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Ou Passivos ativos(jn)
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Lewandowski poderia atualizar a frase do Rei Luís XV: ‘Depois de mim,
o Delúbio.’ Porque, se chegasse a Dirceu, o dilúvio de lama levaria a Lula
OPINIÃO
- Nelson Motta
0 Lula achava que ministro do Supremo Tribunal Federal era cargo de confiança, da sua cota pessoal, deles esperava lealdade, fidelidade e gratidão. Mas os ministros que nomeou não sabiam disso, e estão fazendo o que tem que ser feito, a começar por Joaquim Barbosa.
Até as absolvições de Lewandowski e Dias Toffoli servem para
legitimar, como minoria, as condenações que a maioria acachapante do STF
impôs aos réus do mensalão, que foram defendidos pela seleção brasileira de
advogados.
Data venia, com invejável coragem e sem medo do ridículo e do opróbio,
o ministro Lewandowski tem feito das tripas coração, ou vice-versa, e usado o
seu notório saber jurídico para fechar a cadeia de comando do esquema em
Delúbio Soares.
O ministro gosta de citações e poderia atualizar a frase do Rei Luís
XV, prevendo o caos e a destruição se seu reinado caísse, “Après moi, le
déluge” (“Depois de mim, o dilúvio”), para “Après moi, le Delúbio”. Porque,
se chegasse a Dirceu, o dilúvio de lama levaria a Lula.
Afinal, se continuasse funcionando em silêncio, o esquema garantiria a
hegemonia política absoluta do PT, com uma base de apoio de dar inveja a
Chávez, e poderia manter o partido no poder por vinte anos. Totalmente
autossustentável. Era o que todo mundo fazia, só que muito mais bem feito.
Como professor de matemática, Delúbio sabia que os números fechavam — e
tendiam ao infinito. Os oito anos de Lula, e mais oito de Dirceu, estariam
assegurados. Se Roberto Jefferson ficasse calado.
Era um golpe no Estado e na democracia, como julgou o presidente
Carlos Ayres Britto, ironicamente de um partido obcecado pelo golpismo,
acusação com que responde a qualquer crítica.
Não era um projeto de enriquecimento pessoal, uma ladroagem das elites
e da direita, mas uma audaciosa manobra política, digna de um grande
estrategista como o capitão do time em que Lula era o técnico e o dono da
bola, batia córner e cabeceava, dava os passes e fazia os gols, além de
morder a canela dos adversários para proteger sua meta e defender os
companheiros dos juízes, aos gritos. Como não saberia quem patrocinava o
time?
Nelson Motta é jornalista.
fonte averdadesufocada
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