Materia que não poderia deixar de ser postada no reservativa.
Editor
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Comentário:
Aviso aos meus amigos trotsquistas, comunistas e transgêneros:
A Folha de S.Paulo acaba de fundar a 6ª Internacional Trotsquista. Em nota sobre o triste falecimento do kamarada francês Pìerre Lambert, guru da facção uspiana (vem de USP) "O Trabalho", primos-irmãos da saudosa Libelú, igreja onde foram batizados companheiros como Palocci, Gushiken, o franco-argentino Luis Favre e o professor brasiliense Sérgio Euclides Libelú, sendo este último (e só ele) meu grande amigo, a Folha informa que o kamarada Lambert militava na 6ª Internacional. Tomei um susto, pois eu havia parado na 4ª Internacional. Por fim conclui que a 6ª exite e está forte no Brasil, reorganizada no governo Lula sob a liderança dos neo-capitalistas Palocci e Favre, ambos prestes a retornar ao poder. Só pode ser isso.
Segue abaixo a nota da Folha. E mais abaixo ainda um artigo do ex-Libelú Paulo Moreira Leite explicando quem é quem na 4ª Internacional, que ajuda a entender como virou 6ª.
abçs
Hugo
FRANÇA Morre em Paris o líder operário Pierre Lambert
DA REDAÇÃO
Um dos ícones do trotskismo francês, Pierre Boussel, 87, mais conhecido pelo codinome Pierre Lambert, morreu em Paris, vítima de uma doença não revelada. Ele era tido como um dos ideólogos da esquerda operária na segunda metade do século passado."O camarada Pierre Lambert faleceu depois de ter lutado até as últimas forças contra a doença", anunciou em comunicado a seção francesa da 6ª Internacional (trotskista). "Até o fim, ele participou da luta pela emancipação operária", diz o texto.Lambert foi candidato à presidência da República, em 1988. Ele obteve apenas 0,38% dos votos, sua maior derrota política.Em 2001, revelou detalhes sobre o passado trostkista do então primeiro-ministro Lionel Jospin. "Fui eu quem autorizou sua entrada no partido socialista", disse Lambert.
Com agências internacionais
A Libelu fez uma festa de 30 anos. O blogue esteve lá
por Paulo Moreira Leite, Seção: brasil s 09:09:56.
Perto de 300 pessoas se encontraram num salão de festas na Vila Mariana, no sábado à noite, para comemorar os 30 anos de fundação da Organização Socialista Internacionalista. Em novembro de 1976, num encontro clandestino, no litoral de São Paulo, nasceu a OSI, grupo trotskista que dirigia a tendência estudantil Liberdade e Luta, além de oposições sindicais em categorias de trabalhadores, como bancários, professores, metalúrgicos e químicos.Do ponto de vista das personalidades que, duas décadas e meia depois, tornaram-se ocupantes do primeiro escalão do governo Lula, o encontro do fim-de-semana foi notável pelas ausências. Ali não estavam os ministros Antonio Palocci nem Luiz Gushiken, nem Clara Ant, assessora de Lula. As ausências se explicam.Gushiken deixou a OSI logo depois de sua fundação, quando Lula começou a formar o PT. Clara Ant e Palocci deixaram a OSI na metade da década de 80, quando a organização enfrentou uma luta interna que a dividiu no meio. Uma parte integrou a Articulação, a corrente majoritária do PT comandada por Lula e José Dirceu. Assumiu posições destacadas no PT e integrou os primeiros escalões do governo Lula a partir de 2002. A outra parte manteve-se como organização própria e atua no PT com o nome de corrente O Trabalho. Ainda mantém relações com o núcleo de trotskistas franceses criado durante a Segunda Guerra Mundial, que tem como liderança um veterano militante, Pierre Lambert.Duas décadas depois, os remanescentes dos dois grupos não se falam nem se frequentam. Tornaram-se adversários dentro do PT, onde a Articulação – que é uma corrente muito mais ampla, com apoio nos sindicatos e em diversas forças -- possui quase a metade dos votos internos e O Trabalho fica em torno de 1% e 2%. Político com sua reconhecida competência para transitar por regiões conflagradas, o vereador José Américo Dias, que participou da fundação da OSI e integrou suas fileiras nos primeiros anos, sendo hoje integrante da corrente da ex-prefeita Marta Suplicy, compareceu a festa de aniversário e fez uma pequena saudação aos presentes.Na platéia, era possível avistar antigos agitadores de barriga saliente e calvície acentuada. Entre os jovens presentes, muitos usavam camisetas com imagens de Che Guevara, figura que passava longe dos movimentos trotskistas, há 30 anos. Os estudantes não vinham da USP nem de outras universidades da elite brasileira – mas de escolas do cinturão industrial de São Paulo. Do ponto de vista social, o público era claramente menos endinheirado do que as reuniões plenárias de décadas atrás. O ingresso custava R$ 3.Era possível localizar grupos de operários, inclusive um senhor aposentado, integrante de uma comissão de fábrica do ABC. Um dos presentes mais conhecidos era Gegê, líder do movimento sem-teto de São Paulo. Na mesa, uma liderança estudantil e três veteranos, fundadores da organização: Markus Sokol, Julio Turra Filho e Misa Boito.Quando a OSI foi fundada, há três décadas, o país vivia sob a ditadura militar e a militância política era uma atividade de risco. Mas seus integrantes tinham a impressão de que o futuro estava ao alcance da mão.A ditadura acabou, o país vive o mais amplo regime de liberdades de sua história, pela primeira vez o Planalto é ocupado por um presidente com origem no movimento operário e popular – reeleito com 60% dos votos.Acho respeitável o esforço de todo militante que dedica horas de trabalho e de lazer para defender uma idéia política -- afinal, este é o combate que importa na vida pública. No sábado, eles controlavam a entrada, vendiam livros e folhetos, ajudavam no preparo de sanduíches e refrigerantes. Muitos fazem isso há muitos anos. Mas tenho certeza de que nenhum deles imaginava enfrentar uma subida de montanha tão íncrime, tão cheia de obstáculos, numa geografia muito adversa.