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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A fantasia de General


Produzido por Ternuma Regional Brasília

Por Carlos Alberto Cordella

Apenas há poucas semanas à frente do Ministério da Defesa e o novo titular da pasta já se apresenta como o mais novo sátiro do picaresco governo protagonizado pelo Sr Lula da Silva. Encontrava-me completamente absorto, em retiro espiritual, num Monastério Tibetano, onde buscava me restabelecer do impacto constante e progressivo de escândalos e corrupções envolvendo autoridades e membros da administração pública, políticos e magistrados, quando sou retirado de minhas meditações transcendentais por meu Guru, o Mestre Precioso Jacornélio, o grande Lama.

Viajava pelo mundo da metafísica onde já havia percorrido todos os caminhos de alfa a zem, quando abruptamente sou abstraído desse estado de catatonia profunda para voltar à realidade.

Foi um vôo rápido e sem escalas, de fazer inveja aos aeroportos brasileiros.

Minha primeira lambança, digo lembrança, foi Calheiros e ,não sei porque, comecei a cantarolar a marchinha carnavalesca, daqui não saio daqui ninguém me tira. O réquiem do rabo preso.

Minha segunda lembrança foram os mensaleiros e deparei-me com a decisão do STF de indiciá-los e, mais uma vez abstraído em meus devaneios malignos, me perguntei quantos anos levará para que alguém vá para a cadeia, até que tudo caia no esquecimento. O caso de Ali Babá Lula, digo dos mensaleiros, me lembra a fábula do Rei, o Judeu e o Burro. Qualquer dia destes contarei esta fábula.

Evidentemente, que não acredito nessa hipótese e acho que tudo não passou de mais um teatrinho armado dentro do picadeiro Brasília.
Já começava a ficar excitado por voltar a minha meditação quando vejo aquela figura grotesca usurpando a farda de General de Exército. Era o novo bobo da corte do Rei Robalo.
Naquele momento passou-me pela cabeça que aquilo não estava acontecendo que deveria ser algum baile à fantasia patrocinado pelo presidente e sua primeira dama, na Granja do Torto.

Não sei também explicar porque ao vir a minha mente a palavra Palácio, a liguei a palhaço e comecei a rir compulsivamente.
Pensei estar ainda em zem, mas fui chamado à realidade pela fanfarronice do Sr Ministro da Defesa ao vociferar durante a noite de autógrafos do livro sobre a “dita dura”, patrocinado pelo governo federal, expondo apenas o lado da história contado por terroristas, que se houvesse qualquer reação dos militares a resposta seria dada.

Senhor Ministro Jobim, não sou uma figura alcoviteira como Vossa Excrescência e muito menos participei de alterações do texto da Constituição na calada da noite ou, ainda, que tenha defendido mensaleiros associados.

Sabedor que o senhor um gaúcho de nascimento, mas não na alma, vou dedicar-lhe algumas palavras:
“Índio véio, tu não estais a tratar com mangalaços. Tua fala de metido a arrebentar os mondongos é cousa de bagual parido as avessas. Teus métodos pouco ortodoxos só servem para bailar com os pés trocados. Teu palavreado é xucro. Esse negócio de três colhões e aporreado metido a macho é como nadar de poncho. Em mulher e cavalo novo não se mete a espora. Te abanques no más e vamos levar um palheiro que teu negócio está mais pra romance de pelego. Um velho amigo, analista em Bagé te recomendaria uma barranqueada a céu aberto. Te digo mais, pra ser um bom milico leva tempo e é por toda vida, pra ser Ministro dois segundos. Tu estás Ministro, nós, ao contrário, somos milicos até morrer. E morremos por convicção, não pelo ego ou notoriedade. Pare de bater matraca e provocar surungo. Não te fresqueia tchê, que somos pacatos mas fomos criados guachos. Pare de bufar e berrar e vá chinear um pouco, que tu não passas de um lasqueado acostumado a dar comício pra ginete. Toma um mate! E não esqueça que é pelo toque da gaita que se aprende a dançar. Não te fresqueia índio véio, que tu estais mais pra boi do que pra touro. Oigalê!”

Senhor Ministro Jobim, nesta vida, já servi de agulha para muita linha ordinária e o Sr com certeza encabeçaria a lista com méritos.

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