terça-feira, 25 de novembro de 2014
Juízes Anticorrupção querem convencer EUA a processarem diretores e conselheiros da Petrobras
Edição do Alerta
Total – www.alertatotal.net
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Magistrados e investigadores norte-americanos já calculam
que a Petrobras corre o risco de levar uma multa próxima de US$ 5 bilhões, caso
seja condenada com base no Foreign Corrupt Practices
Act - Lei contra
Atos de
Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês). Caso a condenação se efetive, e o valor não seja pago, a empresa fica
sumariamente afastada do acordo de globalização corporativa e impedida de
negociar ADRS na Bolsa de Nova York. Se tal condenação for imposta nos EUA,
investidores "minoritários" promoverão enxurradas de ações judiciais
pedindo ressarcimento de prejuízos.
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Multas pesadíssimas também podem ser aplicadas, em caso de
condenação, aos dirigentes da empresa. Condenados criminalmente lá fora
, ficam
passíveis de prisão se deixarem o território brasileiro. Integrantes da informal
"Associação de Juízes Anticorrupção" esperam convencer especialistas
norte-americanos que existe a possibilidade concreta de o Conselho de
Administração da Petrobras, do qual fazia parte a presidente Dilma Rousseff, e
do Conselho Fiscal, também serem incriminados nos EUA, junto com o corpo de
executivos da Petrobras. Esta é a grande dúvida dos processos civis e criminais
tocados com apoio do Departamento de Justiça dos EUA contra a Petrobras.
Ontem, por força legal e de mercado, a Petrobras foi obrigada a informar ter recebido, no dia 21, uma notificação da Securities
and Exchange Commission
(SEC), órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, requerendo
documentos sobre a operação Lava-Jato. A estatal
de economia mista garantiu que
eles serão enviados após o trabalho com o escritório nacional Trench, Rossi e
Watanabe Advogados e com o americano Gibson, Dunn & Crutcher, já
contratados para fazer investigação interna independente.
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Ontem, por força legal e de mercado, a Petrobras foi obrigada a informar ter recebido, no dia 21, uma notificação da Securities
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Conforme o Alerta Total revelou ontem, na recente conversa
com altos diplomatas dos EUA com Dilma Rousseff, durante o G-20 na Austrália, a
Presidenta brasileira foi advertida de que a situação era delicada, porque a Petrobras
era alvo de investigações pelo departamento de Justiça e da Securities and
Exchange Commission - a SEC. Os norte-americanos reclamam, sobretudo, da
"falta de humildade" de Dilma para tratar do assunto que envolve
diretamente o nome dele, já que foi presidente do Conselho de Administração da
Petrobras na gestão Lula da Silva. Dilma e outros membros dos conselhos de
Administração e Fiscal correm risco de processo. Mesmo risco das empresas de
auditoria PriceWatherhouseCoopers e KPMG Auditores Independentes que assinaram
balanços da estatal, sem qualquer ressalva, durante o período investigado pela
Lava Jato - e agora, também, pelos norte-americanos.
O pavor dos corruptos brasileiros aumenta porque os
investigadores dos EUA prometem fazer um pente fino em operações de
subsidiárias e coligadas. Um alvo direto é a PFICo (Petrobras International
Finance). A empresa sofreu uma estranha cisão parcial por decisão da Assembleia
Geral da Petrobras, em 16 de dezembro de 2013. Outro "target" é a
Petrobras Global Finance B. V. – uma caixa preta sediada em Rotterdam, na
Holanda. Por causa da Lava Jato, os investigadores também cuidarão de uma pouco
conhecida coligada, situada em um paraíso fiscal: a Cayman Cabiúnas Investment
Co.
Os norte-americanos têm outros alvos bem definidos. O
principal deles é a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Investigadores
acenam com a forte suspeita de que a empresa tenha sido adquirida em uma mera
operação de lavagem de dinheiro. Também entram na rigorosa apuração as obras da
refinaria de Abreu e Lima (PE) e do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj). Nos
EUA, gera condenações a prisão ou multas milionárias o pagamento de comissão a
funcionários públicos para obtenção de vantagens comerciais ou licenças para
construção.
Edição do Alerta
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