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sábado, 6 de maio de 2006


Conexão Caracas
TEMPOS DEL MUNDO 4 DE MAY 2006
Por :CARLOS ALBERTO BECERRIL
Tradução: José C. Nascimento
Conexão Caracas


Em meados deste mês, em plena temporada de férias, um avião DC9, solicitou a permissão para aterrissar em um aeroporto da cidade de Carmem, um povoado costeiro, de pouca importância. Localizado no Estado de Campeche ao sul do México. Uma vez em terra, seu piloto, de origem venezuelana, solicitou o reabastecimento da aeronave.
O avião havia saído do aeroporto da cidade de Caracas. Era um vôo muito especial não tendo nenhum passageiro, somente maletas. Avisadas as autoridades policiais, do pouso não programado, pelos controladores de vôo, já que o plano de vôo indicava como destino o aeroporto de Toluca, uma cidade tumultuada, do México, solicitaram uma inspeção de rotina.
A surpresa foi grande para os oficiais mexicanos, quando nas, cento e vinte e oito maletas foram descobertas, cinco toneladas e meia de cocaína, que tem um valor no mercado de mais de cem milhões de dollares.
A Secretaria de Defesa Nacional (Sedena), informou que se tratava da apreensão mais relevante, dos últimos anos, por via aérea.
Nesse mesmo dia, a seis milhas desse terminal aéreo, no aeroporto internacional da cidade do México, o mexicano Moises Martin Castillo, empregado administrativo do governo do Distrito Federal (Mx), era detido com quase quatro quilos de heroína, presa ao seu corpo, quando desembarcava de um vôo procedente de Caracas.
Ambas as apreensões não passaram despercebidas para o líder nacional dos Oficiais do “Partido de Acción Nacional”(PAN), Manuel Espino, como estratégica de campanha desenvolveu a tese de que André Manuel Lopes Obrador, candidato do “Partido de la Revolucion Democrática”(PRD), tem fortes ligações com Hugo Chaves, presidente da Venezuela”.
“É muito estranho, que um funcionário da Capital, agora apareça envolvido na receptação de uma carga tão grande de cocaína, proveniente do aeroporto de Maiquetina, na Venezuela”. “Parece-nos muito estranho que de um aeroporto tão bem vigiado pelo governo da Venezuela, saia com tranqüilidade um avião carregado com essas maletas, cheias de cocaína,” declarou Espino. Então “creio que aí há razão para seguir se preocupado pelo vinculo que poderá haver, entre o Governo da Venezuela e candidato do PRD.”
A respeito, a investigadora colombiana, Paola Ovalle , socióloga da Universidade Javeriana da Colômbia, que desenvolveu diversos estudos, sobre o narcotráfico na zona norte da fronteira mexicana, sob os auspícios da Universidade Autônoma de Baixa Califórnia,(cidade do México fronteira com California) estabelece que, efetivamente , Venezuela se esta convertendo em uma plataforma para o trafego de drogas, provenientes da Colômbia e de outros países da área.
Ovalle, sustenta que o êxito da atual administração do Presidente Álvaro Uribe na Colômbia na guerra contra as drogas tem obrigado aos grandes produtores a criarem novos canais, para permitir que a produção chegue ao mercado dos Estados Unidos e Europa.
“É muito difícil, que do aeroporto colombiano, saiam grandes embarques, e agora eles se valem das vias marítimas, para poder enviar a droga a outros países, como Venezuela, Brasil e incluso Bolívia”.
Ovalle, afirma que por essa razão Venezuela é um virtual trampolim da droga para diferentes mercados. Em sua concepção, as atuais características de forma e base, da administração de Hugo Chaves, com respeito a política estadunidense, tende a esse efeito. Segundo ela os narcotraficantes estão desenvolvendo uma nova estratégia de seus “modus operandi.”
A estratégia consiste em que a melhor forma de esconder a droga e conduzi-la de maneira evidente. Por isso “ encher um avião de passageiros com droga, em plena época de férias, é muito melhor do que fazê-lo mediante uso de aviões suspeitos. Disse a especialista , “ em realidade, essa apreensão não é mais que uma ponta do iceberg, do volume que se traficam atualmente debaixo desse sistema”.
Sobre a politização da apreensão da cocaína em terra Mexicana a investigadora referiu-se a que, “a guerra contra as drogas nunca esteve isenta de manipulação”,
É evidente o manejo que se está fazendo no México, sobre o tema do narcotráfico, é um tema muito sensível que pode inclusive, modificar as eleições em um dado momento, porém também pode ser uma arma de dois gumes.”
“Falar de narcoestado é outra coisa, e penso que no caso da Venezuela, ainda não temos as evidências necessárias para considerar, dessa categoria” Concluiu Paola Ovalle.

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