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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

bolso da gente permanece no "vermelho"

Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A encenação de uma reunião para debate no "Conselhão", que Dilma Rousseff fará nesta quinta-feira, é mais um gesto inútil de marketagem oficial. O desgoverno não tem a menor credibilidade para realizar as três reformas que vem propagandeando: Previdenciária, Fiscal e Administrativa. Nenhuma delas tem efeito prático, se não for mudada a estrutura estatal no Brasil. Como não faz parte da programação dos petistas e de seus comparsas tal compromisso, Dilma vai apenas fazer um monte de promessas vazias que não cumprirá, por incompetência, falta real de vontade ou ausência de condições políticas.
Das promessas anunciadas até agora, a mais canalha é a criação de linhas de crédito de R$ 50 bilhões. Os empréstimos terão correção pela TJLP (Taxas de Juros de Longo Prazo), hoje de 7,5%, mais um "spread", com a taxa final ficando entre 15% e 18%. A oferta do desgoverno vai na contramão da demanda. Empresas e famílias não querem se endividar mais do que já estão. Quem tem condições, faz o movimento inverso: paga as dívidas, não contrai novas e tenta guardar algum dinheiro (quando, por milagre, sobra). Nem os rentistas querem apostar no Cassino da Dilma, neste regime em que o Estado só sabe sugar recursos, aplicá-los mal ou de maneira corrupta.
Sem credibilidade, não adianta o ministro Nelson Barbosa falar em "pacto pelo desenvolvimento". Isto não é viável nem que a Dilma, de forma absolutamente inesperada, anuncie uma revolução, nos moldes de um "Estado Novo" do Getúlio Vargas, extinguindo o modelo atual e implantando algo que nem ela, a petelêndia e os comparsas na divisão de poder conseguem conceber. Em resumo, a tão festejada reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social será "o mais do mesmo".
Com o atual desgoverno, nem a Velhinha de Taubaté acredita em mudança efetiva, para melhor. Pelo contrário, tudo pode ficar ainda pior. A recessão (em vigor já mais de dois anos) pode se ampliar. A inflação, já em ritmo alarmante, pode contaminar ainda mais a tendência defensiva que o brasileiro sempre teve de indexar e majorar preços, rumo a uma super desvalorização do (irreal) Real. Os juros, os mais altos do Planeta Terra, podem subir mais, para alegria de banqueiros e rentistas, aumentando a trilionária dívida pública e inviabilizando investimentos produtivos.
Em suma: O Brasil é refém da própria canalhice incompetente do modelo político, econômico e social que sempre adotamos - o Capimunismo Rentista e Corrupto. A única saída é uma inédita Intervenção Cívica Constitucional. Tudo indica que esta inevitável mudança estrutural já começa a se construir na vontade das pessoas com um mínimo de bom senso de cidadania. Porém, só deve se efetivar na hora em que as condições atingirem o limite insuportável. O esquema de "mais do mesmo", proposto pelas "zelites" da Dilma, pode acelerar o processo.
Até a coisa ter condição real de melhorar, o jeito será pressionar as falidas instituições desta republiqueta, para que a desgovernança do crime organizado não se amplie e cause mais prejuízos ao Brasil e aos brasileiros.  
Fevereiro vermelho

Diante da recente melhora do cenário de chuvas e pequena diminuição no uso das usinas térmicas mais caras, a Agência Nacional de Energia Elétrica desistiu de criar uma quarta cor (a rosa) para as absurdas bandeiras de energia elétrica (eletrizante sacanagem tecnocrática usada para tomar dinheiro do contribuinte, para arcar com a incompetência de gestão no setor elétrico).

A Aneel resolveu cortar a cobrança adicional da bandeira vermelha em 33% e da amarela em 40%, baixando a tungada de R$ 4,50 para R$ 3 reais.

Resumindo: o bolso da gente permanece no "vermelho", mas o índice de inflação deve dar uma diminuidinha...

Cerco fechando

O juiz federal João Paulo Pirôpo de Abreu, da cidade baiana Paulo Afonso, concedeu uma liminar suspendendo, de imediato, a venda de 49% da Gaspetro (subsidiária da Petrobras) para a japonesa Mitsui Gás e Energia do Brasil.

Pirôpo de Abreu concordou que houve pelo menos três problemas na operação: 1) a suspeita de que não foram cumpridas todas as exigências do processo de licitação; 2) falta de transparência da negociação, sobretudo em relação ao valor da venda, fechada em R$ 1,93 bilhão; e 3) as implicações no controle da Bahiagás, distribuidora estadual de gás natural, que tem ações em poder da Gaspetro, da Mitsui e do governo do Estado da Bahia.

A Petrobras vai recorrer da decisão, já que deixa de embolsar US$ 700 milhões na operação...

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