Oposição chama de afronta visita de Orlando Silva à Câmara
Maurício SavareseDo UOL Notícias
Em Brasília
“A sua visita é uma afronta, o senhor não deveria estar sentado na cadeira de ministro”, disse o deputado ACM Neto (DEM-BA). “Sua vinda aqui na semana passada foi uma afronta ao Congresso. Nesta semana é uma afronta ao Brasil. O povo brasileiro quer o senhor longe das discussões sobre Copa do Mundo.”
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), também chamou a presença de afronta e disse que o governo quer dar uma “impressão de normalidade que não existe”.
O líder do PT na Casa, Paulo Teixeira (SP), afirmou que as críticas da oposição têm "motivação eleitoreira" e que as acusações "são uma inversão de papéis porque quem está atacando são aqueles que devem satisfações pelo que fizeram com o dinheiro público”. O petista disse ainda que o assunto da audiência de hoje será a Copa do Mundo, e não uma “plataforma de ataque para a oposição”.
Mais cedo, Silva foi ao microblog Twitter para indicar a estratégia que usará ao falar na Câmara: focar na Copa do Mundo para desviar das denúncias de desvio de verbas públicas para abastecer um suposto caixa dois eleitoral do seu partido, o PCdoB.
“Assinei agora acordo de cooperação entre Ministérios do Esporte, Meio Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente- Pnuma”, escreveu. “O acordo servirá para apoiar a implantação de um programa de sustentabilidade ambiental para a Copa do Mundo. Será a mais verde das Copas.”
Aliados do ministro dizem que o depoimento servirá para acelerar uma agenda positiva após as denúncias do policial militar João Dias contra sua gestão. Dias também falará a uma comissão da Câmara.
Nesta terça-feira, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” informou que o ministro ajudou uma ONG do denunciante apesar de terem sido detectadas irregularidades no convênio com o governo.