Uma história com "H" maiusculo, que dispensa qualuer comentário. São dez minutos para ler e absorver, palavras, ações, pensamentos, sacrificios, dor, moral, heroismo, e muitas e muitas horas de reflexão. Ainda se fazem brasileiros, como antigamente, mais eles não nascem iguais.
È com muita satisfação acolho no meu modesto blog, as palavras de, Marco Pollo Giordani
DOS HERÓIS E DOS INDIGNOS
O Exército brasileiro, ao longo de sua história, pode se orgulhar de ter tido em seus quadros generais de coragem memorável. Manuel Luiz Osório, por exemplo, durante a batalha de Avaí, na guerra do Paraguai, teve o maxilar inferior arrancado por um balaço. Escondeu o ferimento com o poncho e continuou a estimular seus homens à luta, até que a hemorragia o deixou sem forças para continuar. Posteriormente, quando o conde d’Eu foi designado chefe do Exército brasileiro na guerra, insistiu que Osório, ainda não recuperado, o acompanhasse.
Registra o episódio o historiador Francisco Doratioto, em sua obra “Maldita Guerra”, pág. 400: “Com o conde d’Eu retornou ao Paraguai, por sua insistência, o general Osório, já portador do título de Visconde de Herval. Esse chefe militar não se recuperara do ferimento da batalha de Avaí e sua saúde recomendava que não retornasse aos campos de batalha.
Disciplinado, Osório atendeu ao pedido do conde d’Eu, que era, também, do governo imperial e do próprio Pedro II. O general, em carta ao ministro da Guerra, barão de Muritiba, condiciona seu retorno ao Paraguai ao acompanhamento por um médico e justifica o pedido referindo-se ao ferimento causado pela bala que o atingiu na boca: ‘Tenho a mandíbula inferior sem movimento, não uso os dentes, a mastigação me é impossível, continuando uma supuração abundante pela boca, pelas fístulas abaixo da mandíbula, de ambos os lados’.
Fácil imaginar um ferimento desses sendo tratado em 1868, quando cirurgias corretivas eram impensáveis, e nem mesmo antibióticos havia. Mesmo assim, Osório retornou à luta, desligando-se do Exército no Paraguai somente em 30 de novembro de 1869.
Quanto patriotismo, quanta coragem, quanta dignidade !
Mas, infelizmente, nosso Exército abriga, também, histórias de comandantes que, mesmo em tempos de paz , e sem problemas de saúde, não tiveram coragem de se impor, e o que é pior: traíram seus próprios companheiros e comandados, transcendendo à indignidade.
Quando o Sr. Presidente General Figueiredo, em 1979, não por indigno mas por ingênuo, concedeu a Anistia – ampla, geral e irrestrita – entendi, de plano, que os princípios norteadores da Contra-Revolução de 1964 haviam sido traídos, isto porque, nos dez anos em que lutei contra a corja vermelha, foram mais do que suficientes para entender o caráter irreversivelmente fanático e criminoso de seus quadros.
O tempo mostrou-me o quanto estava correto meu raciocínio. E, do mesmo modo, o tempo mostrou a todos – principalmente aos nossos comandantes militares que foram forjados na luta contra-revolucionária -, que, a Anistia, ao invés da paz, impingiu-nos a pecha de bandidos, através de um contínuo e insuportável revanchismo, nunca dantes presenciado.
Nesse contexto e, doravante, não há que se falar em ingenuidade.
Refiro-me, em primeiro lugar, às indenizações por reparação moral concedidas a terroristas, em razão da Lei 9.140, de 4 de dezembro de 1995, que somente aconteceram porque os chefes militares de então permitiram que tal absurdo se efetivasse.
Até por uma questão de justiça, excluo as indenizações concedidas aos que, comprovadamente, resultaram mortos por erro e/ou engano do aparelho repressivo.
Mas, conceder indenização a terrorista, como Lamarca, que traiu, assaltou, matou e morreu livre, em combate, ou a Marighella e muitos outros, é aceitar o inaceitável, isto é, que “a razão da luta estava do lado dos agressores”.
Ninguém me convence que o chefe do Exército, ou mesmo o chefe de um Comando Militar não dispunha de força suficiente para se impor numa situação dessas.
Nossos companheiros que foram sacrificados em combate contra esses facínoras, obviamente, não lutaram na defesa de comandos ou de chefias, mas na defesa das Forças Armadas, como Instituições fundamentais do Estado, e pela permanência de um Brasil livre e soberano. Não necessitaram eles de estímulos maiores senão o íntimo sentimento do dever, que cumpriram sem vacilar. Certamente não estão a exigir agora, depois de mortos, um panteão ou memorial. Mas não prescindem eles, ad perpetuam, do respeito e da lealdade dos irmãos de armas que continuam e dos que hão de continuar. Então, a não-reação dos chefes militares no sentido de obstarem a concessão de indenizações àqueles que os mataram, foi uma omissão infeliz, covarde e ao mesmo tempo um atentado à memória desses companheiros e também à memória de todos os civis que foram mortos pelo terror.
Não é o caso do general Oswaldo Gomes Pereira, que representava as Forças Armadas na Comissão designada pelo governo Fernando Henrique Cardoso. É sabido que esse general se opôs veementemente contra tais indenizações, mas foi voto vencido, porque a referida Comissão era composta - em sua esmagadora maioria - de elementos oriundos ou ligados à esquerda revolucionária. Além do mais, não tinha o General Gomes Pereira força armada sob seu comando.
Entrementes, como se ainda não bastassem as milionárias indenizações concedidas a terroristas, partícipes de atos que resultaram na morte de 122 brasileiros, vem se impondo a infame mentalidade de que é preciso condecorá-los com as mais altas distinções, pelo “mérito” de terem matado, jogado bombas, da forma mais vil e traiçoeira, tudo isso no intento de implantar neste chão Verde-Amarelo o terror institucionalizado, nos moldes da ditadura proletária da antiga URSS, ainda vigente em Cuba, na Coréia do Norte e também na China. Em abril de 2005, tive a oportunidade de enviar ao Excelentíssimo Senhor Comandante do Exército – General Francisco Roberto de Albuquerque – uma carta na qual expressava minha discordância da maneira como sua Excelência vinha se conduzindo à testa de nossas Forças Terrestres, particularmente no tocante à sua conduta omissa ante os ataques difamatórios da esquerda – anistiada e no Poder – que, de modo contínuo e sistemático, vem nos atingindo. Meu pronunciamento não ficou isolado. Inúmeros outros, até muito mais veementes, inclusive de oficiais superiores, chegaram às mãos do Senhor General Albuquerque.
Tudo em vão. Isto porque o Senhor General Francisco Albuquerque, na minha opinião, não tem amor ao Brasil nem ao Exército; dedica-se a servir o Poder, pelo poder!
Nesse seu inglório mister, condecorou o ex-guerrilheiro José Genoíno, em 2003, com a Medalha do Pacificador! Além disso, reuniu-se reservadamente com o ex-guerrilheiro José Dirceu, hoje indiciado pelo Procurador Geral da República como chefe do maior esquema de corrupção da nossa história republicana. Não satisfeito, concedeu, recentemente, em 19/04/2006, a Ordem do Mérito Militar à também ex-integrante de organizações terroristas e atual Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, “por relevantes serviços prestados às Forças Armadas”.
Pelo que se sabe, a Ministra não compareceu para o recebimento da referida Medalha, mostrando com isso, por um lado, ser coerente com sua biografia revolucionário-marxista, e, por outro lado, totalmente indiferente à bajulações degradantes e interesseiras.
É certo que nosso Exército sempre foi e sempre será maior que os erros de muitos de seus integrantes, em determinada época. Houve traidores em 1935, durante a Intentona de Prestes; inúmeros oficiais e praças janguistas, antes e depois de 1964; e, certamente, hoje, muitos “melancias” enxovalham nossa sagrada farda. Mas, como citei no meu livro Brasil:Sempre, “Não começamos a guerra. Fomos levados a ela. Vencemos. Venceremos todas as vezes que a reiniciarem.”
Diante do quadro político extremamente grave, agitador e temerário que estamos vivendo, cujo desenlace nos levará certamente a novo confronto, torna-se imprescindível rebater, denunciar e atacar o menor deslize ou fraqueza dos que, profissionalmente, têm o dever da segurança.
Todos os elementos da esquerda – sem exceção – são indignos, isto porque fratricidas, adeptos de uma ideologia alienígena e assassina. Por isso, entendo, hoje, nos meus 57 anos, que deviam ter sido eliminados, jamais poupados ou anistiados, muito menos condecorados!Ao conceder uma medalha de honra a um indigno, o Senhor General Albuquerque restou contaminado pela indignidade. Como Comandante do Exército, atingiu diretamente a Instituição; como homem de armas, traiu seus irmãos de farda.
Na sua infeliz opção trocou o reconhecimento e o respeito de uma vida heróica pela passageira ilusão de um cargo!
Marco Pollo Giordani
Militar, escritor, advogado..
Nenhum comentário:
Postar um comentário