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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

AGENCIA SENADO
ESPECIAL
06/02/2012 - 17h47
Alvaro Dias diz que Mantega deve esclarecimentos ao Senado 
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), líder do PSDB no Senado, sugeriu que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, compareça à Casa para esclarecer por que um partido político, o PTB, teria exigido a demissão do ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, que ocupava um cargo técnico. Requerimento para convocar ambos foi apresentado pelo partido nesta segunda-feira (6) à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

- As declarações de Mantega foram comprometedoras. Há uma desqualificação da função [de presidente da Casa da Moeda]. Esse cargo exige competência técnica, mas é de indicação político-partidária e faz parte desse sistema de loteamento dos cargos públicos - reclamou Alvaro, em entrevista na saída do Plenário.
Por outro lado, o senador acredita que o ministro deveria ter mandado investigar Denucci quando vieram as primeiras denúncias de sonegação e lavagem de dinheiro, mesmo que parecessem sem fundamentos à época.
- Não cabe ao ministro aceitar como preliminar a improcedência da denúncia. Cabe a ele investigar. Qualquer denúncia deve ser investigada. Essa é uma área sensível, a da economia. Não há motivo para se protelar qualquer decisão que diga respeito ao rigor em matéria de ética. Se ele não apurou e não tomou providências em tempo, ele prevaricou - criticou o senador.
Alvaro Dias reconheceu a dificuldade de aprovar pedidos de convocação de ministros do PT, já que o Senado tem maioria governista. De acordo com ele, já foram impedidas audiências com o então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.
O senador observou, no entanto, que é um "dever" do partido apresentar o requerimento. O documento, segundo ele, deve ser lido nesta terça-feira (7), para votação na próxima reunião da CAE.
O líder do PSDB também criticou o que classificou de submissão dos senadores aos interesses do Palácio do Planalto.
- O que nós desejamos é que os parlamentares assumam uma postura de maior independência. Essa submissão ao Poder Executivo fica mal para uma instituição tão importante como o Senado. Esse desequilíbrio na representação popular só nos permitirá fiscalizar adequadamente o governo quando parlamentares situacionistas adotarem postura independente diante de fatos graves como esse, ocorrido na Casa da Moeda - disse.