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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Seis passos para destruir um rival potencial sem guerra

COMENTÁRIO 175 de 08 de agosto de 2013 (PARCIAL)
Gelio Fregapani

Seis passos para destruir um rival potencial sem guerra
1º- Criar dependência
Há milênios que se sabe: podemos domesticar um animal, se o acostumamos a comer da nossa mão. Isto também vale para um povo inocente e crédulo. Assim, pode ser em termos de créditos desnecessários, assistência militar ou de qualquer outro tipo, mas principalmente acostumá-lo a depender de firmas estrangeiras para sua subsistência e seu emprego.
Para isto, naturalmente, é preciso bloquear toda iniciativa local que possa levar a algum desenvolvimento autônomo. Na esfera privada, progressivamente a atividade produtiva vai sendo transferida para o domínio de empresas estrangeiras Firmas nacionais que não puderem ser bloqueadas devem ser compradas ao preço que for e posteriormente fechadas. As firmas estatais que não puderem ser sabotadas devem ser privatizadas, seja lá o que tiver que ser pago aos governantes corruptos. Se forem muito lucrativas continuarão vivas, talvez até mais dinâmicas, mas sob o controle estrangeiro. Quando grande parcela da população depender de estrangeiros para seus empregos e sua subsistência, o pa ís está pronto para ser domesticado. Até que é um jugo suave. A mais cruel das “dependências” propositalmente criada que registra a História foi praticada pela Inglaterra contra a China por meio do ópio.
2º - Quebrar a auto-estima do país-alvo
Idealizando um way of life estrangeiro em detrimento dos valores locais se consegue criar um complexo de vira-lata da tal forma que mesmo os melhores valores chegam a ser desprezados, criando a desafeição pela própria terra.
Não se trata, em Guerra de 4ª Geração, de aperfeiçoar uma cultura, mas sim de cortar as ligações emocionais com a própria pátria. O cinema americano, nem sempre propositalmente, foi eficiente nesse papel. A Imprensa e a TV, mais objetivamente dirigidas, cuidam de destruir toda auto estima do povo-alvo ressaltando somente seus defeitos. É difícil se contrapor, pois o poder da influência é incomensurável. Controlando os meios de comunicação se elege políticos comprometidos  para o  Executivo e o Legislativo e influencia até no Judiciário, mas isto é só a consequencia, A verdadeira conquista foi do coração e da mente da população vítima.
3º-  Quebrar  a vontade de resistir
A moderna ciência da Polemologia nos ensina que o Poder é o Potencial multiplicado pela vontade, ou seja pela disposição de lutar. Não havendo disposição para lutar, por maior que seja o potencial, o resultado da multiplicação será igual a zero. A História nos mostra alguns exemplos: As hordas de Gengis Kan ameaçando a todos com morte horrível conseguia rendições sem luta. A sutil chantagem atômica contribuiu para a fraca resistência nas Malvinas.
Entretanto, nenhum dos exemplos históricos se compara ao maquiavelismo empregado contra o nosso País para quebrar a vontade de resistir as pressões e as ameaças. Iniciou inocentemente com a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança – não se arrisque, sua vida é preciosa. Prosseguiu com a campanha do desarmamento – possuir armas é perigoso. Mais seguro é ceder. O importante é a vida. E prosseguia a campanha de acovardamento – não olhe para o bandido. Leve algum dinheiro para que o ladrão não fique aborrecido e faça represálias. A vida é o bem mais precioso (mais que a honra, certamente) Quebrada a disposição das pessoas para resistir mesmo às mínimas ameaças, como esperar que a nação resista se ameaçada? Que se defenda com unhas e dentes, se a vida é o bem maior? E todo um povo, outrora valente, fica pronto a ser escravizado, pelos bandidos daqui e de fora.
4º - Dividir as pessoas em segmentos hostis
Divide e impera, já diziam os antigos romanos. Esse procedimento, usado por todos os conquistadores ao longo da História, foi a estratégia da União Soviética para a expansão de seu império: incentivar a luta de classes  para enfraquecer os adversários, quando não para tomar o  poder. Superada (ou quase superada) a faz e da luta de classes com na queda da União Soviética, os anglo-americanos se viram livres para investir na principal vulnerabilidade dos países emergentes – a multiplicidade étnica e religiosa.
Cada um dos atingidos se defende como pode. A China controla as minorias a ferro e fogo, como só uma ditadura pode fazer. A Rússia faz a guerra aberta, a Índia usa sua cultura sem abdicar o uso da força. O nosso Brasil, mais tolerante, mais miscigenado e portanto menos vulnerável ainda não percebeu a extensão do problema. Entretanto, o aparato internacional investe fundo na divisão étnica e se revelou realmente perigoso. Com o auxílio de traidores já separou 15% do território em “nações” indígenas, das quais várias reivindicam abertamente a independência.
O caminho da secessão está aberto e também o da guerra civil. Daí, uma intervenção militar será irresistível, principalmente com as Forças de Defesa desmanteladas
Vale a pena aprofundar-se nessa questão que muito influenciará em nossas vidas, A melhor análise está no livro “Quem Manipula os Povos Indígenas”, da Capax Editora, 21 25103656 que magistralmente expõe o aparato internacional que controla esta guerra.
5º Reduzir a taxa de natalidade do país-alvo
Todo o estrategista sabe que as fronteiras não são sagradas nem foram traçadas por Deus. Que são resultado de pressões; pressões militares, culturais, econômicas e demográficas, sendo esta última a única capaz de garantir que uma conquista dure para sempre. Pois bem, na medida em que uma população diminui seu poder se esvai.
Se é verdade que as taxas de natalidade dos países desenvolvidos estão diminuindo espontaneamente, nos emergentes e nos sub desenvolvidos isto é incentivado, por motivos óbvios. Com apenas dois filhos por casal a população já diminuirá e baixando a 1,3 crianças por casal é a condenação à extinção do grupo social.
Quem dispuser de um vasto território, como o nosso e não o povoar, mais cedo ou mais tarde vai perdê-lo .
6º - Detonar as Forças Armadas.
  No fundo, o Direito se ampara na força que o sustenta. Não só o Direito como tudo o mais. Sem seus duros lanceiros não haveria nem a cultura grega, berço da civilização Ocidental.
O ideal de qualquer conquistador é eliminar completamente qualquer força de reação, mas como isto é quase impossível, o objetivo passa a ser reduzir ao máximo ,sua força bélica, mantendo os militares com as suas reservas baixas, tanto de munição, víveres e combustível e cós seu armamento tão obsoleto e sucateado quanto possível. Ao mesmo tempo procura-se desviar as Forças de sua missão primordial, orientando-as para missões policiais, combate ao narcotráfico e de outros desvios, esquecendo de suas reais finalidades.
  Seguindo este modelo, nossas Forças, sem recursos e com equipamento obsoleto chegaram a imaginar a suspensão de suas atividades nas sextas-feiras, porque nos quartéis, nos navios e nas bases aéreas por não há dinheiro nem para o almoço dos soldados ,enquanto isto aviões da FAB transportam políticos para o seu lazer.
Não foi a primeira vez que ocorreu a destruição da nossa força bélica: já aconteceu no início da República pelo distorcido positivismo de Benjamin Constant e agora, maquiavelicamente, desde que os militares deixaram o poder em 1985. Por momentos, o governo atual pareceu reverter esse rumo, mas certamente as pressões foram grandes demais e ele se rendeu. Aliás, a grande rendição foi  quando renunciou unilateralmente a desenvolver armas nucleares.
 Sem Forças Armadas com poder dissuasório, o nosso Brasil jamais será uma nação realmente independente, soberana e com chances de se desenvolver.
 Detonar as Forças Armadas  é acabar  com a última esperança.
E ela está acabando. Que Deus proteja a todos nós

Gelio Fregapani 




ADENDO

Insegurança pública: erro de diagnóstico*
 Fabricio Rebelo

O Brasil está imerso em uma grave crise de insegurança pública. Homicídios em níveis epidêmicos, latrocínios em crescente, arrastões antes impensáveis se tornaram comuns, além, é claro, dos já cotidianos roubos à mão armada. A cada notícia destes crimes, também comum é o surgimento de inúmeros questionamentos sobre como se chegou a tanto, o porquê de seguirmos como campeões no número de homicídios anuais. Raros, entretanto, são os que efetivamente buscam resposta para estas perguntas, hoje já quase retóricas.

A resposta existe e não é tão complexa. O país paga hoje o preço por uma visão míope da segurança pública, sob a qual se implementou, há mais de uma década, uma diretriz central absolutamente equivocada para o combate à violência.

Quando o país começou a acompanhar mais efetivamente a evolução dos crimes de morte, descortinando a realidade de aqui se registrar uma quantidade de assassinatos maior do que as ocorridas em países em guerra, o diagnóstico alcançado pelos responsáveis pela segurança pública foi errado, e é este erro que, agora, está custando a vida do "paciente", no caso, a sociedade.

Diante da realidade grave retratada pelo quadro homicida, responsabilizou-se, não as crescentes atividades criminosas, especialmente o tráfico de drogas, mas o cidadão. Entendeu-se que quem estava matando não era o bandido que praticava o assalto e executava as vítimas, nem o traficante que entrava em guerra na disputa por pontos de venda de droga, ou o que eliminava rivais e devedores de dívidas não pagas. Isentou-se também os que, sob o efeito de drogas, cometiam atrocidades, matando sem piedade vítimas colhidas ao acaso ou com as quais tinham prévias desavenças, quase sempre ligadas ao comércio daquelas substâncias. Para o governo, quem matava era o cidadão comum.

Na enviesada lógica governamental, os cinquenta mil homicídios anuais eram fruto de brigas de marido e mulher, desentendimentos de vizinhos, brigas de bar ou conflitos no trânsito. No diagnóstico oficial, o cidadão brasileiro era, por natureza, homicida.

Feito o estapafúrdio diagnóstico, deu-se início ao "tratamento". Ao invés de se combater o avanço e a estruturação das organizações criminosas, o objetivo era desarmar o cidadão. O porte e a posse de armas foram dificultados, criou-se o Sistema Nacional de Armas - SINARM e aplicou-se o elixir miraculoso que acabaria com todos os males: o estatuto do desarmamento.

Houve, é verdade, até uma consulta ao paciente para saber se ele concordava com o tratamento. A resposta veio no Referendo de 2005, com uma retumbante negativa à proibição das armas para os civis. Porém, os "doutores" não deram ouvidos ao desejo do paciente, enfocado como se buscasse a eutanásia, e prosseguiram com o tratamento contra à sua vontade, ampliando-o pela realização de sucessivas campanhas de "vacinação", traduzidas no desarmamento voluntário responsável por recolher já mais de 600 mil armas - justamente as não nocivas e em que consistiam as defesas do "organismo".

Como em qualquer tratamento equivocado, a enfermidade não foi debelada e os efeitos colaterais são sentidos pela população enferma. Nenhuma redução no quadro de homicídios e uma proliferação assustadora nos crimes, cada vez mais ousados, com investidas em locais públicos e mesmo com grande concentração de pessoas, a exemplo de shoppings centers, restaurantes e condomínios residenciais. A doença se espalhou e ficou mais forte.

O erro de diagnóstico precisa ser corrigido. O estado do paciente é grave e inspira cuidados urgentes e adequados. Do contrário, a metástase será inevitável e, com ela, o óbito. E há remédio? Sim, claro que há, mas ele é amargo, de uso prolongado, e se inicia pela eliminação do principal e mais nocivo vírus da violência: a impunidade.

Se desejar ler na integra silicite a 
geliofregapani@uol.com.br
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