Ternuma Regional Brasília
Em 180 páginas, o salomônico Ministro Relator do STF atropelou o óbvio, despedaçou o bom senso, subordinou - se às pressões externas, e entregou de bandeja, ao desgoverno, a cabeça dos brasileiros, em geral, e dos nacionalistas, em particular.
Em 180 páginas, verberou e reverberou suas não – dúvidas. De roldão, massacrou todas as alegações e contraditórios contra a homologação contínua de mais um Mega - Latifúndio Indígena. Presunçoso, partiu da premissa de que os contrários eram pobres de espírito, tacanhos e, visceralmente, contra os pobres silvícolas brasileiros.
Estribado em copiosa e tendenciosa argumentação, endossou a inconseqüência. E o fez com pompa.
“O Estado de Roraima é grande, a perda do território indígena, ainda o fará maior do que o Sergipe” (diga-se que o Ministro é sergipano, Terra do notável Tobias Barreto, que deve estar se revirando no túmulo, pelo antipatriotismo de seu conterrâneo).
Estupenda lógica. Que os roraimenses dêem os braços para os sergipanos e vão chorar noutra freguesia.
Na visão planetária do enclítico Ministro o Planeta Terra deveria pertencer ao Homem de Neandertal. Basta que reclame.
Repete – se a pantomima encenada no STJ, aonde por unanimidade de seu Plenário foram descartadas todas as alegações que condenavam a homologação da insensatez.
E, recordemos, não estava em julgamento a concessão de um território para uso e usufruto indígena. É conhecida a existência de imensas áreas já distribuídas pelo território nacional destinadas aos índios (12º do nosso território). E, elas são de tal porte, que maliciosos ousam, apesar de decisões anteriores dos desgovernos do FHC e do imperial Molusco, a questioná – las.
Nunca, fora posta em questão se os silvícolas teriam direito ou não a uma reserva indígena na região. Questionava - se, sim, sua continuidade e dimensão.
Para a compreensão do Ministro Ayres Britto, não pairava a menor dúvida. Assim como a Cesar, o que é de Cesar ceda - se aos índios o que é dos brasileiros.
E, como nada mais disse, irrompeu porta afora com um sorriso de escárnio no rosto.
Brasília, DF, 30 de agosto de 2008