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domingo, 17 de novembro de 2013

"GUERRILHEIRO SAI DO ARMÁRIO VESTINDO ROSA CHOQUE (JCN)

O GUERRILHEIRO DE FESTIM
O jornalista Luiz Maklouf Carvalho, escreveu o livro “O Coronel Rompe o Silêncio – Licio Augusto Ribeiro, que matou e levou tiros na caçada aos guerrilheiros do Araguaia, conta sua história” – (isto é lá título de livro? Só vi semelhante em história de cordel em Caruaru). Baseado em minhas declarações, mas distorceu muitos fatos, fez comparações com falsas, suspeitas e mentirosas testemunhas, cortou muito do que foi por mim declarado, enfim, fez o que quis, com o objetivo de tirar o conteúdo dos fatos reais. Só o extenso título do livro já diz qual o objetivo do autor.
Como ele próprio declarou, foram cerca de 14 horas de duração da entrevista, em três dias consecutivos; se cronometrarmos a leitura da parte que falo, não chega a 2 horas. Daí, uma idéia dos cortes ao bel prazer, grande jornalista investigativo…
Mantém um portal na WEB e já escreveu vários outros livros, dentre eles, “Mu-lheres Que Foram à Luta Armada” (Prêmio Jabuti de Livro Reportagem /1999) e agora por último “Eu Já Vi Esse Filme”, mostrando as falcatruas do governo Lula e provando que Lula sempre soube de tudo. É, portanto, um jornalista corajoso, já tendo realizado entrevistas com comunistas-arrependidos, que acusam Lula de muitas ações reprováveis, falcatruas, no mínimo.
Por tudo isso, tentei introduzi-lo na pesquisa do nome do traidor do Molipo, iniciando por fornecer-lhe dados concretos. Para entrar no fio da meada desse assunto, é preciso que o jornalista tenha muita garra e muita coragem. Na época, jun/2004, o Oficial do CIE/Rio, Escalão Recuado, que fazia a ligação com o traidor através a rede análoga do Ministério das Relações Exteriores, estava em perfeitas condições de saúde mental (embora em cadeira de rodas), portanto, podendo confirmar o nome do traidor, com ampla firmeza e segurança, além de apresentar as provas necessárias que me afir-mou possuir, documentos do CIE e do Ministério das Relações Exteriores. Assim, Maklouf deixou escapar uma grande oportunidade de um espetacular, senão o maior, furo jornalístico sobre a luta armada, dado o nível do traidor no palco da política nacional: “O traidor do MOLIPO, responsável pela morte de 23 elementos, dedurados quando voltavam de Cuba, era o seu Zé Mané”. Hoje, o referido Oficial de Ligação, continua em cadeira de rodas, piorou muito, baixado ao hospital, sem mais condições de falar de maneira confiável, segundo a própria enfermeira particular que ouviu dele a confirmação recente do nome do traidor, quando lhe perguntei se ainda lembrava. Um Coronel que estava presente também escutou a confirmação e não se revelou surpreso. Aliás, esta enfermeira, desconfiei que era “plantada” junto ao Coronel pelos comunas, tal a desenvoltura, interesse e atenção no que conversávamos, dada a importância do oficial. Quando ela escutou o nome do traidor dito pelo doente, parece que se inquietou. Mas outros oficiais sabem o nome do traidor e possuem provas; haverão de falar algum dia. Qualquer jornalista mais arguto e investigativo, poderia facilmente localizar a tal enfermeira e confirmar. E os arquivos do Ministério das Relações Exteriores estão aí mesmo à disposição.
Do nosso lado, só temos a demonstrar imensa gratidão; graças a ele, foram pegados os mais fanáticos imediatamente ao chegarem ao Brasil, antes mesmo de criarem condições necessárias às ações deletérias que planejavam. Maklouf estava, pelo que tudo indica, cumprindo a orientação da tal comissão de Nilmário para obtenção, por meio de entrevistas, dos nomes dos militares que participaram da luta, naturalmente para serem os primeiros a levar ao “paredón”, como “confessou” Greenhalghh publicamente. Não avaliou corretamente a importância e a responsabilidade no revelar o nome do traidor. Na minha opinião, quem vai revelar o nome do traidor é o Carlos Eugênio Sarmento (Clemente). É uma questão de tempo.
Greenhalghh, quando vice-prefeito de São Paulo, declarou em discurso que “ca-so o PT chegasse ao poder os principais pontos de seu governo seriam:
- desativação dos Ministérios das FF AA, que seriam substituídos pelo Centro de Defesa Civil;
- remanejamento das Forças Armadas, transferindo os Oficiais que serviam no Sul para o Norte, e vice-versa, afastando-os, assim, das frações por eles comandadas, prevenindo possíveis ações armadas;
- reformar 50% dos Oficiais da Ativa, cujos nomes já tinham sido levantados;
- extinguir todos os Órgãos de Inteligência, abrindo seus arquivos ao exame de uma Comissão Popular;
- submeter a júri civil todos os envolvidos direta ou indiretamente com a repres-são (revisão da lei da anistia).
Ao final do evento proclamou: “O povo deve se conscientizar e se mobilizar. Sair às ru-as. Só através da luta armada é que conseguiremos garantir a posse de Lula”.
(Livro “A Face Oculta da Estrela”, João de Paula Couto, Porto Alegre, Gente do Livro, 2001).
Estamos vendo que pouco falta para a concretização de todos os itens.
O jornalista Hugo Studart escreveu:
“José Genoíno Neto foi preso em 18 de abril de 1972. Considero pertinente tentar esclarecer a importância do depoimento de Genoíno para o desbaratamento da guerrilha. Afinal, é comum ele ser chamado de “delator, traidor etc.” por militares, principalmente pelo Capitão-Deputado Jair Bolsonaro. Licio Maciel revelou a Maklouf Carvalho que Genoíno teria prestado depoimento ainda na mata e que não o tortura-ram. Genoíno disse a Maklouf que teria sofrido torturas extremadas em Brasília, quan-do teria começado a contar aos poucos o que sabia, administrando as informações para preservar sua vida e ao mesmo tempo dar tempo dos companheiros escaparem. Marklouf Carvalho, Op. cit. págs. 85-102. Sustentou a versão da tortura em narrativa oral para esta pesquisa (Depoimento: em 07 de abril de 2005). Em narrativa oral, Dr. Geor-ge (do CISA) esclarece que “seu depoimento foi fundamental para entendermos como a guerrilha estava estruturada e a real dimensão do inimigo. Garanto que ele não foi torturado, pode até ter sido muito pressionado, levado tapas leves, mas jamais tortura-do, que é algo mais forte”. (Narrativa oral em 15 de dezembro de 2004). Outro militar relata que em maio de 1972, Genoíno foi levado de volta ao Araguaia (narrativa oral do Dr. Hoffmann, em 18 de fevereiro de 2005).
Maklouf escreveu na pg 101 do já citado livro:
No dia 14 de janeiro de 2004, o presidente do PT, José Genoíno, foi informado, pelo telefone, da entrevista com o coronel que comandava a equipe que o prendera, do que não sabia até então. Ouviu o relato da versão do coronel. Sobre o tubo com a mensagem para o Osvaldão, disse, primeiro, “é verdade”, depois “é possível que tivesse isso, a mensagem escrita era “a barra pesou, se manda para o combinado”, e, finalmente, “não é fora de cabimento”. Sobre quase os ter enganado, também concordou. “Eu achei que já estava me safando, porque a minha história era boa, mas de repente a barra pesou”. Sobre o coronel ter dito que não foi torturado, também confirmou: “Não houve tortura na mata, porque quem combatia não torturava. Os torturadores eram os da área de informação”.
Por todas as distorções e exclusões feitas pelo Maklouf, só este trecho paga o esforço que fiz em atendê-lo para a entrevista. Portanto, está aí toda a verdade, em poucas palavras. Genoíno e Pedro Albuquerque nunca foram torturados, pelo menos na área do CIE/ADF. E são traidores, da mesma forma que Pedro Cabral e Domingos Calabar, sem falar em outros ainda “acochambrados”.
Sobre Genoíno, o Capitão Jair Bolsonaro, Deputado Federal, escreveu:
“Retardei minha saída de casa, já que o Telejornal “Bom Dia Brasil” anunciava o nobre deputado José Genoíno para uma entrevista já gravada. Quando esse espaço caro é ocupado por políticos, eles são ou governistas ou opositores que no passado eram conhecidos pelo jargão sindicalista como pelegos.
Não cabe a mim tecer comentários pelo fato de o ilustre petista começar afirmando que não acreditava em Deus. É um direito dele falar. Tal afirmativa até se mostra como um ato de coragem, diante de um povo que não acredita em quase nada, a não ser em Deus.
Mas posar de herói durante a entrevista, pelo seu passado de pseudoguerrilheiro, agredindo o Exército Brasileiro pela passagem no Araguaia, isso merece muitos reparos.
Genoíno afirma que por dois anos pegou em armas, mas não disse o que fez nesse período. Desconheço que qualquer homem, “sem porte”, tenha feito alguma ação social com um “trabuco” na mão. Seus colegas, no Vale da Ribeira em 1970, aprisionaram um jovem tenente da Força Pública de São Paulo, de apenas 22 anos de idade, de nome Alberto Mendes Júnior, e após mais de três dias de tortura executaram-no a golpe de paus e coronhadas de fuzil. Era o grupo de Lamarca, herói nacional na concepção de Genoíno e do seu PT. Antes, alegaram os executores que invocaram o “tribunal de honra” para decidir a pena de morte por pauladas, pois até aquela data as execuções eram feitas por armas de fogo.
Esse fato, pouco explorado pela mídia, bem mostra quem eram aqueles que queriam mudar o regime pela força.
Nosso guerrilheiro em questão foi preso armado com um revólver, no Araguaia, onde pelo menos 16 militares foram mortos pelo grupo a que Genoíno pertencia e ia se integrar. Logo, ninguém estava lá para brincadeiras, e cada prisioneiro feito pelo Exército tinha, como não podia ser diferente, o seu tratamento. Genoíno, em especial, foi muito dócil desde o princípio. Nenhuma medida, além do diálogo, foi necessária para que toda a missão fosse por ele revelada e, graças a Deus, tal episódio marcou o início do fim da guerrilha, pois as informações recebidas foram vitais para o desmantelamento de aparelhos da esquerda.
No artigo “A Dor do Passado” (Tendências/Debates, 02/02), Genoíno afirma que citou nomes de companheiros que, uma vez detidos, não comprometeriam a guerrilha, posando de “esperto”! quando na verdade assumiu ser “mais ou menos” delator. Não foi preciso nenhum ato de força para tirar do jovem que achava poder, pelas armas, comunizar o Brasil, a exemplo de Cuba.
Os leigos que desconhecem, mesmo em relatos, os horrores de uma guerra convencional, estão longe de ter a noção do que seria uma guerra de guerrilha, na qual os guerrilheiros, nas horas difíceis, quase sempre fazem de escudo a população inocente que dizem defender. A tortura é diferente do espancamento. A primeira, em todas as formas, tem sido sempre arma de guerra largamente utilizada em todos os conflitos havidos no mundo; ainda é assim e sempre será.
Aquele que deflagrou a guerra suja, que torturou e executou, tem que aceitar o mesmo remédio, pois os termos do enfrentamento foram por ele lançados. Não venham com lengalenga, querer contar lorotas em busca da compaixão e de votos.
O Brasil não pode continuar sendo o único país no qual os derrotados é que passam a escrever a história, veiculando sua versão mentirosa sobre os fatos.
O verdadeiro guerreiro, como o tenente Alberto Mendes Júnior, mesmo torturado e covardemente executado, morreu com dignidade, lutando contra os seguidores de Cuba e da Albânia. Já os falantes guerrilheiros de festim do passado, hoje estão muito bem obrigado, e até choram copiosamente quando recebem um telefonema de um auto-exilado que, em cinco anos de governo, só desnacionalizou o Brasil e empobreceu o seu povo. Triste sorte a de um grande país em ser assim vendido e traído!
Nosso compromisso é com o Brasil, sua soberania e sua grandeza, e com o povo, seu bem-estar e a sua felicidade. Por isso lutamos com todo o rigor.”
Do blog do Lício Maciel