Gelio Fregapani
Seis passos para destruir um rival potencial sem guerra
1º- Criar dependência
Há milênios que se sabe: podemos domesticar um animal, se o acostumamos a comer da nossa mão. Isto também vale para um povo inocente e crédulo. Assim, pode ser em termos de créditos desnecessários, assistência militar ou de qualquer outro tipo, mas principalmente acostumá-lo a depender de firmas estrangeiras para sua subsistência e seu emprego.
Para isto, naturalmente, é preciso bloquear toda iniciativa local que possa levar a algum desenvolvimento autônomo. Na esfera privada, progressivamente a atividade produtiva vai sendo transferida para o domínio de empresas estrangeiras Firmas nacionais que não puderem ser bloqueadas devem ser compradas ao preço que for e posteriormente fechadas. As firmas estatais que não puderem ser sabotadas devem ser privatizadas, seja lá o que tiver que ser pago aos governantes corruptos. Se forem muito lucrativas continuarão vivas, talvez até mais dinâmicas, mas sob o controle estrangeiro. Quando grande parcela da população depender de estrangeiros para seus empregos e sua subsistência, o pa ís está pronto para ser domesticado. Até que é um jugo suave. A mais cruel das “dependências” propositalmente criada que registra a História foi praticada pela Inglaterra contra a China por meio do ópio.
2º - Quebrar a auto-estima do país-alvo
Idealizando um way of life estrangeiro em detrimento dos valores locais se consegue criar um complexo de vira-lata da tal forma que mesmo os melhores valores chegam a ser desprezados, criando a desafeição pela própria terra.
Não se trata, em Guerra de 4ª Geração, de aperfeiçoar uma cultura, mas sim de cortar as ligações emocionais com a própria pátria. O cinema americano, nem sempre propositalmente, foi eficiente nesse papel. A Imprensa e a TV, mais objetivamente dirigidas, cuidam de destruir toda auto estima do povo-alvo ressaltando somente seus defeitos. É difícil se contrapor, pois o poder da influência é incomensurável. Controlando os meios de comunicação se elege políticos comprometidos para o Executivo e o Legislativo e influencia até no Judiciário, mas isto é só a consequencia, A verdadeira conquista foi do coração e da mente da população vítima.
3º- Quebrar a vontade de resistir
A moderna ciência da Polemologia nos ensina que o Poder é o Potencial multiplicado pela vontade, ou seja pela disposição de lutar. Não havendo disposição para lutar, por maior que seja o potencial, o resultado da multiplicação será igual a zero. A História nos mostra alguns exemplos: As hordas de Gengis Kan ameaçando a todos com morte horrível conseguia rendições sem luta. A sutil chantagem atômica contribuiu para a fraca resistência nas Malvinas.
Entretanto, nenhum dos exemplos históricos se compara ao maquiavelismo empregado contra o nosso País para quebrar a vontade de resistir as pressões e as ameaças. Iniciou inocentemente com a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança – não se arrisque, sua vida é preciosa. Prosseguiu com a campanha do desarmamento – possuir armas é perigoso. Mais seguro é ceder. O importante é a vida. E prosseguia a campanha de acovardamento – não olhe para o bandido. Leve algum dinheiro para que o ladrão não fique aborrecido e faça represálias. A vida é o bem mais precioso (mais que a honra, certamente) Quebrada a disposição das pessoas para resistir mesmo às mínimas ameaças, como esperar que a nação resista se ameaçada? Que se defenda com unhas e dentes, se a vida é o bem maior? E todo um povo, outrora valente, fica pronto a ser escravizado, pelos bandidos daqui e de fora.
4º - Dividir as pessoas em segmentos hostis
Divide e impera, já diziam os antigos romanos. Esse procedimento, usado por todos os conquistadores ao longo da História, foi a estratégia da União Soviética para a expansão de seu império: incentivar a luta de classes para enfraquecer os adversários, quando não para tomar o poder. Superada (ou quase superada) a faz e da luta de classes com na queda da União Soviética, os anglo-americanos se viram livres para investir na principal vulnerabilidade dos países emergentes – a multiplicidade étnica e religiosa.
Cada um dos atingidos se defende como pode. A China controla as minorias a ferro e fogo, como só uma ditadura pode fazer. A Rússia faz a guerra aberta, a Índia usa sua cultura sem abdicar o uso da força. O nosso Brasil, mais tolerante, mais miscigenado e portanto menos vulnerável ainda não percebeu a extensão do problema. Entretanto, o aparato internacional investe fundo na divisão étnica e se revelou realmente perigoso. Com o auxílio de traidores já separou 15% do território em “nações” indígenas, das quais várias reivindicam abertamente a independência.
O caminho da secessão está aberto e também o da guerra civil. Daí, uma intervenção militar será irresistível, principalmente com as Forças de Defesa desmanteladas
Vale a pena aprofundar-se nessa questão que muito influenciará em nossas vidas, A melhor análise está no livro “Quem Manipula os Povos Indígenas”, da Capax Editora, 21 25103656 que magistralmente expõe o aparato internacional que controla esta guerra.
5º Reduzir a taxa de natalidade do país-alvo
Todo o estrategista sabe que as fronteiras não são sagradas nem foram traçadas por Deus. Que são resultado de pressões; pressões militares, culturais, econômicas e demográficas, sendo esta última a única capaz de garantir que uma conquista dure para sempre. Pois bem, na medida em que uma população diminui seu poder se esvai.
Se é verdade que as taxas de natalidade dos países desenvolvidos estão diminuindo espontaneamente, nos emergentes e nos sub desenvolvidos isto é incentivado, por motivos óbvios. Com apenas dois filhos por casal a população já diminuirá e baixando a 1,3 crianças por casal é a condenação à extinção do grupo social.
Quem dispuser de um vasto território, como o nosso e não o povoar, mais cedo ou mais tarde vai perdê-lo .
6º - Detonar as Forças Armadas.
No fundo, o Direito se ampara na força que o sustenta. Não só o Direito como tudo o mais. Sem seus duros lanceiros não haveria nem a cultura grega, berço da civilização Ocidental.
O ideal de qualquer conquistador é eliminar completamente qualquer força de reação, mas como isto é quase impossível, o objetivo passa a ser reduzir ao máximo ,sua força bélica, mantendo os militares com as suas reservas baixas, tanto de munição, víveres e combustível e cós seu armamento tão obsoleto e sucateado quanto possível. Ao mesmo tempo procura-se desviar as Forças de sua missão primordial, orientando-as para missões policiais, combate ao narcotráfico e de outros desvios, esquecendo de suas reais finalidades.
Seguindo este modelo, nossas Forças, sem recursos e com equipamento obsoleto chegaram a imaginar a suspensão de suas atividades nas sextas-feiras, porque nos quartéis, nos navios e nas bases aéreas por não há dinheiro nem para o almoço dos soldados ,enquanto isto aviões da FAB transportam políticos para o seu lazer.
Não foi a primeira vez que ocorreu a destruição da nossa força bélica: já aconteceu no início da República pelo distorcido positivismo de Benjamin Constant e agora, maquiavelicamente, desde que os militares deixaram o poder em 1985. Por momentos, o governo atual pareceu reverter esse rumo, mas certamente as pressões foram grandes demais e ele se rendeu. Aliás, a grande rendição foi quando renunciou unilateralmente a desenvolver armas nucleares.
Sem Forças Armadas com poder dissuasório, o nosso Brasil jamais será uma nação realmente independente, soberana e com chances de se desenvolver.
Detonar as Forças Armadas é acabar com a última esperança.
E ela está acabando. Que Deus proteja a todos nós
Gelio Fregapani
ADENDO
Insegurança pública: erro de diagnóstico*
Fabricio Rebelo
O Brasil está imerso em uma grave crise de insegurança pública. Homicídios em níveis epidêmicos, latrocínios em crescente, arrastões antes impensáveis se tornaram comuns, além, é claro, dos já cotidianos roubos à mão armada. A cada notícia destes crimes, também comum é o surgimento de inúmeros questionamentos sobre como se chegou a tanto, o porquê de seguirmos como campeões no número de homicídios anuais. Raros, entretanto, são os que efetivamente buscam resposta para estas perguntas, hoje já quase retóricas.
A resposta existe e não é tão complexa. O país paga hoje o preço por uma visão míope da segurança pública, sob a qual se implementou, há mais de uma década, uma diretriz central absolutamente equivocada para o combate à violência.
Quando o país começou a acompanhar mais efetivamente a evolução dos crimes de morte, descortinando a realidade de aqui se registrar uma quantidade de assassinatos maior do que as ocorridas em países em guerra, o diagnóstico alcançado pelos responsáveis pela segurança pública foi errado, e é este erro que, agora, está custando a vida do "paciente", no caso, a sociedade.
Diante da realidade grave retratada pelo quadro homicida, responsabilizou-se, não as crescentes atividades criminosas, especialmente o tráfico de drogas, mas o cidadão. Entendeu-se que quem estava matando não era o bandido que praticava o assalto e executava as vítimas, nem o traficante que entrava em guerra na disputa por pontos de venda de droga, ou o que eliminava rivais e devedores de dívidas não pagas. Isentou-se também os que, sob o efeito de drogas, cometiam atrocidades, matando sem piedade vítimas colhidas ao acaso ou com as quais tinham prévias desavenças, quase sempre ligadas ao comércio daquelas substâncias. Para o governo, quem matava era o cidadão comum.
Na enviesada lógica governamental, os cinquenta mil homicídios anuais eram fruto de brigas de marido e mulher, desentendimentos de vizinhos, brigas de bar ou conflitos no trânsito. No diagnóstico oficial, o cidadão brasileiro era, por natureza, homicida.
Feito o estapafúrdio diagnóstico, deu-se início ao "tratamento". Ao invés de se combater o avanço e a estruturação das organizações criminosas, o objetivo era desarmar o cidadão. O porte e a posse de armas foram dificultados, criou-se o Sistema Nacional de Armas - SINARM e aplicou-se o elixir miraculoso que acabaria com todos os males: o estatuto do desarmamento.
Houve, é verdade, até uma consulta ao paciente para saber se ele concordava com o tratamento. A resposta veio no Referendo de 2005, com uma retumbante negativa à proibição das armas para os civis. Porém, os "doutores" não deram ouvidos ao desejo do paciente, enfocado como se buscasse a eutanásia, e prosseguiram com o tratamento contra à sua vontade, ampliando-o pela realização de sucessivas campanhas de "vacinação", traduzidas no desarmamento voluntário responsável por recolher já mais de 600 mil armas - justamente as não nocivas e em que consistiam as defesas do "organismo".
Como em qualquer tratamento equivocado, a enfermidade não foi debelada e os efeitos colaterais são sentidos pela população enferma. Nenhuma redução no quadro de homicídios e uma proliferação assustadora nos crimes, cada vez mais ousados, com investidas em locais públicos e mesmo com grande concentração de pessoas, a exemplo de shoppings centers, restaurantes e condomínios residenciais. A doença se espalhou e ficou mais forte.
O erro de diagnóstico precisa ser corrigido. O estado do paciente é grave e inspira cuidados urgentes e adequados. Do contrário, a metástase será inevitável e, com ela, o óbito. E há remédio? Sim, claro que há, mas ele é amargo, de uso prolongado, e se inicia pela eliminação do principal e mais nocivo vírus da violência: a impunidade.
Se desejar ler na integra silicite a geliofregapani
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