Repasso aos amigos(as) mais um brilhante texto do meu amigo Paulo Chagas. MINHA RESPOSTA À CARTA DA FILHA DE JOSÉ GENOINO Caros amigos Em que pese ao sentimento genuíno da filha do condenado José Genoino (JG), Miruna Genoino, torna-se necessário que entendamos com clareza o objetivo e as incoerências da carta lida com teatral emoção pelo Sen Suplicy no plenário do Senado Federal. Diz ela que a “coragem é o que dá sentido à liberdade”. Volto ao respeito que devo a seu pesar para, sem qualquer comparação ou crítica, por em dúvida a coragem de seu pai, já que, segundo consta e nunca foi contestado, ele entregou seus companheiros no Araguaia sem ter sido submetido a qualquer pressão que não as da evidência de seu envolvimento com a guerrilha. É legítima também a dúvida de Miruna quanto à própria coragem para “enfrentar dor e injustiça em nome da democracia”, no entanto, o que todos já sabem e ela com certeza já sabe há mais tempo é que seus pais nunca lutaram por democracia, mas por uma ditadura comprovadamente cruel e genocida! O exemplo de perseverança de JG para estudar é realmente comovente, mas não inédito e muito menos raro no nordeste brasileiro daquele e destes dias, mesmo após a conquista do poder por parte do ParTido de seu pai e das tantas legislaturas em que foi eleito na vigência de uma democracia que ele, absolutamente, não queria quando despediu-se dos pais e partiu para a selva amazônica, “buscando construir uma forma de resistência a um regime militar”. Por outro lado, não identifico em JG um exemplo de perseverança no cumprimento da pena prisional de 5 anos, que durou até que o regime político consolidasse a democracia e lhe devolvesse a liberdade para usufruir dela como bem lhe conviesse, inclusive como corruPTo! Poucos realmente teriam coragem como JG “para enfrentar eleições nacionais sem nenhuma condição financeira”, até por que isto é impossível sem o “caixa dois” do ParTido, como o ex presidente e chefe maior do esquema disse ao mundo, assim que o escândalo do mensalão foi descoberto e denunciado. “A única coisa que quero, Mimi, é melhorar a vida das pessoas…”, mas não sem a prática do que ficou comprovado, com todas as letras da lei, durante o julgamento livre e honesto da quadrilha de compradores de votos e consciências da qual JG era figura de destaque! Não lhe podemos negar o direito de orgulhar-se do pai e de acreditar em sua honestidade de propósitos, mas, veementemente, lhe nego o direito de querer com isto justificar ou buscar atenuantes para o crime escabroso contra a lisura do processo democrático e contra o erário público cometido por ele e seus comparsas! “Você teria coragem de assumir como profissão a manipulação de informações e a especulação?” Esta pergunta deve ser feita ao Partido dos Trabalhadores, especialista nesta prática e doutrinariamente inimigo da liberdade de imprensa! “...não é racional deixar que o jornalista se forme por si mesmo” Antônio Gramsci “[Você] Acharia uma excelente ideia congregar 200 pessoas na porta de uma casa familiar em nome de causar um pânico na televisão? Teria coragem de mandar um fotógrafo às portas de um hospital no dia de um político realizar um procedimento cardíaco?” Estas perguntas devem ser feitas aos grupos de “estudantes” contratados e instruídos pelos correligionários de seu pai para, por intermédio de “escrachos”, impedir pessoas idosas de exercerem o seu direito de reunião ou pichar as residências e enxovalhar a imagem dos que “nos piores anos do Brasil” asseguraram a liberdade que JG e seu grupo usaram para conquistar o poder e julgarem-se habilitados para a prática do que hipocritamente diziam combater enquanto estavam na oposição! “Acuse os adversários do que você faz... Chame-os do que você é!” Vladimir Lenin Esta moça, coerente com os objetivos do famigerado PNDH-3 e com o que seu pai lhe ensinou, acusa os “meios de comunicação desse nosso País de terem a coragem” de fazer com JG tudo que o ele e seu ParTido fizeram quando lhes convinha e que redundou no impedimento de um presidente da República de completar seu mandato. O corruPTo teve “a coragem de fazer isso tudo e muito mais”! Ao declarar que o resultado do julgamento pelo STF apenas deu “forças para que esse genuíno homem possa continuar sua história de garra, honestidade (sic) e defesa daquilo que sempre acreditou”, ela deixa claro o projeto e a estratégia de iniciar - desde já e com todos os meios, táticas e tramoias da doutrina gramsciana – o trabalho de recontagem da verdade que o transformará, no futuro, de réu em vítima e de vilão em herói da conspiração montada pelas “zelites” contra os planos de poder do Sr Lula da Silva e seus corruPTos! “Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade” Joseph Goebbels Sinceramente, lamento pela família de JG pelo destino que lhe reserva o “azar” que a denúncia de Roberto Jefferson lhe trouxe. Sinto pena de seus netos que, com certeza e por razões óbvias, devem amá-lo e dele sentirão falta, caso, na definição da pena, lhe seja negado o convívio familiar, como é justo e frequente acontecer até com ladrões de galinha. É justo e democrático, também, que ele “lute até o fim para provar sua inocência”, afinal o Brasil ainda é uma democracia, porque se fosse uma grande Cuba como queria (ou quer?) JG, neste momento, ele já teria sido apresentado ao “paredon”! “Não preciso de provas para executar um homem – apenas de prova acerca da necessidade de executá-lo” Che Guevara PChagas |
Translate
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Boanerges Lavra publicou no grupo CMBH - 1970 a 1978