26/abr/07 (AER) -
A convite da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, Lorenzo Carrasco e Nilder Costa, do Conselho Editorial deste Alerta e co-autores dos livros "Máfia Verde" 1 e 2, participaram da audiência pública sobre a questão indígena em MT realizada na segunda-feira 23 em Cuiabá.
Na ocasião, Carrasco apresentou o movimento ambientalista-indigenista internacional como um instrumento político controlado por forças exógenas interessadas em obstaculizar o desenvolvimento de países como o Brasil. "Na Rússia, estão discutindo a construção de um túnel sob o estreito de Bering, para ligar a Sibéria à América do Norte; na Espanha e no Marrocos, estão discutindo a abertura de um túnel sob o estreito de Gibraltar, para ligar a África à Europa; em todo o mundo, está sendo planejada a construção de 200 novas usinas nucleares. E o Brasil não pode construir usinas hidrelétricas e as suas eclusas, no rio Madeira, e não pode terminar Angra-3 por causa dos ambientalistas de dentro e de fora do governo", afirmou.
Segundo ele, "o país está perdendo uma guerra. O propósito de uma guerra é vencer a vontade do inimigo, e isso é o que está acontecendo no Brasil, que está perdendo a vontade de lutar pela sua soberania e seu desenvolvimento. Isso é o mais preocupante. Trata-se de uma nova forma de guerra colonial, na qual o país não está sendo invadido por um exército estrangeiro, mas está sendo incutida na mente da população uma mentalidade derrotista avessa ao progresso e ao desenvolvimento".
Por sua vez, Costa enfatizou que o alvo estratégico do indigenismo sempre foi a criação de "nações dentro de nações" em países do Extremo Ocidente , denominação para a América Latina que vem sendo crescentemente utilizada em certos centros de pensamento do Hemisfério Norte. Para a operacionalização da agenda indigenista, foram criadas ONGs como a Survival International, uma espécie de "braço humano" do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) da família real britânica, que teve uma importância fundamental na campanha internacional que levou o governo brasileiro a criar a reservas indígena ianomâmi, na década de 1990. Outra ONG citada por ele foi o Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI), fundado no início da década de 1970, sob os auspícios do Conselho Mundial de Igrejas, que tem promovido ativamente a insidiosa tese da "autonomia" dos povos indígenas. No início da década passada, o CEDI foi reorganizado e virou o Instituto Socioambiental (ISA).
O fato, prosseguiu, é que a tese "autonomista" saiu vitoriosa na Constituição de 1988, possibilitando a criação de imensas reservas indígenas. O resultado é que 14% do território nacional já são "domínio indígena". A polêmica homologação da reserva Raposa Serra do Sol, na fronteira de Roraima com a Venezuela e a Guiana, marcou o início da segunda fase da agenda indigenista, a conquista da autodeterminação, passo obrigatório para uma futura criação de "nações indígenas". Encerrando, Costa conclamou as forças nacionalistas a se mobilizarem para reverter esse quadro, que constitui uma séria ameaça à soberania do País. Neste sentido, sugeriu que uma das bandeiras poderia ser a retirada da ratificação do Brasil da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que exige, de forma sutil, a autodeterminação de povos indígenas e tribais em "nações" independentes.