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domingo, 23 de fevereiro de 2014

"GUERRILHA DO ARAGUAIA, UMA AÇÃO SUICIDA DE QUEM TEM NA CABEÇA O MESMO QUE O CAMARÃO" JCN

Do Editor de reservativa.
Não constou da tese do brilhante jornalista Studart, filho de um grande e conceituado amigo da FAB, que a  China de "Mal" Tsé-tung não deu apoio a GA, mas o Partido Comunista Frances, deu uma enorme quantia que foi entregue ao famigerado Leonel Brizola, que desviou o dinheiro em proveito próprio, comprando uma fazenda no Uruguai. O fato resta verídico quando da visita do laranja do zé, a França e foi interrogado pelo Presidente Frances sobre "O Raton" apelido dado ao Brizola pelo presidente e o Partido Comunista Frances.
Logotipo do Leonel Brizola

O Socialismo é um regime que dura enquanto durar o dinheiro tomado dos trabalhadores  para sustento de eleitores vagabundos.  " O Bolsa Família" um deles, nas palavras do Lulatico,  - é compra de votos.

Ver campanha para Residencia.





China de Mao Tsé-tung e Chu En-Lai não deu apoio decisivo à Guerrilha do Araguaia
Fotos: Wikipedia
Mao Tsé-tung e Chu En-Lai: os principais líderes da China menosprezaram o poder de fogo da ditadura civil-militar e reataram relações com o Brasil no governo do general-presidente Ernesto Geisel. Nesse momento, guerrilheiros estavam sendo trucidados no A
A Guerrilha do Araguaia (1972-1974), articulada por João Amazonas, Maurício Grabois e Pe­dro Pomar, era filha da Revolução Chinesa de 1949. A ideia era fazer a revolução comunista brasileira a partir do campo, por intermédio de uma guerra prolongada. Os comunistas se associariam aos indivíduos da massa, persuadidos de que os primeiros pretendiam construir uma sociedade justa — e, de fato, os comunistas sempre acreditaram (e parecem acreditar) na possibilidade de construir uma sociedade de iguais —, derrubariam a ditadura civil-militar e instalariam uma sociedade socialista. No papel e na cabeça dos esquerdistas era assim. Tudo se “encaixava”. As ideias ou a vontade levariam os guerrilheiros ao poder. O levante das massas, liderado por comunistas devidamente “preparados”, derrotaria a ditadura.

A história ocorreu de outro modo, é claro, com a guerrilha derrotada em três anos, e com escasso apoio dos “elementos da massa”. Não porque estes não tivessem simpatia pelos “paulistas”, como os militantes do PC do B eram conhecidos, e sim porque tinham medo dos militares. Muitos foram torturados e aderiram aos militares à força. Mas o que o jornalista e historiador Hugo Studart, com base em documentos do PC do B — apreendidos na Chacina da Lapa, em São Paulo, quando líderes do partido, como Ângelo Arroyo e Pedro Pomar, foram assassinados (não reagiram e poderiam ter sido presos facilmente) —, mostra é que o apoio da China à guerrilha foi mais formal do que efetivo. (Num dos documentos, o Relatório Pomar, o líder comunista Pedro Pomar critica duramente os comandantes da guerrilha.)

Na tese de doutorado “Em Algum Lugar das Selvas Ama­zônicas: As Memórias dos Guer­rilheiros do Araguaia (1966-1974)”, aprovada na Universidade de Brasília (UnB),  Studart nota que, “nos bastidores, as relações políticas entre o PC do B e a China seriam sempre conturbadas. (...) Enquanto durou a luta no Araguaia, os problemas conjugais do PC do B com a China estiveram escondidos. Tanto dos militantes do partido, como também ocultos da repressão militar”.

Segundo Studart, os documentos encontrados na casa da Lapa indicam que “o Partido Comunista da China jamais empenhou apoio efetivo ao PC do B. Nem mesmo emprestou qualquer tipo de apoio em seu momento mais decisivo, durante a Guerrilha do Araguaia. Nem armas, muito menos dinheiro. Nem mesmo um mero apoio moral”. Trata-se, na opinião do historiador, do velho e decantado pragmatismo chinês. No fundo, possivelmente, os comunistas da Ásia não acreditavam que os integrantes do PC do B, com um exército mambembe e mal armado, pudessem derrotar uma ditadura militar fortemente armada, organizada e, tecnologicamente, moderna.

A China apoiou o PC do B treinando alguns de seus militantes — pouco mais de 40 — na Academia Militar de Pequim. “Foi o primeiro e último apoio efetivo. (...) desde a sua fundação”, em 1962, “os dirigentes chineses nunca consideraram o PC do B uma organização realmente relevante para liderar a revolução brasileira”. Na década de 1960, o PC do B era a “sexta organização em importância” — atrás de, entre outras, PCB, Ação Libertadora Nacional (ALN) e Ação Popular.

Os chineses davam muito mais valor à APML do B, dissidência armada da Ação Popular (AP), liderada pelo sociólogo Herbert José de Sousa, Betinho. “No Brasil, o partido que de fato representava o maoísmo e os interesses de Pequim era a APML do B. Apesar de ser três vezes menor do que o pequeno PC do B, a APML do B era muito mais disciplinada às orientações de Pequim”, comenta Studart.

A APML do B, na visão da cúpula do PC do B, era uma “tentativa sub-reptícia do PC Chinês de organizar outro partido no Brasil, transformando a AP numa organização concorrente” do grupo liderado por Amazonas e Grabois. O trecho entre as aspas não é de Studart — é de um documento do PC do B. O documento acrescenta que os chineses estavam apoiando os “fracionistas da chamada Ala Vermelha, um grupo de aventureiros expulso do partido”.

Studart nota que o PC do B e o PC Chinês divergiam a respeito do partido único. “Ainda em 1963”, registra o historiador, “Mao Tsé-tung passou a admitir a possibilidade de coexistência de tendências e diferentes linhas de esquerda, de centro (e até mesmo de direita) no interior dos partidos comunistas. O que importava mesmo era a chamada ‘frente-única’. Para os stalinistas do recém-fundado PC do B, essa tese era absolutamente inaceitável para os cânones do marxismo-leninismo”.

Em 1967, Mao Tsé-tung se tornou “superior” a Marx, Engels, Lênin e Stálin. O PC Chinês decidiu que o pensamento de Mao Tsé-tung, o grande timoneiro, era a “nova etapa do marxismo-leninismo”. O PC do B contra-atacou: a obra de Mao, apontada como “eclética”, não era marxista-leninista.

Quando a China tentou atrair Cuba, retirando a ilha da esfera soviética, o PC do B, segundo os documentos da Lapa, encrespou. Os dirigentes brasileiros discordavam “diametralmente do regime de Fidel Castro” e passaram a criticar o que chamavam de “revisionismo chinês”.

Em 1972, quando Chu En-Lai convidou o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, para visitar a China, os líderes do PC do B ficaram chocados e registraram que a China estava “renegando suas posições anteriores de combate ao imperialismo ianque”. Em 1973, quando a China respaldou o regime de Augusto Pinochet, no Chile, os comunistas brasileiros ficaram indignados.

Segundo Studart, “a punhalada mais profunda nas relações do PC do B com a China ocorreria em 1974, quando o governo de Mao e Chu restabeleceu relações com o Brasil. (...) Era início do governo do general Ernesto Geisel. E justamente naquele ano — em paralelo aos salamaleques diplomáticos entre os dois países — o Exército estava terminando de caçar e de executar os guerrilheiros do Araguaia”.

Num documento, a cúpula do partido lamentou “a falta de solidariedade política dos chineses durante ‘os quase três anos de resistência do PC do B no Araguaia’”. Em 1975, ao elaborar o documento “Sobre as Relações”, o PC do B desistiu da China. O rompimento foi explicitado em 1978. Os chineses passaram a ser chamados de “revisionistas” e “capitalistas”. Entretanto, hoje, 2014, os PC do B está se reaproximando da China.

Se a China deixou de ajudar o PC do B, provavelmente porque não acreditava na sua capacidade para enfrentar uma ditadura consolidada, a Albânia do stalinista Enver Hoxha deu algum apoio à guerrilha. A Rádio Tirana divulgava notícias positivas da guerrilha e denunciava a ditadura.

Guerrilha do Araguaia provoca divisão no PC do B e grupo de Amazonas e Grabois não avisou parte do Comitê Central