Translate
sábado, 26 de maio de 2012
25/05/2012 às 20:07 \ Direto ao Ponto
O estrategista trapalhão, a CPI da Vingança e a bancada dos sem-vergonha
Quem esconde bandidos em casa não deve procurá-los no porão do vizinho, descobriram os parlamentares do PT que embarcaram na aventura planejada pelo estrategista trapalhão. O ex-presidente Lula enxergou na CPI do Cachoeira a armadilha perfeita para a captura dos inimigos Demóstenes Torres e Marconi Perillo. Sem contar o providencialíssimo efeito colateral: o berreiro no Congresso evitaria que o julgamento dos mensaleiros monopolizasse as atenções que continuam convencidos de que ladrão merece cadeia.
Deu tudo errado: em parceria com o perdedor vocacional José Dirceu, Lula acabou armando uma arapuca onde se enfiaram, além do senador do DEM e do governador do PSDB, também os companheiros Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz, o empreiteiro Fernando Cavendish e outros fregueses da Delta. O comentário de 1 minuto para o site de VEJA registra que a CPI, ao seguir o caminho que Lula traçou para chegar ao coração do poder em Goiás, desembocou na trilha que margeia o penhasco.
Formada por representantes da aliança governista e dos partidos de oposição, a bancada dos sem-vergonha, amplamente majoritária, decidirá na próxima terça-feira o destino da CPI. Aprovar a quebra do sigilo bancário da Delta e a convocação de Cavendish, Cabral, Perillo e Queiroz será o começo do salto no escuro. Deixar fora das investigações os bandidos de estimação será o fim da CPI.
Consumada a segunda hipótese, os deputados e senadores favoráveis à absolvição arbitrária dos pecadores não devem contar com o socorro de Lula. Se lhe pedirem que assuma a paternidade da trapalhada, o idealizador da CPI da Vingança dirá, mais uma vez, que não sabe de nada. Melhor justificar o voto cafajeste numa nota conjunta inspirada no carinhoso torpedo enviado por Cândido Vaccarezza a Sérgio Cabral, sem pontapés no português. Uma única frase é suficiente: “Eles são nossos e nós somos deles”.
Um minuto com Augusto Antunes