Salvo a encantadora namorada do
bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro último sob a acusação
de ter montado uma quadrilha para explorar jogos ilegais, ninguém merecedor dos
holofotes da mídia parece ter dito coisa com coisa na semana passada. Absurdo o
descompasso entre o discurso e a realidade, entre o anunciado e a coerência.
Aos 30 anos de idade, Andressa
Mendonça é mãe dos dois filhos do empreiteiro Wilder Pedro de Morais, que
assumiu no Senado a vaga de Demóstenes Torres. Faz 10 meses que trocou Wilder
por Cachoeira.
A
prisão do namorado não acrescentou uma única ruga ao rosto de Andressa (foto). Nem a levou a
reduzir o número de escovas. Andressa é assídua freqüentadora da penitenciária
da Papuda, em Brasília, onde Cachoeira está isolado.
Usa o
resto do seu tempo para cuidar dos filhos em Goiânia e de sua loja de roupas
íntimas, com direito a uma "sala de fetiche".
Provocada
por jornalistas, antecipou o que imagina fazer no dia que Cachoeira for solto:
"Vou começar a defender a legalização dos jogos." Falou sério!
Nada
mais de acordo com o que conferiu projeção ao namorado. De resto, um
desassombrado tributo ao arriscado e incompreendido ramo de atividade que
garante o pleno conforto do casal.
Ingenuidade
e transparência costumam ser boas companheiras. A verdade sai ganhando com a
parceria delas. Quanto à esperteza e malícia, vez por outra assinam desastres
inesquecíveis ou trapalhadas pitorescas.
Da
ingênua Andressa à esperta em treinamento Dilma Rousseff.
O que
foi mesmo que elegeu a senhora para suceder Lula?
Sua
simpatia? Não, não foi. A paciência que somente os sábios e os mais velhos
transpiram no trato com os afoitos e apressadinhos? Não foi.
Sua
destreza no manejo das palavras? Também não. Algo de mágico chamado carisma?
Menos ironia, Noblat! A mulher é presidente! Sua cancha em disputar eleições?
Jamais disputara uma antes.
Lula
escolheu Dilma para manter aquecida a cadeira que foi dele durante oito anos.
Mas o que a elegeu foi a satisfação da maioria dos brasileiros com os resultados
da economia.
Mais
dinheiro no bolso e mais crédito na praça desidratam escândalos, desmoralizam a
moral e fazem tábula rasa da ética. É assim, infelizmente.
E como
é que essa senhora, que por tantos anos celebrou o crescimento do Produto
Interno Bruto(PIB), o indicador do conjunto de riquezas do país; como é que
ela, ao ver o PIB ladeira a baixo, comete o atrevimento de dizer que o PIB não
tem lá essa importância toda, importante é como cuidamos das nossas crianças e
adolescentes?
Quer
dizer: Pibão vale. Merece ser reverenciado. E por causa dele cabe acicatar os
desafetos políticos. Pibinho não vale. Entra em cena o vinde a mim as
criancinhas! Para quê? Para serem mais bem alimentadas com menos recursos?
Aproxime-se
para lá, dona Dilma! Respeito à inteligência alheia é bom e ainda tem quem
goste.
De
Dilma, a esperta meio sem jeito, à senadora Kátia Abreu, ex-DEM do Tocantins,
uma das estrelas do recém criado PSD e autora da ameaça recente de abrir uma
dissidência no partido que não é de direita, nem de esquerda, nem de centro,
segundo seu fundador Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo: dissidência para
quê, cara senadora?
Kátia
apoiava a decisão do PSD mineiro de reforçar a candidatura à reeleição do
prefeito Márcio Lacerda(PSB), de Belo Horizonte, o queridinho do senador Aécio
Neves (PSDB).
Aí
Kassab, para agradar Dilma, atropelou o PSD mineiro e mandou que apoiasse a
candidatura a prefeito de Patrus Ananias, do PT. Kátia não se conforma.
Dezoito
quilômetros, percorridos em quinze minutos de carro, separam a mineira
Paraisópolis, cidade de 20 mil habitantes, da paulista São Bento do Sapucaí,
com cerca de 12 mil habitantes.
No mais
rico Estado do país, o DNA do PSD é tucano. No segundo mais rico começa a se
tingir de vermelho. A ideia da dissidência não junta lé com cré.
O
vice-presidente da República, Michel Temer, abriu as portas do PMDB para Kátia.
Que vê com simpatia a chance de se mudar para lá.
Caso se
mude, terá deixado o PSD porque em Minas ele aderiu ao PT. Para cair no colo do
PMDB, que simula governar o país aliado ao PT. Pensando bem, não faz sentido.
Mas pensando melhor, até que faz.
Fez
sentido Demóstenes Torres culpar a imprensa pela cassação do seu mandato - e
logo ela que o apontava como o príncipe da decência. Afinal, a quem Demóstenes
poderia culpar?
Não faz
sentido a CPI do Cachoeira reconhecer desde já o seu fracasso. Deixou a Delta
em paz? E daí? Em compensação pôs para circular um campeão de audiência.
Nada a
ver com conversas gravadas de Cachoeira com sua gang.
É um
vídeo extraído do acervo da CPI que mostra uma atraente assessora do senador
Ciro Nogueira (PP-PI), semi-coberta de tatuagens, entregue aos cuidados
amorosos de um assessor do senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
O vídeo
está custando uma nota no mercado paralelo.
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