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sábado, 8 de novembro de 2014

Um dia é da caça, O OUTRO DO CAÇADOR.

COLUNA MESTRA           Diário da Serra   
Humberto Migiolaro                                      hmigiolaro@lpnet.com.br

UM DIA É DA CAÇA

                                   O candidato Aécio Neves declarou claramente, e sou testemunha viva: “Dêem-me São Paulo e lhes darei a Presidência da República”. Sua equipe técnica havia calculado rigorosamente o resultado que teria nas urnas paulistas, isto é 70% dos votos, o mínimo que teria sido esperado pela imensa aprovação no estado líder da federação brasileira. As urnas revelaram 64%, ou seja, menos seis para ele e mais seis para a presidente. Com esses 12% do maior colégio eleitoral do país, teria mais 3.600.000 votos, portanto venceria com folga as eleições. Eles não são amadores, tem planilhas e profissionais hábeis para esse cálculo. O que deu errado? Não sabemos. Pessoas falam em fraude, outros em mudanças de ultima hora, outros em medo, outros no acaso, no destino...
                                   De saída alguns fatos pipocam. O ex-presidente Lula da Silva, de imediato, puxou a cadeira para si e se declarou candidato em 2018. Finalmente a América foi descoberta, o novo Colombo já afirmou: “Nunca antes neste país...” Do alto de sua autoridade quase canonizada pelos “nós” e demonizada pelos “eles”, nem Nostradamus suporia tal posicionamento. Benção dos deuses para os interessados, carentes e beneficiários do neo-coronelismo, inferno definitivo dos trabalhadores, pais de família responsáveis e dos amantes de uma pátria verdadeira onde prenunciou Vaz de Caminha, “Em se plantando tudo dá.”
                                   A presidente também tomou sua cátedra. De cara um revés no Congresso que refugou o decreto sovietizante, porem, quem não conhece nossos deputados? Lá vem de novo São Francisco: “É dando que se recebe”, complementado pela lei do mercado: Quanto menos se oferece maior o preço da mercadoria, e, por Murphy: Se alguma coisa tem alguma chance de dar errado,não duvide, dará errado. Ela sabe disso, seu mestre mentor sabe melhor ainda. A estratégia será certamente manter o partido em alta, mas a presidente em baixa, ele abrigaria em sua pessoa o novo e o velho Messias. Deus proteja nossa pátria!
                                   O Ás na manga do colete: Plebiscito para a reforma política. Alguém aí imagina que tipo de reforma seria proposta pelas nossas autoridades do partido oficial? Seria imaginável a esta altura um arroubo de altruísmo e atendimento aos apelos e angustias de uma nação que teve tudo para ser líder porem seguindo os estranhos caminhos da ideologia tornou Cuba, Venezuela, Argentina, Bolívia e Coréia do Norte como rumos e espelhos? O bolsão de miséria, injustiça, perseguição, carência, tirania, desabastecimento e banditismo oficial que os norteia certamente estenderá suas teias para nossa terra. As nações desenvolvidas e seus governos sérios continuação e acentuarão o afastamento de nós. Vender para pobres nações é o mesmo que dar a cara a tapa, sai barato e não se recebe. O que teríamos a ganhar nas relações exteriores com a corja latino americana? Com a China que nos enche de quinquilharias e falsificações e com o “rei” da Rússia, o ordinário Putin? Este ignora a ONU e suas sanções que tira de letra. Anexa territórios estrangeiros, sem ética alguma, assassina civis e derruba aviões de carreira. Quem se esquece dos bloqueios a nossas exportações de carne e de grãos? Esse, mais Fidel e o Isis que decapita inocentes diante das câmeras são idolatrados parceiros de “diálogo” da nossa presidente na tribuna das Nações Unidas.
                                   Plebiscito. Incrível a desfaçatez e falta de originalidade de nosso governo. Pior, a ignorância política que grassa como Ébola em nosso solo o receberá como medida popular e democrática. Somente retardados podem imaginar que se corrigiriam os rumos errantes de nossa desvalida pátria em consulta popular dirigida e tendenciosa. O mais recente plebiscito realizado no pais, o do desarmamento no primeiro mandato de Lula, foi verdadeira farsa com pergunta enganosa, o mesmo tipo utilizado por Chávez na Venezuela para se eternizar no poder. Preferido por demagogos e manipuladores do povo desde os tempos de Roma, passando por Napoleão, Hitler e Mussolini. Ditadores são os maiores adeptos desse tipo de consulta que cheira a bondade, mas é diabólica arma para domesticar as massas. Na Alemanha o nazismo controlou toda a nação e a empurrou à Grande Guerra através de consultas manipuladas pelo “Fuhrer”. Na mesma medida Napoleão sepultou as conquistas da Revolução Francesa, berço da democracia moderna, através de plebiscito. Dilma contesta o teor bolivariano de sua pretensão. Aliás, o que seria na verdade essa tal doutrina de Bolívar, um aristocrata milionário que com poder econômico para tal aprendeu na própria Espanha a forma de desalojá-la do controle das colônias sul-americanas e, de regresso substituiu a tirania espanhola pelo seu próprio e pessoal expansionismo? Anexou à Venezuela o Peru, Equador, Colômbia. Traiu sua família se arrastando pelas Américas com sua amante Manuela Saenz e morreu na Colômbia após extensa luta contra a tuberculose. Mas, o bolivarismo de Chávez rogava: Dá-me um símbolo e, como no comercial, Miss Universo é título burguês. Viva Bolívar El libertador, para compor a galeria de heróis de encomenda, para Chávez, e somente para ele, fora assassinado pelas “Fuerzas Reacionárias Americanas”.
                                   O tempo não para, diria Cazuza. Não se adormece sobre as vitórias tampouco se acomoda ao jugo da derrota. As forças verdadeiramente democráticas da oposição ganharam sensível espaço nas recentes e questionáveis urnas. O Senador violentado pelo desvio ético do partido do governo assume a liderança oposicionista e se propõe a afrontar o poder com sua atitude. Arregaça as mangas, pretende se afastar das disputas e querelas menores com pares do Congresso e se oferta a personalizar a Grande Oposição. Ajusta a frase de Marina e declara que é melhor ganhar perdendo. Afirma Aécio que não permitirá a diluição da revolta nacional e nem consentirá que manobras paralelas do governo desviem a atenção dos brasileiros do maior escândalo de corrupção de nossa história, e talvez de todo o mundo - o da Petrobras. Calma! Assentem-se, o leão é manso: Um dia é da caça,

                                   O OUTRO DO CAÇADOR.