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domingo, 24 de janeiro de 2010

AOS MILITARES DAS TRÊS ARMAS

Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira


O autocrata é, antes de tudo, um fraco. Ao parodiar Euclides da Cunha, desejo destacar a pobre personalidade do Comandante-em-Chefe, não só das Forças Armadas, mas também da Nação, e os seus parcos conhecimentos, aprendidos e apreendidos nas espertezas da vida, na Cidade das Sete Colinas. Compreendo, perfeitamente, como se sentem os Militares, estudiosos dos problemas nacionais, conhecedores das urgências do País, que assumiram o compromisso cívico e a responsabilidade profissional de defendê-lo, quando se veem à frente de um indivíduo incapacitado, sequer, de dirigir um automóvel, pelo excesso de combustível em si próprio, e que, contrariando qualquer lógica, ostenta o título que a Constituição, por ele continuamente desrespeitada, lhe outorgou. Que condições intelectuais tem tal indivíduo, para administrar uma Nação do porte do Brasil?


Mal comparando, é o que ocorre em determinados concursos, quando na prova prática de aula, um professor doutor, candidato à vaga, tem que se submeter a uma banca formada por mestres, o que deveria jamais ocorrer. O conhecimento do primeiro, naturalmente, sobressai-se ao dos segundos, o que vai levar os componentes da banca a ter dificuldades em aceitar pontos de vista atualizados por leituras que eles ainda não adquiriram. A isso se chama ‘inversão de valores’. A inversão de valores, na política, tendo em vista o endeusamento dos maus, dos criminosos, em detrimento dos bons, dos isentos de crime, tornou-se nesta República de opereta, o conceito magno da nova ética petista.


Assim, caros Militares das Três Armas, cabe-lhes imunizarem-se do pérfido ranço revanchista, porque aí tem o dedo, sujo, acusatório, covarde, do senhor ministro da justiça. As iniciais minúsculas estão de acordo com a estatura moral deste indivíduo. Cabe-lhes, também, levarem em conta que o autocratismo do Supremo Comandante, e as maiúsculas, aqui, são uma ironia, é resultante não da ausência de cultura acadêmica, mas de educação comportamental, que se adquire no mesmo grupo consaguíneo, chamado família, independente da pobreza ou da riqueza.


Este autocratismo é uma camuflagem para encobrir uma força e uma segurança de que não é possuidor; é um disfarce para encobrir a sua conhecida inaptidão para o trabalho, o seu horror à disciplina, a náusea que sente da hierarquia. Este autocratismo o faz deleitar-se no emprego da linguagem chula, o faz ter o insuperável prazer da provocação constante aos Militares, culminando esta arrogância, no desrespeito aos Comandantes das três Forças ao chamá-los de “cumpaêro”, numa tentativa de nivelá-los aos seus acólitos vermelhos. Este autocratismo do joão-ninguém deixa clara a sua fraca, frágil, debilitada, precária, pobre, medíocre personalidade. O autocratismo faz crer ao indivíduo, falto de todas as qualidades morais, que ele é um Homem, sendo ele, ao contrário, unicamente, um reles representante da espécie, numa fase primária de compreensão do que sejam deveres, respeito, obediência às leis, numa demonstração cabal de permanecer, ainda, no início do processo de civilização.


Por esta razão, peço aos Militares das três Armas que olhem com desprezo aquele que despreza o seu próprio País; aquele que despreza as Forças que são a garantia da soberania da Nação que, engloba, infelizmente, a preservação de sua função de arrogante ‘Chefe de Estado’. Olhem com desprezo o autocrata que cede os direitos da Nação Brasileira a outras nações espertas; que usa a diplomacia para ofender os brios do nosso Itamaraty, historicamente reconhecido como o centro de estadistas; desprezem-no, porém, atentos às suas artimanhas, às suas articulações dissimuladas e insidiosas, cujo objetivo é único e doentiamente perseguido: o de substituir as cores nacionais pelo vermelho do ódio.


Este autocrata, caros Militares, é presunçoso, prepotente e petulante, porque um povo irresponsável, que não merece ser chamado de ‘povo’, por não ter vínculos emocional e afetivo com o País, sem discernimento, fez alçar, infelizmente, por vias constitucionais, um pusilânime indivíduo ao cargo máximo da Nação. Sei, perfeitamente, caros amigos Militares, que, no final, sempre recaem sobre os seus ombros as responsabilidades da paz social, pela ausência de consciência de unidade nacional, pela ausência de consciência cívica dos chamados ‘cidadãos’ brasileiros.


É lastimável que povo e Comandante-em-Chefe sejam imagens espelhadas, porque só assim torna-se compreensível a fantástica simbiose que intervém na vontade de reação de um, mas que estimula a ousadia e a insolência do outro.






Priof.ª Aileda de Mattos Oliveira