" O PROBLEMA DAS NOMEAÇÕES DO PMDB É A FALTA DE NOME LIMPO NO PARTIDO" JC
-
As denúncias do MPF protocoladas na sede da Justiça Federal
do Paraná, em Curitiba, causaram um clima de tensão em Brasília. Há o
reconhecimento de que, em breve, políticos com foro privilegiado também
serão denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no
Supremo Tribunal Federal.
Essa expectativa tem criado um clima de
insegurança no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. Isso porque
a presidente Dilma Rousseff está em fase adiantada da reforma
ministerial para o segundo mandato. E, no Congresso, já começou a
disputa pela sucessão dos comandos da Câmara e do Senado.
Enquanto
não houver a denúncia dos políticos e abertura de ação penal contra
acusados pelo ministro Teori Zavascki, do STF, tudo ficará em aberto.
O temor no Palácio do Planalto é que eventualmente seja nomeado para ministro alguém que será processado no STF.
E, no Congresso, o temor é de que um eventual candidato também esteja
na linha de investigação da Operação Lava Jato. Em tempo: Até o
momento, todos os candidatos e pré-candidatos aos comandos da Câmara e
do Senado têm assegurado aos interlocutores que não têm qualquer relação
com os escândalos da Petrobras.
-
Impasse no próprio PMDB adiou para a próxima semana a
definição dos nomes do partido para a reforma ministerial. Ainda não há
consenso em relação a algumas pastas e nomes escolhidos.
O
partido deve ficar com seis pastas que serão divididas entre os
peemedebistas da Câmara e do Senado. Com o impasse, a conversa do
vice-presidente Michel Temer com Dilma Rousseff, prevista inicialmente
para esta semana, só deve acontecer a partir de segunda-feira (15).
Esta
semana, a bancada do PMDB na Câmara iniciou uma rebelião. Além da
indicação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, para uma
pasta, também quer indicar um deputado com mandato. Henrique Alves já
confidenciou para deputados da bancada que só aceita ocupar o Ministério
da Integração Nacional, que agora também é cobiçado pelo PROS.
Inicialmente,
a negociação era para manter o ministro Moreira Franco (Aviação Civil) e
nomear o deputado Eliseu Padilha, que não disputou a reeleição, para um
terceiro ministério. Padilha tem o apoio do vice-presidente Michel
Temer, do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do vice-líder Lúcio Vieira
Lima. Mas esse cenário ainda não é consenso. A bancada quer ser
consultada sobre a escolha da terceira vaga do PMDB da Câmara.
No
Senado, já há consenso em torno dos nomes de Kátia Abreu para
Agricultura e Eduardo Braga para Minas e Energia. Nos últimos dias, a
senadora Kátia Abreu ganhou o apoio do presidente do Senado, Renan
Calheiros. “Afinal, ela é uma eleitora da sucessão no Senado. Renan não
vetaria alguém que tem votos para sua reeleição”, explicou ao Blog um
senador peemedebista.
Mesmo assim, ainda há dúvida em relação à
terceira vaga do Senado. Renan tenta manter seu afilhado político
Vinícius Lage no Ministério do Turismo. Mas um grupo de senadores do
PMDB avalia que será preciso indicar alguém da bancada para o cargo. Uma
possibilidade seria o líder Eunício Oliveira (PMDB-CE). Mas para isso, a
bancada do Senado quer a garantia de que ele será o ministro da
Integração Nacional.
Ou seja, a conta do PMDB não fecha.
-
A cúpula do PMDB mandou um recado à presidente Dilma Rousseff
de que não aceita a presença do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes
no Ministério da Integração Nacional. Esse cenário passou a ser cogitado
depois que o governador do Ceará, Cid Gomes, emitiu sinais de que
preferiria ir para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em
vez de comandar o Ministério da Educação.
Com o veto do PMDB ao
nome de Ciro, o próprio Cid Gomes passou a considerar a possibilidade de
participar do segundo mandato de Dilma como ministro. O PROS, partido
do governador cearense, quer o Ministério da Integração Nacional, pasta
que também é cobiçada pelo PMDB e pelo PT.