firmes em nossa posição. Prosseguimos apoiando o movimento vitorioso desde os primeiros momentos de correção de rumos até o atual processo de abertura, que se deverá consolidar com a posse do novo presidente. Temos permanecido fiéis aos seus objetivos, embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir o controle do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o Marechal Costa e Silva, "por exigência irrefutável do povo brasileiro". Sem o povo não haveria a  revolução, mas apenas um "pronunciamento" ou "golpe" com o qual não estaríamos solidários.
 
 
 Neste dia 31 de março de 2009, na missa pelos nossos heróis, no combate ao terrorismo social-comunista, rezem pelo grande companheiro João Pedro do Rêgo, herói da contra Guerrilha do Araguaia, o famoso "Xavalí Solitário" , incomparável companheiro de luta, exímio caçador de “bichos.”

“Amigo é aquele que de nós lembra, quando tantos já se foram”

Seu amigo

CID


MINISTRO DA DEFESA OU DE TURISMO?


Nelson "Showbin", ministro do Turismo do Brasil.

Hoje, 31 de março de 2009, as Forças Armadas ganham um presentaço do governo Lula: o ministério da Defesa foi o mais atingido pelo corte do orçamento, perdendo R$ 2,7 bilhões, destinados para o reaparelhamento das Forças Armadas. Procurada pela Folha, a assessoria do ministério afirmou que ainda não estão definidos os programas que serão afetados. Preocupadíssimo com o problema, o ministro da Defesa Nelson Jobim voou hoje para Maceió, como um dos convidados de honra do Forum de Desenvolvimento do Turismo, onde discorrerá sobre licenciamento ambiental e malha aérea.Enquanto isso, a Amazônia continua sendo terra de ninguém e os caças da FAB não levantam do chão por falta de manutenção.


Creditos ao amigo GD/BY   Essa merda tem jeito?

Pela cara do macaco essa cobra está morta a pelo menos  seis dias. Huuuuum

segunda-feira, 30 de março de 2009

( Repassando para máxima divulgação. Que esteja presente em todos os blogs e sites do Brasil.
É vital que nos alinhemos - TODOS - em apoio irrestrito às nossas FFAA: isto é o começo da virada!
M. )


Não cobre atitude de ninguém, enquanto você não tiver uma!

INTENÇÃO É ILUSÃO - AÇÃO É TUDO!!!

Há 3 eventos cívicos de relevante importância
para o fortalecimento das Forças Armadas Brasileiras
acontecendo nos próximos dias em São Paulo:

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Dia 29 de março às 09:00
Parque Dom Pedro II
Saída do desfile de viaturas militares antigas pelas ruas da Capital.
Traga sua família, bandeiras, siga a carreata, buzine, vibre, grite, aplauda!

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Dia 31 de março às 09:00
Quartel General do Comando do Sudeste - Ibirapuera -
Evento alusivo ao 31 de março de 1964 e
homenagem às famílias de militares e agentes do Estado,
vitimados pelo terrorismo comuna.
Vamos lotar o Quartel General e prestar nosso total apoio ao nosso Exército.

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Dia 31 de março às 19:00
Missa em sufrágio das almas dos heróis nacionais,
militares e civis, que morreram torturados e/ou assassinados por terroristas.
Igreja de Nossa Senhora de Fátima - Bairro do Sumaré -
Av. Dr. Arnaldo, 1831 - Metro Sumaré e estacionamento na igreja.

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Meu amigo

Você que vive a cobrar uma atitude das FFAA, preste atenção:

Para ter o direito de cobrar da sociedade e/ou das FFAA qualquer ação
contra o estado de degradação e emporcalhamento das Instituições e
contra atos de traição à Pátria, por parte da classe política atual e de homens públicos do governo,
COMPAREÇA AOS EVENTOS ACIMA
e dê o seu exemplo de Patriotismo, comprometimento, determinação e Amor ao Brasil.

Exista, como indivíduo e como Homem e Mulher de Bem!

Entretanto, se você tiver algo mais importante para fazer nos dias e horários dos eventos, cale-se e envergonhe-se por priorizar assuntos irrelevantes para a Segurança de sua família, sua liberdade e o futuro de seus descendentes e por relegar a Soberania da Nação a um segundo plano!

O momento é AGORA!!!
Este é o Primeiro Passo!!!

Esta é a sua oportunidade de provar para si mesmo o quanto você é,
realmente, Brasileiro, Patriota e fiel aos valores que alega defender!

Vamos apoiar o Exército Brasileiro, A Marinha e a Força Aérea!!!

Qualquer canalha apátrida pode nascer no Brasil, agora...
ser Brasileiro, é algo totalmente diferente!!!

Ser Patriota não é questão de escolha, é um dever!!!

(Joe) Viva Mallet!!! - Ma Force d'en haut.

A mentira tem pernas curtas e nove dedos




NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS
CONSTRUÍRAM-SE TANTAS MORADIAS POPULARES
COMO NOS GOVERNOS MILITARES


Luiz Mendonça

O presidente da República estufa o peito e anuncia a construção de 1 milhão de casas para as pessoas de baixa renda. Mas ao mesmo tempo alerta que não adianta cobrar quando esse número será alcançado. Diz que o ideal seria em 2009, mas pode ser em 2001 ou mais pra frente.
Alguns jornalistas que não lêem ou propositalmente fazem questão de ignorar, chegam a afirmar que nunca se fez tanta casa popular no Brasil.
Algumas considerações:
Fui Coordenador de Comunicação Social do Ministério do Interior, a convite do Ministro Mário David Andreazza, durante o ano de 1979, sendo Secretário Geral Augusto Cézar de Sá da Rocha Maia e presidente do BNH José Lopes de Oliveira.
Acompanhei, contudo, todo o trabalho do extraordinário brasileiro que foi Andreazza até 1985, quando o General João Baptista de Oliveira Figueiredo deixou a Presidência da República, sendo sucedido por José Sarney.
No Governo Figueiredo, sob o comando do Ministro Andreazza, somente para pessoas de baixa renda foram construídas 1 milhão e 500 mil moradias em todo o Brasil. O programa denominava-se PROMORAR e teve enorme repercussão.
O BNH, durante o tempo que existiu durante os governos militares, construiu 3 milhões de moradias.
Não está computada, aí, a construção provavelmente de outro tanto ou mais de residências para as pessoas das classes média e rica, que iam ao Sistema Financeiro de Habitação obter financiamento. Muito importante ressaltar que havia um seguro pago pelo financiado segundo o qual ao término do PRAZO acordado com a entidade financiadora, a Caixa Econômica Federal à frente, NADA MAIS tinha a ser pago, independentemente do saldo devedor. Isto era ser justo, isto era pensar nos cidadãos, isto era não privilegiar os banqueiros glutões.
Rocha Maia, hoje apenas como observador da cena nacional – mas bem que poderia ser um conselheiro – recorda-me que o mais importante era o sistema de água e esgoto. Todas as casas eram entregues com saneamento. Água de boa qualidade, esgotos sanitários, o que vale dizer, SAÚDE.
O financiamento era do Banco Mundial (BIRD), com recursos também do Governo Federal e do Banco Nacional da Habitação.
As moradias foram construídas em mais de 1.600 municípios.
O presidente da entidade que conduz a Construção Civil atualmente – cujo nome não me ocorre agora – disse recentemente, a propósito do lançamento do novo programa do atual governo, que “até 20 anos atrás 600 mil residências eram construídas por ano”.
Quando integrantes do atual governo foram projetar o novo programa habitacional para 1 milhão de moradias, foram recomendados pelo próprio Governo Federal a irem conhecer o programa realizado pelo México. Lá, receberam, com surpresa, a informação de que o programa deles fora copiado do programa do Brasil, executado pelo BNH, com ênfase no Governo Figueiredo.
A própria Ministra da Casa Civil disse que “nos últimos 20 anos nada foi feito (nesse caso). Tudo o que se tem de moradias populares foi antes dos últimos 20 anos”.
Eu completo: no período dos governos militares. Naquela época havia planejamento, visão de futuro. E um dos mais extraordinários representantes da época em que se construíam benefícios para o povo brasileiro era Mário David Andreazza.
E quem quiser saber mais, em agosto o filho dele, Mariozinho Andreazza, vai lançar um livro sobre as realizações do pai. No Rio de Janeiro.
LUIZ MENDOÇA é jornalista há 42 anos. Na ativa

sábado, 28 de março de 2009

PORQUE NÃO TE CALAS LULA?

''Crise foi causada por "gente branca de olhos azuis", diz Lula,.''



IMPRENSA INTERNACIONAL CRITÍCA DECLARAÇÕES DO LULA!


Brazil’s leader blames white people for crisis
By Jonathan Wheatley in São Paulo and agencies
Published: March 27 2009 00:27 Last updated: March 27 2009 00:27

Brazil’s President Luiz Inácio Lula da Silva on Thursday blamed the global economic crisis on “white people with blue eyes” and said it was wrong that black and indigenous people should pay for white people’s mistakes.
Speaking in Brasília at a joint press conference with Gordon Brown, the UK prime minister, Mr Lula da Silva told reporters: “This crisis was caused by the irrational behaviour of white people with blue eyes, who before the crisis appeared to know everything and now demonstrate that they know nothing.”
He added: “I do not know any black or indigenous bankers so I can only say [it is wrong] that this part of mankind which is victimised more than any other should pay for the crisis.”
Mr Brown appeared to distance himself from Mr Lula da Silva’s remarks. “I’m not going to attribute blame to any individuals,” he said.
Mr Brown was visiting Brazil as part of a five-day tour of Europe, the US and South America in preparation for the G20 summit to take place in London next Thursday. He made a joint appeal with Mr Lula da Silva for the world’s biggest economies to provide $100bn to boost global trade.
“I’m going to ask the G20 summit next week to support a global expansion of trade finance to reverse a slide in world trade,” Mr Brown said.
Mr Lula da Silva also spoke out strongly against raising trade barriers in response to the global crisis. “I compare protectionism to a drug,” he said. “Why do people use drugs? Because they are in crisis and they think the drug will help them. But its effects pass quickly.”
The two leaders’ remarks demonstrate the desire each will have to secure the other’s support during the G20 meeting.
Brazil – which has long campaigned unsuccessfully to be given a permanent seat on the United Nations Security Council – will argue for a bigger voice for Brazil and other emerging nations in multilateral organisations such as the International Monetary Fund and the Financial Stability Forum, a group of central banks and national supervisory authorities established in 1999.
Brazil is one of many nations calling for increased regulation of global financial markets and greater powers for multilateral regulators.
It will also call for a resumption and conclusion of the Doha round of talks at the World Trade Organisation.
In return for supporting such initiatives, Mr Brown will expect Brazil to endorse calls for fiscal stimulus in a bid to mitigate the impact of the global crisis, such as the proposed $100bn in trade finance.





Existe no mundo um presidente mais idiota que esse?

O apedeuta agora resolveu se utilizar de racismos, para jogar brancos contra pretos e vice versa, indios de quebra.



Ao lado de premiê britânico, presidente afirma que pobres, negros e índios não podem pagar a conta da especulação financeira

SIMONE IGLESIASFOLHA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DENYSE GODOYDA REPORTAGEM LOCAL


Em discurso ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou "gente branca de olhos azuis" pela crise econômica mundial. Ao dizer que os dirigentes não podem permitir que pobres, negros e índios paguem a conta da especulação financeira, afirmou: "É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia tudo e agora demonstra não saber nada", em referência a especuladores de países do primeiro mundo.

Brown acompanhava o discurso de Lula por um fone com tradução simultânea.

Não esboçou reação.

Questionado por um repórter britânico se sua declaração não teria um "viés ideológico", Lula respondeu que não, que estava fazendo uma constatação. "Não existe questão ideológica, existe um fato que mais uma vez se percebe: que a maior parte dos pobres que sequer participava da globalização estava sendo uma das primeiras vítimas da crise. O preconceito que vejo é contra os imigrantes nos países desenvolvidos", afirmou.O presidente complementou: "Como não conheço nenhum banqueiro negro ou índio, só posso dizer que essa parte da humanidade que é a parte mais vítima do mundo pague por uma crise."



- Como se pode ver. Lula é o que existe de mais nojento quando de se trata de fazer apologia ao racismo. Infelizmente é imputável pelas conveniências políticas que asóa o país..



-Fecha essa matraca Lula, antes que você no arranje uma guerra. Não esqueça que você manietou as FFAA !



O Editor

quarta-feira, 25 de março de 2009

SENTINELA DA DEMOCRACIA IMPEDE HOMENAGEM AO MST, MOVIMENTO ARMADO DE CONSTESTAÇÃO SUBVENCIONADO PELO PRESIDENTE DA REPUBLICA



Texto da Ordem do Dia
A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) - ANUNCIA-SE A DISCUSSÃO ÚNICA EM TRAMITAÇÃO ORDINÁRIA DO PROJETO DE RESOLUÇÃO 762/2009, DE AUTORIA DO DEPUTADO PAULO RAMOS, QUE CONCEDE A MEDALHA TIRADENTES E RESPECTIVO DIPLOMA AO MST-MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA PELOS 25 ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS.

PARECER DA COMISSÃO DE NORMAS INTERNAS E PROPOSIÇÕES EXTERNAS, FAVORÁVEL.
RELATOR DEPUTADO ÉDINO FONSECA.

Em discussão a matéria.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO – Peço a palavra para discutir a matéria, Sra. Presidente.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Para discutir a matéria, tem a palavra o Deputado Flávio Bolsonaro.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO (Para discutir) – Sra. Presidente Aparecida Gama, resisto aqui até o final da Sessão. São sete horas da noite de quarta-feira e estamos aqui em plenário eu, o Deputado Paulo Ramos e o Deputado João Pedro. Por vários motivos, minha consciência e minha formação não permitem que eu vote favoravelmente a uma medalha para o MST.

Em primeiro lugar, até por uma questão regimental, diz o Regimento Interno que a Medalha Tiradentes deve ser oferecida a uma pessoa – nacional ou estrangeira – pelos relevantes serviços prestados ao Estado do Rio de Janeiro, ao Brasil ou, enfim, à comunidade internacional.

Não vou entrar nesse mérito, pois várias foram as homenagens que já vi serem aprovadas neste plenário, que homenagearam entidades e organizações. Mas homenagem a um movimento com o currículo do MST, eu acho que mancha um pouco a imagem desta Casa, se for aprovada em plenário.

O Deputado Paulo Ramos é uma pessoa por quem tenho a maior admiração, uma pessoa com quem aprendo muito, e a quem chamo carinhosamente de professor. Mas não posso votar a favor dessa homenagem a um movimento que, em agosto de 1990, na Cidade de Porto Alegre, por exemplo, matou por degola um soldado da Polícia Militar, em uma de suas manifestações.

Não posso votar a favor dessa homenagem a um movimento que tem em uma de suas lideranças, José Rainha, já condenado por porte ilegal de armas. Inclusive – por intermédio de uma reportagem do jornal “O Globo”, do jornalista Jorge Antônio Barros, em 2008 – foi retratada a proximidade desse líder do MST com lideranças do tráfico da Rocinha, o “Nem”, um dos traficantes mais procurados deste Estado. Não posso ser a favor de uma homenagem a um movimento que recentemente assassinou quatro seguranças de duas fazendas que foram invadidas. E eles ainda têm a cara de pau de alegar que agiram em legítima defesa, assim como agiram em legítima defesa em Eldorado dos Carajás!

Então, me preocupa muito esse tipo de homenagem. Respeito a ideologia e o entendimento do Deputado Paulo Ramos com relação a essa causa, mas vai totalmente contra o que penso e contra o que acredito.

E eu não posso votar a favor de uma homenagem para vagabundos, desocupados, que insistem em buscar uma sociedade onde a iniciativa privada não existe, querendo enfiar goela abaixo da população um marxismo ultrapassado e utópico que não leva a lugar nenhum. Eles fazem um trabalho de massificação no meio do seu pessoal; muitos miseráveis são usados como massa de manobra. Mas um movimento como o MST...

Desculpe-me, Deputado Paulo Ramos, mas eu sou cobrado nas ruas não apenas pelos meus votos aqui dentro, mas muitas vezes pelo que a Casa aprova até com o meu voto contrário. Se passar essa homenagem aqui no plenário, amanhã eu vou ser interpelado: “Deputado, como é que vocês lá aprovam uma medalha para o MST?” Movimento que recentemente destruiu um laboratório inteiro de pesquisas, que botou fogo num material que levou décadas para ser construído. Esta é a cara do MST!

Portanto, Sra. Presidente, fica aqui este meu encaminhamento e vou ter que pedir verificação mesmo sabendo que não haverá quórum no plenário por ocasião desta votação.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Deputado Paulo Ramos.

O SR. PAULO RAMOS – Sra. Presidente, em primeiro lugar, nós estamos no Palácio Tiradentes. Se o Deputado Flávio Bolsonaro consultar a história, ele vai verificar que os donos do império português atribuíam a Tiradentes a prática de inúmeros ilícitos, entretanto, é a principal referência libertária do nosso povo. Poderia aqui citar inúmeros outros revolucionários brasileiros que enfrentaram com o sacrifício pessoal todos os impérios, inclusive no período pós 64, quando foi dado um golpe com o patrocínio do governo americano. E não foi um golpe militar, foi um golpe de militares. Eu conheço muitos militares das três Forças que não concordaram com o golpe e foram cassados, principalmente os heróis nacionais que lutaram pela democracia na 2ª Guerra Mundial. E cito o Brigadeiro Rui Moreira Lima, que foi o aviador em combate, dentre todos, que mais ações desenvolveu, correndo risco de vida. Mas o Golpe de 64, que aniquilou as esperanças democráticas do povo brasileiro, mudou o rumo da nossa história, que impediu as reformas de base, inclusive a reforma agrária do Governo João Goulart. Os argumentos foram sempre os mesmos. Quem não se lembra do João Cândido? Quem não se lembra de Francisco Julião? E tantos outros...

Então, é preciso que se compreenda que os movimentos sociais, são eles que impulsionam a história. O Brasil é o país do latifúndio. Não é o movimento que pratica atos ilícitos. A apropriação da terra, do latifúndio, é que é o maior crime no nosso País.

Luís Gama foi o primeiro advogado negro no nosso País. Ele cunhou uma expressão que até hoje é conhecida e repetida por alguns: todo e qualquer crime praticado pelo escravo contra o seu senhor será sempre em legítima defesa. Não se pode criminalizar um movimento por ato de qualquer um dos seus integrantes, porque o que interessa é o movimento.

Esta Casa já concedeu Medalha Tiradentes até a banqueiro do jogo do bicho. Não tem havido aqui, nesta questão, nenhum debate. Cada um que é o autor é que tem a responsabilidade da iniciativa.

Não sei, vou pesquisar as medalhas já concedidas pelo Deputado Flávio Bolsonaro. Vou pesquisar. E vou tentar verificar se ele já concedeu medalha a algum que é identificado como torturador. Vou verificar. Porque quando eu trato o Golpe de 64, que mudou o rumo da nossa história, reitero: eu não falo que foi um golpe militar, foi um golpe de militares! Um golpe que subordinou os interesses nacionais aos interesses dos grandes conglomerados econômicos das multinacionais. Nós dizíamos na resistência democrática que o regime de 64 era desnacionalizante, exportador, concentrador de renda, corrupto e repressor. Os torturados, os mortos, os banidos, os exilados estão aí. Eu não acuso os militares de criminosos, os que deram o golpe, porque alguns que ousaram derrotar a democracia praticaram atos de desvio. Sou um defensor da anistia, tenho a compreensão do significado da anistia.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, a Via Campesina, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto são movimentos sociais que são vitimados. Agora mesmo, em Campo Grande, um presidente da associação, o Pepé, foi assassinado numa área que não pertence a ninguém, uma área ocupada, porque eles querem ter direito à moradia. Então, o MST é hoje, junto com a Via Campesina, o principal movimento social e revolucionário para promoção da justiça social, para promoção da verdadeira democracia.

Lamento, lamento. Espero que o Deputado Flávio Bolsonaro reflita, que vote contra mas não inviabilize, por questão de quórum, a votação desta matéria, porque, veja bem, Sra. Presidente, essas proposições são votadas sempre ao final da Sessão, sempre ao final da Sessão. Terei o compromisso, a partir de hoje, de inviabilizar todas as demais Sessões, especialmente quando estiverem em votação projetos concedendo medalha ou qualquer homenagem que forem de autoria do Deputado Flávio Bolsonaro, a quem admiro, estimo e chamo de meu sobrinho.

O SR. MARCELO FREIXO – Sra. Presidente, ...

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Deputado Marcelo Freixo.

O SR. MARCELO FREIXO – Meu retorno ao plenário se dá na tentativa de apelar para o bom senso do Deputado Flávio Bolsonaro. Sei que em se tratando desse tema é difícil, porque é algo de que o Deputado tem muita convicção – evidentemente, há enorme divergência com a minha concepção. Mas, primeiro ponto: o Deputado pode votar contra, pode fazer discurso, pode se posicionar contra – pode e deve. Quanto a pedir verificação para medalha, vamos ter que fazer um debate aqui, porque Fernando Collor recebeu medalha nesta Casa e não foi barrado. Acho até que entrega de medalha não deveria passar pelo Plenário, mas é um debate de projeto de resolução que temos que fazer.

A responsabilidade é de quem a oferece, a responsabilidade não é do conjunto do Plenário. Imaginem se para cada uma das medalhas tivesse que se fazer uma investigação das mais profundas sobre cada pessoa: o Parlamento não faria outra coisa. Então, não faz sentido tentar evitar que um Deputado que tem convicção diferente possa fazer a sua homenagem. Não estou debatendo nem o mérito, porque já estou contemplado com a fala do Deputado Paulo Ramos.

Como professor de História e comprometido com o ensino da História, sei que a luta pela terra é a mais importante deste País. Tenho com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra diversas divergências, mas com elas convivo. São 25 anos de construção da luta mais importante, hoje, da América Latina, e não é só a luta pela terra. O Movimento dos Sem Terra traz na sua história um dos exemplos mais bonitos de educação popular em cada acampamento, em cada assentamento. É o movimento que faz, nos seus acampamentos e nos seus assentamentos, terras produtivas, produz.

Há uma série de informações sobre o MST que precisam ser debatidas e conhecidas pela sociedade, mas não entro nem nesse mérito. Não é este o debate que venho fazer. Reconheço o que leva o Deputado Flávio Bolsonaro a se movimentar contra a medalha, reconheço. É um bom debate, e o Parlamento tem que ter preparo para fazer o debate de divergências maiores – já fiz diversos com o Deputado.

A medalha é de responsabilidade do Deputado que a está oferecendo. Nós não podemos nos responsabilizar por cada medalha entregue. Podemos até, como a Deputada Cidinha Campos faz, não assinar nenhuma medalha, não assinar nenhuma homenagem. É uma posição que é da Deputada: não assina porque não quer se responsabilizar, diz que só assina para quem está morto porque não tem chance de se arrepender depois. É a posição da Deputada, mas tentar inviabilizar essa votação, Deputado? Que vote contra, que se posicione, que faça o discurso mais veemente. O seu público o estará ouvindo e é importante que o ouça. Mas, sinceramente, é uma questão regimental, de conduta, de posicionamento no plenário que acho que merece reflexão. Solicito, em nome desse bom senso e da democracia — sei que esse não é um bom argumento para V.Exa., mas evidentemente, por uma razão simples, Deputado: é querer retirar de outro Deputado a possibilidade de fazer homenagem àquelas suas convicções. É isso que uma verificação de quórum, neste momento, provoca.

Tenho certeza de que não é essa a intenção de V.Exa. A intenção é de não homenagear o MST; então, que vote contra e faça sua exposição. V.Exa. não está homenageando o MST, não está sendo evidentemente responsável por essa homenagem. Mas não tente barrar, porque aí é o impedimento ao trabalho de outro Deputado, que é justo que tenha essa liberdade.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) - Deputado Flávio Bolsonaro.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO – Sra. Presidente, falam tanto em democracia e querem aprovar uma proposta com seis Deputados em Plenário, sete com V.Exa. Por que não votamos essa matéria quando estiverem os 70 Deputados em Plenário?

O SR. MARCELO FREIXO – Aí não votaremos nunca. Com 70 Deputados em Plenário, nunca vai acontecer a votação.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO – Quando o Deputado Paulo Ramos coloca seus argumentos, eu tenho a convicção ainda maior de que tenho que votar contra, por uma razão muito simples – eu havia até me esquecido de fazer essa equiparação. Realmente, o MST utiliza a mesma doutrina, o mesmo comportamento, a mesma bandeira daqueles que, durante o regime militar, pegavam em armas, assaltavam, sequestravam, justiçavam seus companheiros, traziam o terror para nossas ruas. Acho que terrorismo é a palavra que une bem o MST e os chamados aqui pelo Deputado Paulo Ramos de revolucionários.

Ainda mais por esse argumento, eu não posso, de maneira alguma, ser conivente com esse tipo de homenagem. Já cansei de ver a imprensa, no dia seguinte, anunciar que foi aprovado por unanimidade. Nunca colocaram: com voto contrário de Deputado A, B, C. Aí quem tem que responder? Sou eu?

O Deputado Paulo Ramos pode ficar muito tranquilo, não precisa pesquisar para saber quem foi o militar que eu homenageei aqui que, segundo ele, para ele, é torturador: Coronel Lício Maciel é o nome dele. Foi o coronel do Exército que prendeu o vagabundo José Genuíno no Araguaia. Esse coronel hoje é cego de um olho, porque tomou um tiro na cara, de um desses revolucionários tão defendidos aqui em Plenário pelos comunistas e o pessoal de esquerda.

Por essas razões e várias outras, eu não vou coadunar com que essa matéria seja aprovada. Vou trabalhar para que não seja aprovada essa homenagem em Plenário, porque eu acho que é ruim para a Casa. Eu tenho certeza de que a opinião pública vai ser contra essa homenagem, por mais que partidos de esquerda defendam esse tipo de movimento, por mais que alguns parlamentares defendam esse tipo de movimento. Tenho certeza de que a maioria do Plenário não defende e vota contra essa homenagem.

O SR. MARCELO FREIXO – Sra. Presidente.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) - Deputado Marcelo Freixo.

O SR. MARCELO FREIXO – Heil, Flávio! O que eu tinha colocado não era uma questão de conteúdo. O Deputado não entendeu, ou não quis entender. Não era uma questão de conteúdo, não estou aqui discutindo. Os elementos, os argumentos utilizados pelo Deputado são sofríveis, carecem de conhecimento elementar da História. Mas não vou debater isso, tenho mais o que fazer. É apenas uma questão regimental, é apenas uma questão de se tentar ter um mínimo de bom senso. É óbvio que estou pedindo bom senso a quem defende a tortura, mas é o papel do Parlamento, tentar fazer o possível. Infelizmente, isso vai virar uma prática, e óbvia, de tentarmos impedir homenagens a outras concepções. Não é o melhor caminho que vamos traçando por aqui.

O SR. PAULO RAMOS – Sra. Presidente, eu sei que o horário está avançado, todos estamos exaustos, e não quero mais solicitar ao Deputado Flávio Bolsonaro que desista do pedido de verificação. É preciso que ele, jovem que é, saiba que o latifúndio no nosso país tem sido da responsabilidade daqueles que não têm qualquer compromisso com a soberania nacional. Muitas vezes as divergências, mesmo as mais profundas, têm as suas linhas de conexão.

Não há nenhum trabalhador sem-terra que queira ser latifundiário. Não há nenhum trabalhador sem-terra que ostente grande patrimônio. Não há nenhum trabalhador sem-terra que não seja visto pela sociedade brasileira como vítima de todo esse modelo. Mas, talvez seja muito difícil assumir a compreensão de que todos, sem exceção, todos os países que desenvolveram uma das reformas básicas, fizeram a reforma agrária.

O Brasil ainda é o país da fome. Se, porventura, as reformas de base do governo João Goulart tivessem sido levadas a efeito... Vejam que João Goulart tentou fazer uma reforma agrária que propunha a desapropriação de terras ao longo das ferrovias e ao longo das rodovias, porque não era possível enriquecer o latifúndio através de recursos públicos nas obras de infra-estrutura. Era uma forma, inclusive, de possibilitar o escoamento da produção, porque na política agrícola, na reforma agrária de João Goulart, política agrícola voltada à produção de alimentos vedada a exportação; e na distribuição dos alimentos incorporava, inclusive, a participação das forças armadas.

De qualquer maneira, cada um assume a responsabilidade por aquilo que defende. Eu reconheço que o trabalhador do campo é vítima, muitos são assassinados; são muitas as lideranças do campo que são assassinadas. Eu defendo a vida, eu não defendo nenhum assassinato. Compreendo que o conflito social gera desvios, mas eu não defendo nenhum assassinato. Nenhum. Nenhum.

Para aqueles que têm a visão militar, determinados conflitos são vistos como uma guerra, e eles veem os números de baixas. Se olharmos por esse ângulo, dentre aqueles que são os mais fracos, o número de vítimas é muito maior; não é um pouco maior, o número de vítimas é muito maior. Mas, por força do regimento, a Ordem do Dia é organizada de uma determinada forma. E os projetos de resolução, por força regimental, entram na Ordem do Dia quando o plenário já está vazio, até porque existe a compreensão nesta Casa de que a responsabilidade da iniciativa é do autor da iniciativa. A responsabilidade é minha, e eu assumo, com muito orgulho, porque tenho muito orgulho de conceder, de tentar conceder a Medalha Tiradentes ao MST.

Vamos verificar, então, se a partir de hoje qualquer outra homenagem será aprovada, porque vou pedir verificação a partir da primeira que entrar na Ordem do Dia. E aí nós teremos uma situação que, talvez, contemple a Deputada Cidinha Campos, porque a Deputada Cidinha Campos defende pelo menos só para mortos. Nem morto terá possibilidade de colocar quorum neste plenário para o final da Sessão, quando as iniciativas de homenagem são votadas.

Ótimo! Não teremos mais sessão extraordinária à noite. A Casa será talvez o túmulo daqueles que morreram por quaisquer mãos.

O Deputado Marcelo Freixo fez um apelo sereno, demonstrando claramente que é impossível haver quórum por força do Regimento, mas não sou eu que vou apelar à consciência do Deputado Flávio Bolsonaro. Ele que julgue e saiba que, a partir de hoje, em toda primeira votação para concessão de qualquer homenagem a quem quer que seja, eu pedirei verificação.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO - Sra. Presidente, o Deputado Paulo Ramos está no direito dele de pedir verificação nos projetos que entender que deve pedir. Parece aquela história do marido traído que muda o sofá de lugar. Não tem quórum no final da Sessão, vamos aprovar todas as matérias. A votação simbólica é isso.

O SR. PAULO RAMOS – É que presume-se que a ausência é uma forma de manifestar apoio, porque há o entendimento de que cada um é responsável por sua homenagem. A falta de quórum não significa reprovação, significa apoio.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO - Sra. Presidente, então, V.Exa. proceda à votação, porque pedirei a verificação de votação.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Em votação. Os Srs. Deputados que aprovam a matéria permaneçam como estão. (Pausa)

Aprovada.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO – Sra. Presidente, solicito verificação de votação.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Vamos proceder à verificação de votação solicitada pelo Sr. Deputado Flávio Bolsonaro.

Esgotado o tempo regulamentar...

O SR. FLÁVIO BOLSONARO – Sra. Presidente, eu pedi verificação de votação. Quero ver quantos Deputados estão em plenário, até porque pode haver Deputados em seus gabinetes que querem descer.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) - Deputado Flávio Bolsonaro, Deputado Marcelo Freixo, Deputado Paulo Ramos, Deputado Dionísio Lins, Deputado João Pedro, Deputada Aparecida Gama e Deputado Altineu Côrtes. Temos sete Deputados.

O SR. JOÃO PEDRO – Voto contra o projeto.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Deputado Dionísio Lins.

O SR. DIONÍSIO LINS – Vou me abster da votação por falta de quórum mesmo.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Deputado Marcelo Freixo. Deputado Altineu Côrtes.

O SR. MARCELO FREIXO – Registre o meu voto favorável.

O SR. ALTINEU CÔRTES – Contra.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Deputado Altineu Côrtes contra. Deputado Flávio Bolsonaro contra. Vou me abster também, pela falta de quórum. Então, temos um voto favorável, três contra e duas abstenções. O Deputado Paulo Ramos não está presente, não pode votar.

O SR. FLÁVIO BOLSONARO - Sra. Presidente, a democracia em plenário é contra a homenagem, vencemos por maioria.

O SR. JOÃO PEDRO – Peço a palavra pela ordem, Sra. Presidente.

A SRA. PRESIDENTE (Aparecida Gama) – Pela ordem, tem a palavra o Sr. Deputado João Pedro.

O SR. JOÃO PEDRO (Pela ordem) - Sra. Presidente, na próxima terça-feira, a Comissão de Turismo receberá aqui, às 10h30, dia 24/03/09, a Secretária de Turismo, Esporte e Laser, Márcia Lins, para que a Comissão possa apresentar os programas relativos ao turismo de nosso Estado. Então, gostaria de convocar os membros da Comissão, como também nossos pares Deputados para comparecerem aqui, na próxima terça-feira, na Sala das Comissões, para escutar a Secretária e debater com ela os temas relevantes do turismo em nosso Estado.

Muito obrigado, Sra. Presidente.


Parabens ao Dep Flavio Bolsonaro, pela sua firmesa de propósitos, e comprovando mais uma vez, de que, "quem sai aos seus, não degenara".
O deputado Jair Bolsonaro deve se orgulhar cada vez mais, da atuação de seu filho.
Parabens a ambos.

O editor

SÓ UM JUSTO


Como dominar o STF.
Nomeie oitos dos onze Ministro. Escolha entre Petistas, comunistas, bolivarianos e "Maria vai com as outras".
Ganhe todas. O Povo? Bem o Povo que se dane. O importante é criar uma área de livre acesso para os amigos terroristas. E porque não eleger uma Terrorista para presidente do "
gigante" pela própria natureza.

É ou não é uma vergonha.

Maria Lucia Victor Barbosa, no artigo abaixo, mata a cobra e mostra as cobras.


Do Editor

SÓ UM JUSTO

Maria Lucia Victor Barbosa

21/03/2009

O julgamento pelo STF, no dia 19/03, da demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, culminou naquilo que já se esperava: a continuidade da área de 1,7 milhão de hectares ou 12 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Isso significa que essa parte do território nacional, que tem fronteira com a Guiana e a Venezuela, pertence agora a uma “nação indígena” e nela não poderão viver ou sequer pisar os chamados “não índios” (termo politicamente correto), como se todos nós, brancos, negros, pardos não fossemos igualmente brasileiros.

Segundo o ministro Carlos Ayres Britto, os arrozeiros devem ser expulsos imediatamente da reserva, como se bandidos fossem. Note-se que os “não índios” que compõe 1,5% dos habitantes do local, produzem 70% do arroz de Roraima ou 106 mil toneladas das 11.04 milhões que são produzidas em todo Brasil.

Só um justo, o ministro Marco Aurélio de Mello, votou contra a abstrusa demarcação. O ministro Marco Aurélio foi, além de justo, corajoso, coerente, clarividente, lúcido. Mas, só um justo, não salva o Brasil. Dez ministros proclamaram radiantes a redenção dos verdadeiros donos da terra que, em sua pureza original, apesar de aculturados, são agora os únicos habitantes da imensa reserva. A eles foi dado o direito de voltar ao atraso primitivo, de se aliar aos que vindo de fora quiserem se estabelecer nas terras de ninguém, ou seja, dos 18 mil índios, gatos pingados naquele ermo sem defesa. Que venham os companheiros das Farc, os cobiçosos estrangeiros, os madereiros, os predadores de todo o tipo que devastam a natureza e levam a riqueza que o país estupidamente não sabe usar. Ninguém vai tomar conhecimento.

Não digam os senhores ministros que as 19 condições impostas pelo Supremo, arremedos de proteção da reserva, vão funcionar. Desde quando a lei funciona no Brasil? Funciona a velha esperteza, a malandragem que burla as leis que, aliás, raramente são conhecidas, quanto mais cumpridas. No máximo ainda procedemos como nas colônias espanholas onde se dizia: “La ley se acata, pero no se cumple”.

A maioria dos brasileiros não vai tomar conhecimento da infausta sentença dos dez ministros. A reserva de nome exótico, encravada no longínquo Estado de Roraima não faz parte da imaginação do carioca, do baiano, do mineiro, do paulista, do gaúcho, de todos que em seus Estados não têm noção de nossa grandeza territorial, de nossas riquezas naturais. Tão pouco faz parte dos sentimentos de nosso povo o sentido de pátria. Aliás, nossa visão se limita ao entorno imediato de cada um e o estrago feito passará despercebido.

Contudo, os senhores ministros, ao abrir o precedente que consagra na prática a “nação indígena”, escancararam o direito de outras “nações” reivindicarem a posse de várias regiões do país, como é o caso de Mato Grosso, maior produtor de soja, que quem sabe poderá voltar aos tempos pré-colombianos. E não falo só de outros índios ou dos quilombolas. Creio que já não se poderá (ou poderá?) criminalizar as aspirações separatistas dos que almejam apartar do restante do Brasil os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com o objetivo de criar um país menor, mais evoluído e mais próspero, exata contraposição à reserva Raposa Serra do Sol.

Mas há algo mais tenebroso na sentença dos dez ministros. Perpassa no procedimento um quê de venezuelização. A impressão que se tem é que o Judiciário verga diante do Poder Executivo, julgando politicamente o que deveria estar submetido à lei.

Afinal, mesmo antes de Antonio Palocci ser julgado pelo Supremo, Lula da Silva o lançou candidato ao governo de São Paulo, o que indica que o presidente sabe de antemão que nada acontecerá ao companheiro acusado de quebrar o sigilo bancário de um humilde caseiro e de outros crimes ligados à chamada República de Ribeirão. E, sintomaticamente, José Dirceu, que foi chamado pelo Procurador Geral da República de “chefe da quadrilha”, foi inocentado.

Tem mais: como Lula da Silva concorda com o ministro da Justiça e companheiro, Tarso Genro, que o criminoso Cesare Battisti é nosso, contrariando o pedido de extradição feito pelo governo italiano, sugere ao STF que perdoe o terrorista e o liberte. Com isso fica Lula livre de dar a palavra final sobre o caso, transferindo seu desgaste internacional ao Supremo.

Será mais uma vergonha a ser passada pelo Brasil no cenário externo, como se não bastasse o caso da vigarista brasileira, Paula Oliveira, presa na Suíça, do menino norte-americano cuja guarda está sendo negada ao pai biológico, de todos os golpistas e criminosos que no exterior enxovalham a imagem dos brasileiros sérios e dignos.

Infelizmente, só um justo não dá conta de nos salvar de nós mesmos. Mas, pelo menos consola saber que o ministro Marco Aurélio de Mello existe.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

mlucia@sercomtel.com.br

quarta-feira, 18 de março de 2009

CARTA UM JOBIM FORA DO TOM


Versão completa CCOMSEX


Ministro Jobim,

Tomei conhecimento de sua entrevista, publicada no Jornal do Brasil em 15 de março de 2009, na qual o Senhor responde à pergunta de como pretende administrar a insatisfação de alguns generais em relação a algumas diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.
Por considerar no mínimo deselegante para comigo e para com os integrantes da Reserva das Forças Armadas a sua resposta de que “o general que declarou a insatisfação não tem nada a administrar porque é absolutamente indiferente, foi para a reserva, se liberou”, é que resolvi considerar a possibilidade de consignar esta resposta.
Sei que o Senhor não leu as minhas palavras de despedida do Comando Militar do Leste. O Sr. estava fora do Brasil, em reunião do conselho da UNASUL, o pacto de Varsóvia de “sandálias de dedo”, que o Sr. conseguiu criar, em peregrinação política, utilizando o prestígio do Exército Brasileiro como fonte estimuladora. Nesta criação, já começa a despertar a falta de percepção estratégica, agora confirmada na insidiosa Estratégia Nacional de Defesa (END), à qual me oponho, por convicção e conhecimento.
Indago-me: como pode alguém, que se considera estrategista, pensar em criar um Conselho Militar no continente americano, ignorando a maior potência mundial nele situado, nosso aliado histórico, os Estados Unidos da América, que conosco combateu na Segunda Grande Guerra?
Há que se salientar que o continente americano já possui fórum, historicamente eficaz, a OEA, semelhante ao que o Sr. criou e que pretende tenha relevância. A UNASUL, integrada, em sua maioria, por países de ínfimo poder nacional, fatalmente, será desviada de sua atividade original e transformada em palco para declarações tronituantes, emitidas por personalidades histriônicas, que, sem dúvida, agravarão as dificuldades que já impuseram ao processo da liberdade e da democracia na América do Sul.
Mas este é um outro assunto...
Volto ao meu pronunciamento na Solenidade da Passagem do cargo de Comandante Militar do Leste. Nele, relembro as palavras do saudoso Ministro do Exército, General Orlando Geisel, que afirmou: “os velhos soldados se despedem, mas não se vão”.
Sou um general com 47 anos de serviço totalmente dedicados ao meu Exército e ao meu país. Conquistei todas as promoções por merecimento. Fiz jus à farda que vesti. Não andei fantasiado de General. Fui e continuarei a ser, pelo resto de minha vida, um respeitado chefe militar. Vivi intensamente todos os anos de minha vida militar. Fui, sempre, um profissional do meu tempo.
Amadurecido e alçado ao mais alto posto da hierarquia terrestre, acompanhei, por dever, atentamente, a evolução do pensamento político-estratégico brasileiro, reagindo com as perspectivas de futuro para a minha Instituição, na certeza de que a história do Brasil se confunde com a história do Exército.
Vivemos, atualmente, dias de inquietude e incerteza. Sei que só nós, os militares, por força da continuidade do nosso dever constitucional, temos por obrigação manter a memória viva e a trajetória imutável da liberdade no Brasil. É, por este motivo, que serei sempre uma voz a se levantar contra os objetivos inconfessáveis que se pode aduzir da leitura de sua Estratégia Nacional de Defesa.
Ela está eivada de medidas, algumas utópicas e outras inexeqüíveis, que ferem princípios, contrariam a Constituição Federal e tendem a afastar os chefes militares das decisões de alto nível. Tal fato trará consequências negativas para o futuro das Instituições Militares, comprometendo, assim, o cumprimento do prescrito no artigo 142, da Constituição Federal, que trata da competência das Forças Armadas. “Competência para defender a Nação do estrangeiro e de si mesma”.
Em época de grave crise econômica, como a que atinge o país, apesar das tentativas de acobertá-la por parte do governo ao qual o Sr. serve, os melhoramentos materiais sugeridos serão, obviamente, postergados. Mas, o cerne da estratégia e suas motivações políticas poderão ser facilmente implementados.
É clara, nela, a intenção de se atribuir maiores poderes ao seu cargo de Ministro da Defesa, dando-lhe total capacidade de interferir em todas as áreas das Forças Armadas, desde a indicação de seus Comandantes, até a reestruturação do Ensino e do preparo e emprego das Forças.
O Exército Brasileiro sempre foi um ator importante na vida brasileira, e, ao longo da história, teve o papel de interlocutor, indutor e protagonista.
Desconheço a importância dos Gabinetes Civis (Sinimbu, Ouro Preto e outros), apresentada pelo Sr., em um discurso sem fundamentação histórica, que muitas vezes ouvi, bem como a sua relevância para o Império e o Brasil. Talvez, o discurso tente justificar, por similitude, a importância que o Sr. quer atribuir a um civil para gerir os interesses das Forças Armadas.
Pela confiança que inspiramos, a sociedade brasileira nos concede, como o Sr. mesmo reconhece em sua entrevista, 84% de prestígio. Tal índice é atribuído a nós, integrantes das Forças Armadas, que estamos sempre junto ao povo, nos quatro cantos do país, nos momentos de alegria e de tristeza. É um índice só nosso, instituições integrantes do aparelho do Estado Brasileiro. Não pertence ao Ministério da Defesa, órgão administrativo do Governo Brasileiro.
Confiança não se impõe, se adquire.
A Nação inteira sabe que nunca fomos um intruso na história do Brasil. Nunca quisemos o poder pelo poder. As nossas intervenções na vida institucional do país, sempre por solicitação da sociedade, foram para a correção dos desvios que a trajetória da liberdade democrática do Brasil tomava.
Vejo, atualmente, com preocupação, a subvalorização do Poder Militar. Desde a Independência do Brasil, sempre tivemos a presença de um cidadão fardado integrando a mesa onde se tomam as mais importantes decisões do país.
A concepção ressentida da esquerda, que se consolidou no poder político a partir de 1995, absorvendo as ideias exógenas do Estado Mínimo e da submissão total do Poder Militar, mantendo “a chave do cofre e a caneta” em mãos civis, a fim de conseguir a sua subserviência ao poder político civil, impôs a criação de um Ministério destinado a coordenar as três Forças Armadas. Isto não se fazia necessário, no estágio evolutivo em que se encontrava o processo político brasileiro. Em um governo, à época da criação do Ministério da Defesa, constituído por 18 ministérios, nos quais pelo menos cinco eram militares, foram substituídos, estes últimos, por um ministério que, por desconhecimento de seus ocupantes (até hoje, nenhum Ministro da Defesa prestou sequer o Serviço Militar Obrigatório, como soldado), tem apenas deslizado no campo da política. Quando resolve incursionar no campo da estratégia, desconhecendo a opinião dos profissionais militares, consegue, além das preocupantes motivações políticas embutidas em seu texto, estranhas concepções que podemos classificar, ao menos, como excêntricas. Listo algumas das conceituações contidas na END para sua apreciação:
- Parceria estratégica nas áreas cibernética, espacial e nuclear, particularmente com os países de Língua Portuguesa e outros do entorno estratégico nacional, ou seja, com países de grande carência tecnológica (como Bolívia, Paraguai, São Tomé e Príncipe, Angola...), o que se torna inviável devido à escassez de recursos humanos e financeiros desses países;
- Desenvolvimento de um sistema de satélites espaciais semelhante ao sistema GPS, coisa ainda não conseguida, nem suportada economicamente, em conjunto, pela Comunidade Europeia;
- Utilização de conceitos esdrúxulos de “operação unificada” e “todo o exército como vanguarda”;
- Preconização de necessidade de acesso das classes trabalhadoras às escolas de formação militares, mostrando que os formuladores da END desconhecem a origem e o perfil dos jovens sargentos e oficiais que, em concurso público, sempre aberto a todos os brasileiros, sem cláusulas excludentes de classes sociais, ascendem por seus méritos individuais.

Para não ser enfadonho, limito a listagem exótica por aqui.
Estou convencido que afastar-nos da mais alta mesa de decisão do país foi uma estratégia política proposital, o que tem possibilitado, mais facilmente, o aparelhamento do Estado Brasileiro rumo à socialização, com a pulverização da alta administração do país, atualmente, em 37 ministérios e, apenas um, pretensamente, militar.
A expressão militar deve ser gerida com conhecimento profissional, pois ela é um componente indissolúvel do Poder Nacional. Sem a presença de militares no círculo das altas decisões nacionais, temos assistido a movimentos perturbadores da moral, da ética e da ordem pública intentarem contra a segurança do direito, aspecto basilar em um regime que se diz democrático. Tal fato traz, em seu bojo, condições potenciais de levar o país rapidamente a uma situação de anomia constitucional, o que poderá se configurar em risco de ruptura institucional.
Até onde chegaremos?
A sua END aprofunda o contexto de restrições à autonomia militar e sugere medidas que, se adotadas, trarão de volta antigos costumes de politização dos negócios internos das Forças Armadas. Talvez isso favoreça o modelo de democracia que querem nos impingir. Será isto o que o Sr. quer dizer quando fala em sua entrevista “que é o processo de consolidação da transição democrática”?
Finalizando, quero salientar que a desprezível conceituação de que “o general que declarou insatisfação não tem nada a administrar porque é absolutamente indiferente, foi para a reserva, se liberou”, bem demonstra a consideração que o Sr. empresta aos integrantes da Reserva das Forças Armadas, segmento que o seu Ministério pretende representar. Isto mostra, também, o seu total desconhecimento da grandeza e da servidão da profissão militar, pois, como bem disse o Gen Otávio Costa, “a farda não é uma vestimenta que se despe, mas uma segunda pele que adere definitivamente à alma...”.
Lembre-se que os militares da ativa sempre conferem prestígio, não somente aos chefes de hoje, como, também, aos de ontem. Não existem dois Exércitos. Há apenas um: o de Caxias, que congrega, irmanados, os militares da ativa e da reserva.
A certeza de que o espírito militar, que sempre me acompanhou nos meus 47 anos de vida dedicados totalmente ao Exército, o qual, oxigenado pela camaradagem, é formado por coragem, lealdade, ética, dignidade, espírito público e amor incondicional ao Brasil, é o que me faz voltar-me, permanentemente, contra a concepção contida na sua END. Subscrevo-me.


Gen Ex Reserva Luiz Cesário da Silveira Filho
(O Gen Ex Cesário era o Comandante Militar do Leste até a data de 11.03.09, data em que foi transferido para a reserva)

CARTAA UM JOBIM DORA DO TOM

terça-feira, 17 de março de 2009

Marcha da Família com Deus, pela Liberdade. Povo vai às ruas para pedir a intervenção das Forças Armadas em defesa da Constituição e dos princípios democráticos.

Publicado na Folha de S.Paulo, sexta-feira, 20 de março de 1964.

Erros da grafia original foram corrigidos

A disposição de São Paulo e dos brasileiros de todos os recantos da pátria para defender a Constituição e os princípios democráticos, dentro do mesmo espírito que ditou a Revolução de 32, originou ontem o maior movimento cívico já observado em nosso Estado: a "Marcha da Família com Deus, pela Liberdade".
Com bandas de musica, bandeiras de todos os Estados, centenas de faixas e cartazes, numa cidade com ar festivo de feriado, a "
Marcha" começou na praça da Republica e terminou na praça da Sé, que viveu um dos seus maiores dias. Meio milhão de homens, mulheres e jovens - sem preconceitos de cor, credo religioso ou posição social - foram mobilizados pelo acontecimento. Com "vivas" à democracia e à Constituição, mas vaiando os que consideram "traidores da pátria", concentraram-se defronte da catedral e nas ruas próximas.
Ali, oraram pelos destinos do país. E, através de diversas mensagens, dirigiram palavras de fé no
Deus de todas as religiões e de confiança nos homens de boa-vontade. Mas, tambem de disposição para lutar, em todas as frentes, pelos principios que já exigiram o sangue dos paulistas para se firmarem.

São Paulo pára em defesa do regime e da Constituição


Ontem, São Paulo parou. E foi à praça publica - porque "a praça é do povo" - numa mobilização que envolveu meio milhão de homens, mulheres e jovens, também de outros Estados: a "
Marcha da Família com Deus, pela Liberdade".
Durante hora e meia, com a cidade adquirindo aspectos de feriado, um caudal humano correu, ininterruptamente, da praça da Republica para a praça da Sé, passando pela rua Barão de Itapetininga, praça Ramos de Azevedo, Viaduto do Chá, praça do Patriarca e rua Direita, até se represar ante as escadarias da catedral metropolitana. Foi a maior manifestação popular já vista em nosso Estado.
O repudio a qualquer tentativa de ultraje à Constituição Brasileira e a defesa dos princípios, garantias e prerrogativas democráticas constituíram a tonica de todos os discursos e mensagens dirigidos das escadarias da catedral aos brasileiros, no final da passeata.

"Fidel, Padroeiro de Brizola"


Nas escadarias da catedral, sucederam-se os oradores. Às 18h50, a massa humana chegara à praça da Sé. E encontrou-a ocupada por multidão que acenava com lenços e bandeirolas. O senador padre Calazans ocupara o microfone antes da chegada dos manifestantes e voltou a discursar, após o primeiro orador - sr. Amaro Cesar - ter discorrido sobre os objetivos da "
Marcha". Disse o reverendo: "Hoje é o dia de São José, padroeiro da família, o nosso padroeiro. Fidel Castro é o padroeiro de Brizola. É o padroeiro de Jango. É o padroeiro dos comunistas. Nós somos o povo. Não somos do comício da Guanabara, estipendiado pela corrupção. Aqui estão mais de 500 mil pessoas para dizer ao presidente da Republica que o Brasil quer a democracia, e não o tiranismo vermelho. Vivemos a hora altamente ecumênica da Constituição. E aqui está a resposta ao plebiscito da Guanabara: Não! Não! Não!".
As palavras finais do senador foram acompanhadas em uníssono pelos presentes. Depois, o pe. Calazans lembrou que "aqui estamos sem tanques de guerra, sem metralhadoras. Estamos com nossa alma e com nossa arma, a Constituição".

Marcha, veterano e mensagem


À chegada de d. Leonor Mendes de Barros, às 17h20, que provocou vivas e palmas, a banda da Força Publica tocou o Hino Nacional, que foi cantado por todos os manifestantes enquanto acenavam com lenços brancos. Em seguida, discursou o sr. Geraldo Goulart, veterano de 32, dizendo da semelhança entre a situação atual e aquela que originou a Revolução Constitucionalista. Depois, uma mãe paulista leu a mensagem da mulher bandeirante ao povo brasileiro.

Oração pelo Brasil


Coube à profa. Carolina Ribeiro, ex-secretaria da Educação, orar ao microfone por São Paulo e pelo Brasil. Todos a acompanharam no Pai Nosso e ouviram-na dizer: "Temos que pedir a
Deus, neste momento em que nossos corações fervem de indignação, que não caiamos na tentação da revolta, porque só a Deus compete levar-nos pelo caminho certo".
Ao Pai Nosso, seguiu-se a Ave Maria, também rezada conjuntamente, com o padre Calazans ao microfone: "Repudio às ofensas lançadas ao Rosário no comício da Guanabara". Era a hora do "Angelus". Todos deram um viva à "Rainha do Brasil".

"Liberdade é como saude"


"Esta manifestação popular é uma prova de que São Paulo e o Brasil querem ver sua bandeira eternamente livre" - ressaltou o dep. Ciro Albuquerque, presidente da Assembléia Legislativa paulista, que prosseguiu. "A liberdade é como a saúde: somente lhe damos valor depois que a perdemos. Queremos paz, tranqüilidade. E, sobretudo, exigimos respeito à Constituição e às instituições democráticas". Em seguida, conclamou todos os membros das casas legislativas brasileiras a "estudar as reformas, que o povo deseja e merece, mas que devem ser feitas dentro do respeito à soberania do Congresso Nacional". Finalmente, leu mensagem dos prefeitos paulistas, dando conta da assinatura de um manifesto, em que conclamam os brasileiros a lutar por aqueles princípios.

Mensagem de alerta


Seguiram-no na tribuna o deputado Arnaldo Cerdeira e o sr. Amaro Cesar; aquele ressaltando que "não admitiremos a transgressão à lei, a agressão à Constituição"; este, lendo outra mensagem de alerta, dirigida pelos integrantes da "
Marcha" ao povo brasileiro.
O representante da delegação da Guanabara, dep. Everaldo Magalhães, tocou no nome do sr. Leonel Brizola e não pôde continuar o discurso por alguns minutos. Todos os manifestantes gritavam: "1, 2, 3, Brizola no xadrez. Se tiver lugar, vai o Jango também". Vaias estrondaram por toda a praça e, logo depois, o parlamentar prosseguia: "Vamos dar nossa resposta democrática ao plebiscito da Guanabara". E todos levantaram os braços, acenando novamente com lenços brancos, "pela Constituição". E o deputado retrucou: "Obrigado paulistas. Obrigado brasileiros. Esta é a mensagem que levo para o Rio". Nesse momento, a banda da Força Publica executou o Hino Nacional, cantado pelos presentes, ainda com os lenços acenando.

Armas: contra ou a favor?


O orador seguinte foi o dep. Plínio Salgado, que dirigiu pergunta às Forças Armadas: "Bravos soldados, marinheiros e aviadores de nossa pátria, sereis capazes de erguer vossas armas contra aqueles que querem se levantar, aqueles que se levantam contra a desordem, a subversão, a anarquia, o comunismo? Contra aqueles que querem destruir os lares e a soberania da pátria? Esta manifestação não vos comove? Será possível que permitireis, ainda, que o Brasil continue atado aos títeres de Moscou?"

"Basta! Basta! Basta!"


O deputado Cunha Bueno, em seguida, agradeceu, em nome dos paulistas, o comparecimento das delegações do interior e de outros Estados. E acentuou: "Os brasileiros aqui estão reunidos para dizer ao presidente da Republica: Basta! Basta! Basta (nestas palavras foi seguido pelos manifestantes). O que queremos é paz para continuar nosso trabalho". Deu "vivas" ao Brasil e à democracia.

Espírito de 32


Por sua vez, o dep. Herbert Levy acentuou: "Vossa presença neste momento histórico significa que o povo brasileiro não quer ditadura, não quer comunismo. Quer paz, ordem e progresso. O povo está na rua revivendo o espírito de 32 em defesa da Constituição que fizemos com o nosso sangue. E, se preciso, iremos todos, velhos, moços e até crianças, para as trincheiras de 32. Esta é a advertência para o presidente da Republica e seu cunhado, para que não brinquem de comunismo no Brasil". Foi interrompido varias vezes pelos populares, que gritavam: "1, 2, 3, Brizola no xadrez" e "Verde-amarelo, sem foice e martelo". E a banda da Guarda Civil atacou a
marcha "Paris Belfort", o hino da Revolução de 32.

"Escravatura vermelha"


A deputada Conceição da Costa Neves também dirigiu saudação aos brasileiros, dizendo: "Aqui, mercê de
Deus, se encontra o Brasil unido contra a escravatura vermelha. De São Paulo partirá a bandeira que percorrerá todo o país, para dizer a todos os partidos que a hora é de união, para dizer basta ao sr. presidente da Republica".
Depois, houve outros oradores - estudantes e representantes de outros Estados -, todos ressaltando a necessidade de união pela preservação do regime, e o deputado Camilo Aschar afirmou que "a Assembléia Legislativa de São Paulo estará alerta para o que der e vier". Discursou também o prefeito de Campinas, sr. Rui Novais, e um representante da delegação paranaense lembrou que "32 e 32 somam 64".

"Senão, não!"


O ultimo orador a ocupar a tribuna foi o sr. Auro Soares de Moura Andrade, presidente do Congresso Nacional. E disse: "Sentimos que hoje é um dia de importância histórica para o Brasil. O povo veio à praça publica para demonstrar sua confiança na democracia. Veio para afirmar perante a Nação que os democratas não permitirão que os comunistas sejam os donos da Pátria. Democratas do Brasil, confiem, não desconfiem das gloriosas Forças Armadas de nossa pátria. Dentro de cada farda, não está somente um corpo, mas também uma consciência e um juramento feito. Que sejam feitas reformas, mas pela liberdade. Senão, não. Pela Constituição. Senão, não. Pela consciência cristã do nosso povo. Senão, não". E todos os presentes o acompanharam no "senão, não". Logo em seguida, a banda tocou a Canção do Soldado, cantada pelos manifestantes, que, depois, repetiram os "slogans" contra o sr. Leonel Brizola e o comunismo e se foram da praça. Eram 18h45 e, muitos, entraram na catedral para assistir à missa vespertina.

Agua na passeata


Foi o próprio deputado Murilo de Sousa Reis quem efetuou a interdição de um prédio comercial, na rua Barão de Itapetininga, e, acompanhado de policiais, revistou todos os conjuntos. Isso porque de um deles haviam atirado um balde de água nos transeuntes componentes da passeata. Numa das janelas, aquele deputado constatou que o seu batente estava molhado e efetuou a detenção do responsável pelo escritório e de um outro elemento que o acompanhava. Ambos foram conduzidos ao DOPS e só à noite foram dispensados.

Ovos e prisões


Outro fato, mais tarde esclarecido, foi a detenção que a Policia que vistoriava a passeata efetuou na praça da Sé, de dois jovens que portavam dentro do carro grande quantidade de ovos de galinha. Apontados por transeuntes, que disseram que os rapazes iam jogar os ovos na multidão, os dois foram detidos e encaminhados ao DOPS. Só então foi constatado que as caixas se destinavam a um supermercado. Os dois foram dispensados.

 Creditos: www.averdadesufocada.com

A verdade Sufocada o livro que a esquerda não quer que o povo leia