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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Jobin comanda lobby político para impedir auditoria no voto eletrônico, e TSE impede Diebold de trocar urnas

Por Jorge Serrão 7set2009Exclusivo – A parada de 8 de setembro é sinistra e indigesta! Está convocada para esta terça-feira uma reunião-almoço do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o colégio de lideres da Câmara Federal. O regabofe não tratará de questões militares e nem da provável ida de Jobim para o Ministério da Justiça. O assunto é a próxima eleição.

O objetivo bem definido do encontro é pressionar os deputados-lideres para não reincluirem, na mini-reforma eleitoral, a auditoria independente do software nas urnas eletrônicas. Ou seja, o resultado de nossa eleição continuará uma “caixa-preta” que só o TSE pode abrir – se quiser e for conveniente, é claro! A falta de transparência eleitoral continua assombrando o processo político brasileiro.

Para ficar afastada dos holofotes da imprensa, a reunião entre os líderes e Jobim está agendada para as 12h, na residência do Presidente da Câmara Michel Temer. A revelação sobre o “cardápio” (indigesto para a democracia) e a hora do encontro são do engenheiro Amílcar Brunazo Filho - Representante Técnico do PDT junto ao Tribunal Superior Eleitoral e membro da ONG Votoseguro.org. Os deputados-lideres já foram convidados e estão com o encontro agendado. Pode ser que a divulgação e o objetivo do encontro atrapalhem os planos. Tomara que sim!

Além dessa reunião mal-intencionada, vazou no mercado de informática um mega-negócio que não se concluiu, por decisão unilateral do TSE. No começo do ano passado, a norte-americana Diebold fez uma proposta oficial ao Tribunal Eleitoral para a troca de todas as urnas eletrônicas a serem usadas em 2010. A empresa apresentou um estudo reservado indicando vulnerabilidades no sistema das atuais urnas. Estranhamente, a cúpula do TSE recomendou aos dirigentes da Diebold que desistissem da proposta, e que não tocassem publicamente no assunto.

A “ordem” do TSE foi cumprida parcialmente, já que em Brasília todos os assuntos sigilosos costumam vazar para a torcida do Flamengo – ou do Corinthians (o que soa melhor ao fanático torcedor Stalinácio). Em 2010, só teremos “eleição segura” na retórica oficial. E sem direito a auditoria no sistema – como deseja o desgoverno petista-peemedebista -, o processo fica ainda mais nebuloso e parecido com o cassino do Dom Corleone.

Armação ilimitada

Amílcar Brunazo Filho explica que o texto original do Art. 5º da minirreforma eleitoral, aprovado na Câmara, prevê a criação da Auditoria Independente do Software das urnas eletrônicas por meio da recontagem dos Votos Impressos Conferidos pelo Eleitor de 2% das urnas.

Quando o projeto chegou ao Senado, o Ministro da Defesa foi ouvido em audiência pública (dia 12/08), durante 2 horas.

Jobim rgumentou a favor de todos pontos polêmicos incluídos na reforma (uso eleitoral da Internet, cotas das mulheres, prestação de contas, etc.) com exceção do art. 5º, que recomendou ser excluído integralmente.

Falácias

Brunazo lembra que, para justificar sua posição, o ministro Jobim apresentou falácias e falsidades.

Uma delas foi que o voto impresso vai permitir a identificação do voto, o eleitor vai poder colocar mais de um voto nas urnas, etc.

Em vez de excluir o Art. 5º, os senadores-relatores o modificaram para acabar com a auditoria independente do software mas não colocaram nada no seu lugar.

Os EUA não confiam nas urnas

A Diebold vendeu seu negócio de urnas eletrônicas, nos Estados Unidos.

Quem comprou foi seu principal concorrente, a Election Systems & Software.

O valor do negócio foi de US$ 5 milhões em dinheiro, mais 70% das receitas geradas pelo negócio, durante cinco anos, a partir de 31 de agosto deste ano.

No ano fiscal de 2009, a Diebold terá custos de US$ 55 milhões com a operação.

Ideia fora do lugar

Ao contrário do Brasil, o sistema de voto eletrônico não “pegou” nos desconfiados Estados Unidos da América.

Os norte-americanos insistem na tese de que as urnas eletrônicas são suscetíveis à fraude.

Ao propor um aprimoramento de nosso hardware eleitoral, a Diebold demonstrou seriedade e compromisso com a qualidade do processo eleitoral.

O mistério insondável é por que o TSE não aceitou a proposta deles, e insiste em rejeitar qualquer proposta de auditoria independente do software nas urnas eletrônicas

A empresa

Diebold, Incorporated é líder global em soluções de autoatendimento e sistemas e serviços de segurança.

Sediada em Canton, Ohio (EUA), emprega mais de 17.000 colaboradores e está presente em quase 90 países.

Suas ações são negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque sob a sigla ‘DBD’.

Acesse: http://www.diebold.com/ (site global) ou http://www.diebold.com.br/

Quem manda

A Diebold é líder nos segmentos de automação bancária e automação eleitoral no Brasil

É presidida, no Brasil, por João Abud Júnior.

Por aqui, em 2008, faturou R$ 1 bilhão – com 60% da receita advinda do setor bancário.

Os bancos trocaram a maioria dos equipamentos de sua rede de atendimento – maioria fabricados pela Diebold.

A unidade brasileira ficou em primeiro lugar entre as subsidiárias que mais contribuíram para o resultado global da Diebold.

Poderoso Jobim está em todas

O Ministro da Defesa negocia, diretamente, mega-acordo militar de R$ 22,5 bilhões que será assinado neste “dependence day” com a França.

O brilhante jurista Jobim também participou, diretamente, da redação da polêmica legislação sobre o marco-regulatório do pré-sal recém enviada ao Congresso.

Agora, Jobim também entra na mini-reforma eleitoral...

Cotado para substituir seu colega de infância Tarso Genro na pasta da Justiça, Jobim é uma das poderosas interfaces entre o PMDB (ao qual é filiado) e o governo petista.

Enfim, se derem mole, Jobim acaba se credenciando como candidato a vice na chapa da Dilma – lugar que hoje é pretendido pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) – sobrinho do Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, onde Crivella também é bispo licenciado.

Comentário de reservativa.
Por aqui ganha as eleições o dono da bola, digo urna.
Solo tutti carca mano