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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dilma,redenção das sapatinhos (JN)

Lula disse que "Dilma será a redenção das mulheres no Brasil e no mundo" (vejam abaixo).
De que mulheres Lula está falando? - será de Erenice Guerra? será de Cristina de Castro (a "Tupamara", segundo o tratamento íntimo de Dilma)? será de dona Marisa Letícia Lula da Silva (sabe-se lá o que anda na cabeça de Lula...)? será de Ideli Salvatti? de Benedita da Silva? de Marta Suplicy? de Angela Maria Slongo, a mulher de Olivério Medina, embaixador das FARC no Brasil, que Dilma pendurou lá no Ministério da Pesca? ou será de Ângela Guadangin, a ex-deputada que rebolou no Congresso Nacional para celebrar a impunidade do companheiro mensaleiro?
Talvez Lula queira se referir a todas as mulheres mentirosas, que tratam questões morais sérias com a facilidade da mentira tirada do cós da saia, para engambelar os menos informados. Dilma só pode ter sido instaurada como redentora dessas mulheres. 
Uma hipótese provável é que Lula, ao nomear Dilma como redentora das mulheres, estivesse pensando naquelas moças cuja atividade comercial está prevista para ser legalizada no Plano Nacional de Direitos Humanos 3. O PNDH3 vai e volta, e sempre surge a hipótese de ele se aproximar do programa de governo da candidata Dilma. Ou essa hipótese deve ser descartada?
Lula nomeou Dilma candidata à Presiência. E, agora, do alto de sua megalomania palanqueira, Lula nomeia Dilma redentora das mulheres no Brasil e no mundo. 
No Brasil, seguramente, eu e milhões de outras mulheres não precisamos que Dilma nos redima de coisa nenhuma; somos inteligentes, trabalhadoras, defendemos nossos princípios, cuidamos de nossas famílias, lutamos por salários justos desde antes de Dilma aparecer, ficamos estarrecidas diante de cada escândalo de corrupção cometida pelos figurões e figuronas, e exigimos que a Lei Maria da Penha seja devidamente aplicada nos casos que nela se enquadrem.
Por que Dilma, candidata a governar o Brasil, deverá ocupar seu tempo para ser a redentora das mulheres no Brasil? Dilma mudou, de uma hora pra outra, sua opinião sobre uma grave questão moral como a legalização do aborto; com a mesma rapidez e facilidade,  poderá retomar a antiga opinião depois de eleita, que, aliás, é parte do programa de seu partido PT. E se Dilma mudar de opinião sobre as mulheres brasileiras? 
E no mundo, que mulheres precisam de Dilma como redentora? Lula, certamente, não se referiu a Michelle Obama ou a Carla Bruni ou à militante Brigitte Bardot. Poderia Lula citar as ações de Dilma, redentora das mulheres no mundo, em favor da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada a morrer por apedrejamento (pena que, recentemente, foi comutada para enforcamento)?
De que mulheres Dilma será a redenção? Não acredito que Dilma possa ser a redenção de Marina da Silva.
Só mesmo Lula poderá explicar sua declaração palanqueira; afinal, Dilma Rousseff é uma criação sua e ele sabe o que sua candidata deve dizer, fazer e, agora, como desempenhar o papel de redentora das mulheres no Brasil e no mundo.
Quero tranquilizar Lula: quando ele traçar a estratégia de sua redentora, pode me tirar da lista de beneficiadas; não preciso da redenção oferecida por Dilma e não vou atravessar o portal de sua igreja. 
Ter uma redentora mentirosa... Mulher nenhuma merece...
Será que Dilma sabia que Lula iria nomeá-la "redenção das mulheres no Brasil e no mundo"? Não importa: Dilma faz tudo que Lula diz e quer.
O que o Brasil (homens e mulheres) espera de quem estiver na presidência da República não é redenção: é defesa do Estado democrático, respeito à Constituição, trabalho sério, ficha limpa, transparência de atitudes, convivência com uma imprensa livre, honestidade de propósitos,  políticas sociais para a construção do desenvolviimento e do progresso para todo o povo brasileiro,  e participação nos palcos internacionais sempre em defesa da democracia e sem fazer "gracinhas" e tiradas de humor diante das graves questões internacionais. Tá difícil de Lula e Dilma entenderem coisa tão simples?
Prenfam todos que estão no palanque. Eles sabem porque?
Sônia van Dijck