Ainda jovem, estudante, o conheci por acaso. Senti nele o caracter daqueles que amam o militarismo embora não o tenha escolhido, mesmo sendo filho e neto de militares, de alto escalão.
Ele assina no final de seu e-mail, seria desnecessário, diante de nossa convivencia,o teor o identifica.
Me sinto um pouco responsável, por essa sua escolha de sempre trabalhar no silêncio, enquanto extrai informações e informes da "Lâmpada de Aladim", por essas característica o arregimentei como informante, o que trouxe bons contatos no meio estudantil, ( para ficar por aqui mesmo)
Meu amigo sempre lutou para engrandecer seu avô, acusado injustamente, como integralista, quando era exatamente inimigo do integralistas. O mesmo que fazem hoje os comuna-terroristas, - roubam
e saem gritando "pega ladrão "assim desviando e confundindo o público incauto .
Apraz-me ter sido o destinatário de suas preocupações, e saber que seu carater, seus principio ideológico democráticos persistem apesar da luta inglória, travada contra os que, ainda detém o erário e dele se servem para a manutenção eterna do poder, até que uma revolta dos roubados e seus "Defensores da democracia"os destruam literalmente.
Meu presado
Desde AC, que o "boi" não sabe a força que tem, ou não lhe interessa saber, porque por enquanto o capim está fresco e a água farta na mesa dos grandes "bois".
Quando souberem, e espero que seja breve, porque senão será nunca.
O "homem" e a "mulher" e seus descendentes, vão puxar a carroça, e o "boi" apenas agitará sua espada.
Um fraterno abraço
José C Nascimento
Ten Rfd. do Eco "Bravo"
Para JCN
Meu amigo
Como espectador inerme e incapaz de realizar algo concreto, tenho apenas me preocupado bastante com o possível desenrolar dos atuais acontecimentos e a única coisa que posso fazer é incomodar aos amigos escrevendo sobre o que me tem preocupado .
Para consumo próprio rascunhei um breve histórico reunindo as etapas (ocasionais e intencionais) do meu contato com a ação e prática anarquista e descobri que sou obrigado a reconhecer que cometi um enorme erro, supus que o movimento anarquista jamais voltasse a oferecer problemas e riscos e permanecesse na obscuridade para sempre .
Todavia isto era pura ilusão, não tive a capacidade de distinguir letargia de morte.
Nas últimas semanas o Brasil tomou conhecimento de que o anarquismo que era efetivamente dado como morto, por quem pelo menos sabia que ele tinha existido, estava bem vivo e disposto a se apresentar como ator no cenário político.
Pessoalmente tive ao longo da vida, esporádicos e rápidos contatos com a concepção ideológica anarquista. A primeira vez que me lembro de ter ouvido algo a respeito, era adolescente em conversas com um amigo que era sobrinho neto de José Oiticica, uma das principais lideranças anarquistas. Me pareceu uma ideia mais folclórica do que séria e eu acima de tudo considerei contraditório tantas boas intenções associadas ao emprego na prática de atos terroristas i
ndiscriminados no final do século XIX e princípio do XX.
Não voltei a pensar no assunto rotulei para mim mesmo que os anarquistas eram ou melhor, tinham sido, um amontoado de malucos engraçados porém perigosos. E por ai fiquei.
Esta era a minha ótica por volta de1962.
Passados alguns anos veio a etapa seguinte quando li um excelente trabalho sobre o assunto que foi escrito em torno de 67 por luiz alberto de vianna moniz bandeira intitulado o “ano vermelho”.
Passei a rotulá-los como tresloucados a serem temidos.
Mas não me preocupei porque pensei que já tivessem ido parar na lata de lixo da história.
O terceiro momento em que contatei o assunto e voltei a acessar dados relativos ao anarquismo no Brasil foi em 1971 por intermédio de uma colega de faculdade que participava de um grupo de pesquisas em Belo Horizonte que estava preparando uma tese de história a respeito do anarquismo no Brasil.
Li os textos iniciais da pesquisa e me surpreendi com o volume que o anarquismo teve no Brasil na década de 10 do século XX. Mas o que mais me surpreendeu, acima de tudo e foi algo que me surpreendeu muito mesmo, foi saber da profunda aversão que os velhos anarquistas ainda vivos a época, nutriam pelos comunistas, apesar de as duas correntes terem se nutrido nas mesmas tetas ideológicas. Esse ódio era manifestado com muita clareza, pois em cada contato inicial que era feito, a primeira indagação que cada um dos velhos militantes anarquistas formulava era sobre a procedência ideológica do entrevistador, pois se houvesse a menor dúvida e suspeita de que o mesmo fosse comunista a conversa estava automaticamente encerrada.
Apelidei isso de “síndrome dos herdeiros de Makno” em homenagem a um fato que pode se considerar que seja o ponto marcante da ruptura entre o anarquismo e o bolchevismo, que foi o episodio trágico e cruel em que as tropas comunistas traiçoeiramente, chacinaram o exército anarquista ucraniano, graças ao qual haviam obtido vitória na guerra contra os exércitos brancos,
Passei então a registrar com clareza a trajetória anarquista e me espantei com várias de suas realizações a primeira foi o fato de que o momento anarquista brasileiro tinha o histórico de um trabalho de infiltração bem realizada no exército brasileiro ,especificamente na Escola de Aviação Militar e subsequentemente ainda restaram vestígios no Primeiro Corpo de Base Aérea só que a esta altura já eram tutelados pelos comunistas que haviam herdado o espólio do trabalho político
anarquista.
Exemplo deste trabalho, havia a indução ao anticlericalismo com base em divulgações de “superstições” inventadas pela central de propaganda anarquista de que ver um padre no campo de aviação “dava azar”.
Entre as incontáveis intervenções propagandísticas do anarquismo por meio de suas infiltrações nas forças armadas ,talvez a mais pitoresca seja uma que produziu um resultado cômico, mas que trazia muito orgulho aos anarquistas que aliás valorizavam muito essa intromissão. O caso em pauta era a reverência a dois anarquistas italianos que foram executados nos estados unidos em 1927.
Isto foi feito tal qual como o foi também posteriormente nos casos de Caryl Chessman em 1960 e do casal Rosemberg em 1953, que foram vastamente explorados pela máquina propagandística vermelha (melhor seria no caso de Sacco e Vanzetti, que se dissesse preta, tendo em vista a cor da bandeira anarquista) com o intuito de imputar “maldades” a burguesia.
No episódio ocorrido em 1927 a intenção era a de homenagear Sacco e Vanzetti. Ardilosamente em um momento inicial os cadetes foram convencidos de que era “espirituoso” chamar ao ocupante do assento traseiro de um aeroplano de Saco, pois ele seria praticamente um “saco de areia”. Depois de um certo período de tempo veio o golpe final que passava pela simulação de que já que o de trás era “saco” que fosse “Sacco” e por sua vez o do assento dianteiro se chamasse “Vanzetti”.
Os anarquistas eram useiros e vezeiros nisto, costumavam dar enorme valor a bobagens comesinhas, como por exemplo, os padeiros anarquistas eram estimulados pelos seus dirigentes a criarem pães e doces e cognominá-los como “bomba”, “torpedo” e outros artefatos explosivos.
Anos depois, em 1978, em conversas com o Almirante Arnoldo Hasselmann Fairbanks ,tive uma surpresa quando ele me contou que em São Paulo na década de 30 havia surgido uma fortíssima corrente anarco-sindicalista no seio da Acão integalista.
Irônica mesmo, é a possibilidade desta corrente ter sido o berço do PT, pois como diziam alguns veteranos da mesma, quando do nascimento do PT ,a vulgarização do emprego do vocábulo “núcleo” dentro do petismo, deve-se a sua origem no integralismo, raiz essa que oriunda do movimento anarco-sindicalista do Integralismo, foi abrigada pela Igreja Católica na década de 30, ao ser expulsa da Ação Integralista Brasieira e chegou, ainda viva, �
� década de 60, quando desaguou no que deveria ser o movimento das comunidades de base movimento este, que foi a contribuição da Igreja ao petismo. Esse viés marxista, dentro do catolicismo, teve origem no Concílio Vaticano segundo e com o passar dos anos passou a contar, como hoje em dia realmente conta ,com adesistas no seio das igrejas evangélicas
Voltando ao tema principal, podemos afirmar que quando se debilitaram os Partidos Comunistas, que foram os grandes predadores do anarquismo, este, no mundo todo, na década de 90, voltou a apresentar vitalidade.
Por uma coisa que só acontece no Brasil, parecida com jabuticaba, e que não é jabuticaba, os herdeiros do anarquismo, da mesma forma que outro magote de vítimas da terceira Internacional, que são os trotskystas, vicejam agora, irmanados aos tapas e beijos dentro do PT, que com a sua doutrina operacional de aceitação da ideia de que existam em seu seio Frações ,semelhantes às propostas por Trotsky em oposição ao centralismo leninista, ferozmente unitário.
Esta miscelânea toda patrocinada pelo grupo Villares deu consistência a um grupamento que norteado ulteriormente pelo grupo Convivium, chefiado pelo Padre Crippa (que para alguns era representante dos interesses da AFL-CIO, para outros da CIA e para um terceiro enfoque, patrocinado por todas essas duas organizações), veio a tranformar-se no PT.
Mas, relativamente ao badernismo mlitante de hoje em dia, Talvez o maior erro entre os que estão sendo cometidos ,seja crer que se está lidando com baderneiros ou vândalos, como alguns os chamam, creio que o assunto é muito mais sério do que isto, é indubitável que existe uma tendência mais do que anarcoide verdadeiramente acrática no âmago do psico-social do povo brasileiro, que só não se manifestou com grande densidade até o presente momento, porque simultaneamente a defesa da desorganização do poder do estado o anarquismo, até pouco tempo atrás, tinha um sério problema organizacional, pois a sua tentativa de criar um modelo de organização política que não respeitasse os princípios básicos de dis
ciplina necessária, existentes nos Partidos Politicos tradicionais não anárquicos , carecia de instrumental tecnológico para ser operada, mas essa dificuldade foi superada pela tecnologia presente, pois do mesmo modo que fazer pichamento no início do século XX exigia um aparato organizacional, que o anarquismo tinha dificldade de montar e tal diculdade se estilhaçou a partir da década de 60 com o advento da latinha de spray, a qual permitiu a qualquer lobo solitário fazer o pichamento que quisesse, do mesmo modo que o spray , a internet presenteou o anarquismo com o sucedâneo do aparato burocrático necessário para qualquer movimento e o pior de tudo virá a acon
tecer se a organização virtual migrar da Web oficial para os caminhos inacessíveis aos poderes dos governos estatais, caminhos estes, que existem no trevoso universo paralelo da Deep Web.
E se ainda puder haver algo pior de é que parece que o que não está sendo percebido é que a soma de todos esses ingredientes gera um resultado tenebroso incomparavelmente maior do que baderneiros soltos nas ruas, esperemos que a providência impeça o espírito anarcóide incrustado na alma brasileira de gerar um movimento de massas com o apoio da tecnologia disponível, principalmente porque segmentos da sociedade que deveriam se rebelar contra as táticas Black Bloc (como realmente o fizeram no início<
/strong>) parece que agora estão começando a aceitar os mascarados e seus métodos para que em troca recebam proteção contra a repressão do Estado
Agora vamos a preocupação que todos devemos ter em primeiro lugar, a quadrilha autodenominada primeiro comando da capital, sempre demonstrou a pretensão de se apresentar como movimento político revolucionário e em segundo Consta agora que o tal PCC está interessado em apoiar os manifestantes Black Bloc em suas manifestações nas ruas.
Conclui-se que a única esperança é que os responsáveis pela segurança consigam entender a gravidade desta torrente anarquista façam com que seja cercada no berço, antes que se torne uma enxurrada, pois mesmo que por suas características próprias, dificilmente pode sonhar em chegar ao poder, por outro lado, tem grande possibilidade de gerar um volume tão vasto de desaglutinação social, desagregação esta, que capitalizada por forças alienígenas pode estilhaçar o país como se o mesmo fosse uma grande Iugoslávia.
Abraços
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Assinatura retorirada pelo Editor de Reservativa, pelos motivos óbvios e ululantes.