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quinta-feira, 21 de setembro de 2006

LULA - OPERÁRIO PADRÃO - PARTE 8

Dentro do Palácio Alvorada, residência oficial do Presidente, o ritmo de gastos condiz com o da incrivelmente veloz capitalização pessoal de Lula, que dobrou seu patrimônio pessoal durante os 4 anos de governo, como já vimos. Aliás, já lá pelos idos de 1978, o então sindicalista disse, em entrevista ao programa "Vox Populi", da TV Cultura, que a classe trabalhadora não gosta de miséria e que tem o direito de consumir tudo o que produz: "É o mínimo a que nós podemos aspirar; ou iremos apenas fazer os outros se vestirem, assistirem TV em cores e viver bem". Tudo bem: ele só esqueceu de dizer que a classe operária não custeia a produção e nem suporta o ônus de eventuais prejuízos ou falências. Mas, não foi por esquecimento não, foi por ideologia de "selfish made man" mesmo – hoje todo mundo sabe disso. Lula tem o hábito, por exemplo, de fumar exclusivamente charutos cubanos e de usar cigarrilhas holandesas. Não é para qualquer um.
É aquela velha máxima popular: "Quem gosta de miséria é rico intelectual. Pobre gosta de luxo, de brilho, de esbanjamento e de fartura" – de preferência sempre acompanhados de muito exibicionismo – para que todos possam sentir a mesma inveja que ele sentia dos que tinham aquilo que ele desejava ter. Regozijo de pobre que enriquece é fazer com que os outros sintam ou passem por aquilo que ele sentiu ou passou antes de enriquecer. A simples satisfação pela conquista não é suficiente para aplacar anos e anos de rancor. Há exceções, mas elas só confirmam a regra.
Já em 2003, a Folha de SP publicou interessante matéria comparando o arrocho que o governo está impondo no país, até nos investimentos sociais, com a prodigalidade dos gastos destinados ao conforto e ao luxo de Lula e de dona Marisa no Palácio do Planalto e na Granja do Torto. Foram abertas licitações para a construção de um ginásio esportivo, com sala de fisioterapia, no Palácio do Planalto (R$ 62.500), ampliação da churrasqueira e do salão da Granja do Torto (R$ 92.127) – onde antes já se construiu um campo de futebol devidamente iluminado para que Lula possa jogar à noite com os amigos -, enxoval para o Palácio da Alvorada, que inclui 160 jogos americanos coloridos (R$ 15.200), material de cama em que figuram roupões de banho que sejam confeccionados necessariamente com fios de algodão egípcio (R$ 152.637), travessas de prata, guardanapos e xícaras novas (R$ 19.963), equipamento de mergulho (R$ 38.160), quatro máquinas fotográficas digitais (R$ 5.760), e vai por aí afora.
Em 2005, o Estado de SP publicou alguns dados sobre os gastos do Alvorada: 15 edredons para cama de casal Super King dupla face (R$ 640 cada), 4 colchas de casal - de piquê com acabamento ponto Paris - (R$ 990 cada), 54 edredons de solteiro (R$ 176 cada), 28 colchas para cama de solteiro (R$ 411 cada), 74 colchões (14 deles a R$ 830 cada), 20 toalhas de banho para piscina tamanho extra gigante (R$ 54 cada). Para os 98 servidores que trabalham tanto no Alvorada quanto na Granja do Torto, novos uniformes, no custo total de R$ 50 mil. São eles: 8 integrantes da administração dos palácios, 36 atendentes das copas, 2 do cinema, 39 da cozinha e do refeitório, 27 zeladores, 4 bombeiros hidráulicos, 2 piscineiros e 4 eletricistas. Os ternos masculinos dos empregados custaram R$ 210 cada, mais 152 pares de sapato (36 a R$ 100 cada e 116 a R$ 78) e 228 pares de meias pretas (R$ 7,50 cada). Os 28 pares de sapatos femininos custaram R$ 90 cada. Miséria pouca é bobagem!