Produzido pelo Ternuma Regional Brasília
Por Paulo Carvalho Espíndola, Cel Reformado
“Favela amarela,
ironia da vida,
pintem a favela,
façam a aquarela da miséria colorida”.
Esses versos de um samba choroso ainda ecoam na memória do sessentão que eu sou. Era o início da década de sessenta e um desastrado político resolveu propor um projeto de lei, pelo qual as favelas cariocas deveriam ser pintadas de amarelo, para mascarar a pobreza e, assim, colorir o meu Rio de Janeiro, sem que os políticos nada fizessem pela erradicação da pobreza dessa gente humilde, hospedeira dos folclóricos malandros de camisas listradas, que hoje não passariam de ladrões de galinha.
Tempo bom eu considerava, sem imaginar o que viria. Os drogados resumiam-se a alguns poucos, que eram considerados marginais e, portanto, execrados pelos favelados e pelas elites, que, no máximo, consumiam algumas doses de lança-perfume nos bailes de carnaval.
Os anos românticos deram vez aos “anos de chumbo”. Terroristas comunistas foram presos e conviveram na promiscuidade dos presídios cariocas e ensinaram aos ladrões de galinhas táticas de guerrilha urbana, mostrando como delinqüir e a organizar o crime, de onde saiu o “comando vermelho”, cuja cor dava-lhes a marca do seu descompromisso com a sociedade brasileira. Veio, então, a “redemocratização” e ex-terroristas e bandidos comuns separam-se, passando a agir, aparentemente, sem sintonia. Muitos deles agora estão no poder.
Anos setenta. Leonel de Moura Brizola foi eleito e reeleito governador pelo voto dos cariocas. A polícia foi proibida de entrar nos morros, num tácito acordo com os banqueiros do jogo do bicho. Qual era o problema, já que o “bicho” era verdadeira instituição carioca e brasileira e pagava alguns trocados a quem fazia alguma “fezinha”, sem nenhuma burocracia e com “honorabilidade” sem questionamentos.
O bicho, entretanto, trouxe o tráfico de drogas, certamente em conluio com ele, transformando as favelas no verdadeiro império do mal. Daí se soma o processo de corrupção das polícias. Afinal, para o quê combater o crime organizado, se o governo carioca garantia toda essa impunidade. Foi aberta a era de cada um por si. Policial que matasse bandido no cumprimento do dever era sujeito a rigoroso inquérito e, quase sempre, defenestrado.
Hoje a polícia finge que reprime o crime e é estimulada por ele para “ganhos” extras, que transcendem aos seus parcos salários. Chafurda-se na corrupção e, por isso, investe no quanto pior é melhor.
Governos estaduais se sucedem, todos eles, demagogicamente, exigindo do governo federal a intervenção do Exército para resolver o problema. Como resolver isso pela força? Matando muita gente, entre eles moradores humildes das favelas? O Exército, graças a Deus, se nega a isso, por não entender o “politicamente correto” e não se sujeitar a conchavos.
Para o Exército, guerra é guerra. Para a Força de Segurança Nacional, esperemos para ver...
Aliás, o filme “Tropa de Elite”, que mostra o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar carioca (BOPE), é resumo do que acontece no Rio de Janeiro. Sem esgueirar-se por direitos humanos de bandidos, o filme mostra uma tropa disposta a, verdadeiramente, combater o crime, exposta às críticas das ONG e das organizações que nada fazem além de promover passeatas pela “paz”.
Emblemática é a fala do protagonista do filme, afirmando que “só quem tem consciência social não entende que guerra é guerra”. Referia-se ele a encontros de universitários e professores em que se faziam críticas - as mesmas que lemos nos jornais - à truculência da polícia. Esses “críticos”, logo após a ”séria” discussão sobre a violência existente no Rio de Janeiro, empanturravam-se no uso da maconha...
Disso tudo fica a constatação de que expressiva parte da classe média financia o tráfico de drogas. Trabalhador não sobe o morro para drogar-se, mesmo porque não tem dinheiro para isso e porque mora lá. Ele assiste a tudo isso, passivo, já que mora no morro e sujeita-se ao assistencialismo dos traficantes que se apoderam do vácuo deixado pelo Estado.
Durante cerca de quatro meses, o público brasileiro embeveceu-se com uma novela da Globo em que um dos mocinhos, galã, levou ao delírio jovens enlevadas. Trata-se de um artista global, que foi preso em Porto Alegre/RS, há cerca de dois anos, com considerável quantidade de cocaína.
Nada aconteceu com o bonitão.
Ele e muitos outros continuarão a financiar e incentivar o tráfico, como certos parlamentares, terroristas da luta armada, que voltaram do exílio com sungas de crochê.
Isso tudo num país cujo presidente considera-se deficiente por não ter um dedo, decepado por um instrumento de trabalho, que foi o último, prematuramente, da sua vida de labor. Depois disso, acumulou pensões como um grande vagabundo.
É, realmente, o Brasil do meu Deus.
Visite o nosso site, http://www.ternuma.com.br/ .
Esses versos de um samba choroso ainda ecoam na memória do sessentão que eu sou. Era o início da década de sessenta e um desastrado político resolveu propor um projeto de lei, pelo qual as favelas cariocas deveriam ser pintadas de amarelo, para mascarar a pobreza e, assim, colorir o meu Rio de Janeiro, sem que os políticos nada fizessem pela erradicação da pobreza dessa gente humilde, hospedeira dos folclóricos malandros de camisas listradas, que hoje não passariam de ladrões de galinha.
Tempo bom eu considerava, sem imaginar o que viria. Os drogados resumiam-se a alguns poucos, que eram considerados marginais e, portanto, execrados pelos favelados e pelas elites, que, no máximo, consumiam algumas doses de lança-perfume nos bailes de carnaval.
Os anos românticos deram vez aos “anos de chumbo”. Terroristas comunistas foram presos e conviveram na promiscuidade dos presídios cariocas e ensinaram aos ladrões de galinhas táticas de guerrilha urbana, mostrando como delinqüir e a organizar o crime, de onde saiu o “comando vermelho”, cuja cor dava-lhes a marca do seu descompromisso com a sociedade brasileira. Veio, então, a “redemocratização” e ex-terroristas e bandidos comuns separam-se, passando a agir, aparentemente, sem sintonia. Muitos deles agora estão no poder.
Anos setenta. Leonel de Moura Brizola foi eleito e reeleito governador pelo voto dos cariocas. A polícia foi proibida de entrar nos morros, num tácito acordo com os banqueiros do jogo do bicho. Qual era o problema, já que o “bicho” era verdadeira instituição carioca e brasileira e pagava alguns trocados a quem fazia alguma “fezinha”, sem nenhuma burocracia e com “honorabilidade” sem questionamentos.
O bicho, entretanto, trouxe o tráfico de drogas, certamente em conluio com ele, transformando as favelas no verdadeiro império do mal. Daí se soma o processo de corrupção das polícias. Afinal, para o quê combater o crime organizado, se o governo carioca garantia toda essa impunidade. Foi aberta a era de cada um por si. Policial que matasse bandido no cumprimento do dever era sujeito a rigoroso inquérito e, quase sempre, defenestrado.
Hoje a polícia finge que reprime o crime e é estimulada por ele para “ganhos” extras, que transcendem aos seus parcos salários. Chafurda-se na corrupção e, por isso, investe no quanto pior é melhor.
Governos estaduais se sucedem, todos eles, demagogicamente, exigindo do governo federal a intervenção do Exército para resolver o problema. Como resolver isso pela força? Matando muita gente, entre eles moradores humildes das favelas? O Exército, graças a Deus, se nega a isso, por não entender o “politicamente correto” e não se sujeitar a conchavos.
Para o Exército, guerra é guerra. Para a Força de Segurança Nacional, esperemos para ver...
Aliás, o filme “Tropa de Elite”, que mostra o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar carioca (BOPE), é resumo do que acontece no Rio de Janeiro. Sem esgueirar-se por direitos humanos de bandidos, o filme mostra uma tropa disposta a, verdadeiramente, combater o crime, exposta às críticas das ONG e das organizações que nada fazem além de promover passeatas pela “paz”.
Emblemática é a fala do protagonista do filme, afirmando que “só quem tem consciência social não entende que guerra é guerra”. Referia-se ele a encontros de universitários e professores em que se faziam críticas - as mesmas que lemos nos jornais - à truculência da polícia. Esses “críticos”, logo após a ”séria” discussão sobre a violência existente no Rio de Janeiro, empanturravam-se no uso da maconha...
Disso tudo fica a constatação de que expressiva parte da classe média financia o tráfico de drogas. Trabalhador não sobe o morro para drogar-se, mesmo porque não tem dinheiro para isso e porque mora lá. Ele assiste a tudo isso, passivo, já que mora no morro e sujeita-se ao assistencialismo dos traficantes que se apoderam do vácuo deixado pelo Estado.
Durante cerca de quatro meses, o público brasileiro embeveceu-se com uma novela da Globo em que um dos mocinhos, galã, levou ao delírio jovens enlevadas. Trata-se de um artista global, que foi preso em Porto Alegre/RS, há cerca de dois anos, com considerável quantidade de cocaína.
Nada aconteceu com o bonitão.
Ele e muitos outros continuarão a financiar e incentivar o tráfico, como certos parlamentares, terroristas da luta armada, que voltaram do exílio com sungas de crochê.
Isso tudo num país cujo presidente considera-se deficiente por não ter um dedo, decepado por um instrumento de trabalho, que foi o último, prematuramente, da sua vida de labor. Depois disso, acumulou pensões como um grande vagabundo.
É, realmente, o Brasil do meu Deus.
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