Publicado em 09/03/2014 05:36
Dilma manda votar contra o envio de missão da OEA à Venezuela e respalda, de novo, as ações de um governo assassino, que prende opositores e censura a imprensa.
A imagem de Dilma no vídeo: ela figura como cúmplice da violência |
Jamais apostem errado achando que há um piso para a indignidade da política externa brasileira e para a indigência moral e intelectual na qual mergulhou — ou foi mergulhado — o Itamaraty. Não há. “Eles” sempre podem descer mais baixo; “eles” sempre podem ser mais abjetos. Nesta sexta, o Brasil VOTOU CONTRA o envio de observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos) para a Venezuela e se opôs a uma reunião de chanceleres para debater os confrontos naquele país. O pretexto é tão meritório como falso: o Itamaraty se justifica afirmando que a intervenção da OEA poderia agravar os conflitos por causa da presença dos EUA. É uma desculpa de vigaristas.
O governo Dilma resolveu dar apoio a uma reunião na Unasul (União das Nações Sul-Americanas), mas só depois da posse da presidente eleita do Chile, Michele Bachelet, na terça. Ah, bom: vamos contar os esquerdistas ou loucos influentes da América do Sul: Cristina Kirchner (Argentina), José Mujica (Uruguai), Dilma Rousseff (Brasil), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa(Equador), Bachelet (Chile), Ollanta Humala (Peru) e o próprio Nicolás Maduro (Venezuela). Adivinhem o que vai acontecer. O subcontinente está mais para um hospício. Ainda assim, atenção! A reunião será entre chanceleres. O Brasil se opôs ao envolvimento de presidentes na questão.
De todo modo, a barra está começando a pesar para Dilma, e os plantadores de versões do Palácio do Planalto espalham na imprensa a versão falaciosa de que o Brasil não vai aceitar nem um eventual rompimento da ordem vigente na Venezuela nem a violência de estado contra os manifestantes. Como assim? Já não há truculência o bastante? Os 21 mortos até agora não entram na contabilidade de Dilma Rousseff?
Não é por acaso que esta senhora figura no vídeo que os manifestantes espalham mundo afora como cúmplice de assassinatos e tortura. É precisamente nisso que se transformou o governo brasileiro. Leio no Estadão que os sábios de Dilma avaliam que a situação se acalmou e que o risco de uma crise institucional diminuiu.
Entenderam? Nicolás Maduro mete adversários na cadeia, convoca milícias armadas a sair às ruas para enfrentar a população na porrada, governa o país como um déspota, mas, em Brasília, considera-se que as coisas estão melhorando. Essa deve ser a impressão que Marco Aurélio Top Top Garcia passou à presidente.
Nota da OEA
Sem o envio de observadores ou uma reunião de chanceleres, a OEA conseguiu, no máximo, aprovar uma nota mixuruca, que segue abaixo — está em espanhol, mas não precisa de tradução. Volto depois:
Sem o envio de observadores ou uma reunião de chanceleres, a OEA conseguiu, no máximo, aprovar uma nota mixuruca, que segue abaixo — está em espanhol, mas não precisa de tradução. Volto depois:
En relación con los hechos recientemente acaecidos en la República Bolivariana de Venezuela, el Consejo Permanente declara:
Sus condolencias y solidaridad con las víctimas y sus familiares, con el pueblo y el gobierno de la República Bolivariana de Venezuela, y hace votos para que las investigaciones tengan una rápida y justa conclusión.
Su respeto al principio de no intervención en los asuntos internos de los Estados y su compromiso con la defensa de la institucionalidad democrática y del estado de derecho de acuerdo con la Carta de la OEA y el derecho internacional.
Su más enérgico rechazo a toda forma de violencia e intolerancia, y hace un llamado a todos los sectores a la paz, a la tranquilidad y al respeto a los derechos humanos y libertades fundamentales, incluyendo los derechos a la libertad de expresión y reunión pacífica, circulación, salud y educación.
El reconocimiento, pleno respaldo y aliento a las iniciativas y los esfuerzos del Gobierno democráticamente electo de Venezuela y de todos los sectores políticos, económicos y sociales para que continúen avanzando en el proceso de diálogo nacional, hacia la reconciliación política y social, en el marco del pleno respeto a las garantías constitucionales de todos y por parte de todos los actores democráticos.
Su interés de mantenerse informado sobre la situación y el diálogo instaurado en Venezuela.
Voltei
Ainda que a nota defenda o respeito aos direitos humanos e aos direitos fundamentais, é evidente que ela não espelha nem remotamente o que está em curso no país.
Ainda que a nota defenda o respeito aos direitos humanos e aos direitos fundamentais, é evidente que ela não espelha nem remotamente o que está em curso no país.
Estados Unidos, Canadá e Panamá votaram contra a resolução justamente porque sustentam que ela ignora o que está em curso na Venezuela. Suas restrições também foram tornadas públicas. Leiam. Volto para encerrar.
1: La República de Panamá presenta sus reservas a la presente declaración.
I – No está de acuerdo con la inclusión de la palabra solidaridad en el título de la Declaración ya que de lo que se trata es de brindar respaldo al diálogo, la paz y la democracia.
II – Así mismo, considera que el respaldo y aliento a las iniciativas y esfuerzos del gobierno democráticamente electo de Venezuela puede interpretarse como una parcialización hacia el Gobierno, frente al resto de los actores sociales. La referencia a que continúen avanzando en el proceso de diálogo nacional se podría entender como que solo apoyamos el diálogo actual.
III – Con referencia al último párrafo, la República de Panamá considera que la OEA debe tener una actitud más dinámica y darle seguimiento, a la situación y al diálogo nacional en Venezuela y no solamente declare su interés en mantenerse informado sobre el diálogo ya instaurado.
2. Estados Unidos apoya el llamado a una resolución pacífica de la situación en Venezuela con base en un diálogo auténticamente inclusivo. Sin embargo, Estados Unidos no puede respaldar esta declaración dado que no refleja adecuadamente el compromiso de la Organización de promover la democracia y los derechos humanos en el Hemisferio. Además, la declaración coloca a la OEA en una posición de parcialismo, lo cual no puede hacer.
Específicamente, el párrafo 2 sugiere, incorrectamente, que la supuesta necesidad de mantener el orden y el respeto por el principio de la no intervención tiene prioridad sobre los compromisos de todos los Estados Miembros de la OEA de promover y proteger los derechos humanos y la democracia. La declaración contradice el artículo 2 de la Carta de la Organización de los Estados Americanos y los principios consagrados en la Carta Democrática Interamericana.
Si bien el párrafo 4 hace referencia al diálogo, este carece de un elemento clave para solucionar los problemas de Venezuela. Para tener éxito, el diálogo debe ser genuino e incluir a todas las partes. La declaración apoya parcialmente un diálogo patrocinado por el gobierno, que ha sido rechazado por importantes sectores de la oposición.
Estados Unidos cree que el diálogo genuino requerirá la participación de un tercero que goce de la confianza de todas las partes. También exigirá el fin de todo intento de reprimir la libertad de expresión y la liberación de los presos políticos. Desafortunadamente, la declaración no promueve suficientemente estos objetivos. La OEA no puede sancionar un diálogo en el cual gran parte de la oposición no tiene voz ni fe. Solamente los venezolanos pueden encontrar soluciones a los problemas de Venezuela, pero la situación actual del país exige que un tercero de confianza facilite el debate mientras los venezolanos buscan estas soluciones.
Por último y fundamentalmente, Estados Unidos no puede concurrir con el llamado de la declaración a un “pleno respaldo de la OEA” a un proceso de diálogo orquestado por un solo actor. La OEA tiene la responsabilidad de permanecer neutral; no puede tomar partido.
Encerro
Faço minhas todas as restrições à nota. Quanto ao governo brasileiro, dizer o quê? Quem tem povo descontente dentro de casa tem medo. A esta altura, outros monumentos morais, como Cristina Kirchner, Evo Morales ou Rafael Correa, olham apavorados para a Venezuela. Vai que…
Faço minhas todas as restrições à nota. Quanto ao governo brasileiro, dizer o quê? Quem tem povo descontente dentro de casa tem medo. A esta altura, outros monumentos morais, como Cristina Kirchner, Evo Morales ou Rafael Correa, olham apavorados para a Venezuela. Vai que…
Segue, mais uma vez, o vídeo que corre mundo afora.
Jamais apostem errado achando que há um piso para a indignidade da política externa brasileira e para a indigência moral e intelectual na qual mergulhou — ou foi mergulhado — o Itamaraty. Não há. “Eles” sempre podem descer mais baixo; “eles” sempre podem ser mais abjetos. Nesta sexta, o Brasil VOTOU CONTRA o envio de observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos) para a Venezuela e se opôs a uma reunião de chanceleres para debater os confrontos naquele país. O pretexto é tão meritório como falso: o Itamaraty se justifica afirmando que a intervenção da OEA poderia agravar os conflitos por causa da presença dos EUA. É uma desculpa de vigaristas.
O governo Dilma resolveu dar apoio a uma reunião na Unasul (União das Nações Sul-Americanas), mas só depois da posse da presidente eleita do Chile, Michele Bachelet, na terça. Ah, bom: vamos contar os esquerdistas ou loucos influentes da América do Sul: Cristina Kirchner (Argentina), José Mujica (Uruguai), Dilma Rousseff (Brasil), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa(Equador), Bachelet (Chile), Ollanta Humala (Peru) e o próprio Nicolás Maduro (Venezuela). Adivinhem o que vai acontecer. O subcontinente está mais para um hospício. Ainda assim, atenção! A reunião será entre chanceleres. O Brasil se opôs ao envolvimento de presidentes na questão.
De todo modo, a barra está começando a pesar para Dilma, e os plantadores de versões do Palácio do Planalto espalham na imprensa a versão falaciosa de que o Brasil não vai aceitar nem um eventual rompimento da ordem vigente na Venezuela nem a violência de estado contra os manifestantes. Como assim? Já não há truculência o bastante? Os 21 mortos até agora não entram na contabilidade de Dilma Rousseff?
Não é por acaso que esta senhora figura no vídeo que os manifestantes espalham mundo afora como cúmplice de assassinatos e tortura. É precisamente nisso que se transformou o governo brasileiro. Leio no Estadão que os sábios de Dilma avaliam que a situação se acalmou e que o risco de uma crise institucional diminuiu.
Entenderam? Nicolás Maduro mete adversários na cadeia, convoca milícias armadas a sair às ruas para enfrentar a população na porrada, governa o país como um déspota, mas, em Brasília, considera-se que as coisas estão melhorando. Essa deve ser a impressão que Marco Aurélio Top Top Garcia passou à presidente.
Nota da OEA
Sem o envio de observadores ou uma reunião de chanceleres, a OEA conseguiu, no máximo, aprovar uma nota mixuruca, que segue abaixo — está em espanhol, mas não precisa de tradução. Volto depois:
Sem o envio de observadores ou uma reunião de chanceleres, a OEA conseguiu, no máximo, aprovar uma nota mixuruca, que segue abaixo — está em espanhol, mas não precisa de tradução. Volto depois:
En relación con los hechos recientemente acaecidos en la República Bolivariana de Venezuela, el Consejo Permanente declara:
Sus condolencias y solidaridad con las víctimas y sus familiares, con el pueblo y el gobierno de la República Bolivariana de Venezuela, y hace votos para que las investigaciones tengan una rápida y justa conclusión.
Su respeto al principio de no intervención en los asuntos internos de los Estados y su compromiso con la defensa de la institucionalidad democrática y del estado de derecho de acuerdo con la Carta de la OEA y el derecho internacional.
Su más enérgico rechazo a toda forma de violencia e intolerancia, y hace un llamado a todos los sectores a la paz, a la tranquilidad y al respeto a los derechos humanos y libertades fundamentales, incluyendo los derechos a la libertad de expresión y reunión pacífica, circulación, salud y educación.
El reconocimiento, pleno respaldo y aliento a las iniciativas y los esfuerzos del Gobierno democráticamente electo de Venezuela y de todos los sectores políticos, económicos y sociales para que continúen avanzando en el proceso de diálogo nacional, hacia la reconciliación política y social, en el marco del pleno respeto a las garantías constitucionales de todos y por parte de todos los actores democráticos.
Su interés de mantenerse informado sobre la situación y el diálogo instaurado en Venezuela.
Voltei
Ainda que a nota defenda o respeito aos direitos humanos e aos direitos fundamentais, é evidente que ela não espelha nem remotamente o que está em curso no país.
Ainda que a nota defenda o respeito aos direitos humanos e aos direitos fundamentais, é evidente que ela não espelha nem remotamente o que está em curso no país.
Estados Unidos, Canadá e Panamá votaram contra a resolução justamente porque sustentam que ela ignora o que está em curso na Venezuela. Suas restrições também foram tornadas públicas. Leiam. Volto para encerrar.
1: La República de Panamá presenta sus reservas a la presente declaración.
I – No está de acuerdo con la inclusión de la palabra solidaridad en el título de la Declaración ya que de lo que se trata es de brindar respaldo al diálogo, la paz y la democracia.
II – Así mismo, considera que el respaldo y aliento a las iniciativas y esfuerzos del gobierno democráticamente electo de Venezuela puede interpretarse como una parcialización hacia el Gobierno, frente al resto de los actores sociales. La referencia a que continúen avanzando en el proceso de diálogo nacional se podría entender como que solo apoyamos el diálogo actual.
III – Con referencia al último párrafo, la República de Panamá considera que la OEA debe tener una actitud más dinámica y darle seguimiento, a la situación y al diálogo nacional en Venezuela y no solamente declare su interés en mantenerse informado sobre el diálogo ya instaurado.
2. Estados Unidos apoya el llamado a una resolución pacífica de la situación en Venezuela con base en un diálogo auténticamente inclusivo. Sin embargo, Estados Unidos no puede respaldar esta declaración dado que no refleja adecuadamente el compromiso de la Organización de promover la democracia y los derechos humanos en el Hemisferio. Además, la declaración coloca a la OEA en una posición de parcialismo, lo cual no puede hacer.
Específicamente, el párrafo 2 sugiere, incorrectamente, que la supuesta necesidad de mantener el orden y el respeto por el principio de la no intervención tiene prioridad sobre los compromisos de todos los Estados Miembros de la OEA de promover y proteger los derechos humanos y la democracia. La declaración contradice el artículo 2 de la Carta de la Organización de los Estados Americanos y los principios consagrados en la Carta Democrática Interamericana.
Si bien el párrafo 4 hace referencia al diálogo, este carece de un elemento clave para solucionar los problemas de Venezuela. Para tener éxito, el diálogo debe ser genuino e incluir a todas las partes. La declaración apoya parcialmente un diálogo patrocinado por el gobierno, que ha sido rechazado por importantes sectores de la oposición.
Estados Unidos cree que el diálogo genuino requerirá la participación de un tercero que goce de la confianza de todas las partes. También exigirá el fin de todo intento de reprimir la libertad de expresión y la liberación de los presos políticos. Desafortunadamente, la declaración no promueve suficientemente estos objetivos. La OEA no puede sancionar un diálogo en el cual gran parte de la oposición no tiene voz ni fe. Solamente los venezolanos pueden encontrar soluciones a los problemas de Venezuela, pero la situación actual del país exige que un tercero de confianza facilite el debate mientras los venezolanos buscan estas soluciones.
Por último y fundamentalmente, Estados Unidos no puede concurrir con el llamado de la declaración a un “pleno respaldo de la OEA” a un proceso de diálogo orquestado por un solo actor. La OEA tiene la responsabilidad de permanecer neutral; no puede tomar partido.
Encerro
Faço minhas todas as restrições à nota. Quanto ao governo brasileiro, dizer o quê? Quem tem povo descontente dentro de casa tem medo. A esta altura, outros monumentos morais, como Cristina Kirchner, Evo Morales ou Rafael Correa, olham apavorados para a Venezuela. Vai que…
Faço minhas todas as restrições à nota. Quanto ao governo brasileiro, dizer o quê? Quem tem povo descontente dentro de casa tem medo. A esta altura, outros monumentos morais, como Cristina Kirchner, Evo Morales ou Rafael Correa, olham apavorados para a Venezuela. Vai que…
Segue, mais uma vez, o vídeo que corre mundo afora.
(por Reinaldo Azevedo)
(por Reinaldo Azevedo)