Notícia da Coluna Esplanada, que saiu na capa do UOL e em
vários outros jornais que assinam os serviços da Agencia Folha:
Militares ironizam ‘amadorismo’ da Comissão da Verdade
Leandro
Mazzini
12/11/2013 08:29
Situações
constrangedoras entre os dois lados na Comissão Nacional da Verdade (CNV) podem
causar uma crise institucional entre o Palácio do Planalto e as Forças Armadas.Enquanto os integrantes da CNV fecham o cerco aos principais repressores da ditadura, como adiantou a coluna, os militares convocados comemoram o ‘amadorismo’ do grupo.
Um octogenário coronel do Exército, citado em quatro livros como chefe de operações nas guerrilhas urbanas e rural, com mortes e torturas, foi convocado semana passada. Ao chegar disposto a ‘manter um diálogo de alto nível’, segundo suas palavras, percebeu que na mesa havia só um livro – o que menos falava dele – base da pesquisa.
O militar saiu de lá e avisou aos militares que a comissão está ‘perdida num amadorismo comovente’ e ‘vai terminar como começou: um grande teatro do absurdo’. A notícia se espalhou entre os oficiais da reserva à espera da convocação.
O coronel chegou disposto a para tentar esclarecer alguns fatos históricos, mas não se sentiu provocado. O militar avaliou que ninguém da CNV leu os livros nos quais ele é citado em operações. Mostraram-lhe papéis ‘de fachada’, informou à coluna.
Para os militares convocados, a CNV está ‘sem especialista’ nos temas. A comissão tem 86 assessores contratados para desnudar o passado da caserna. Mas não é o que dizem os integrantes da CNV. Apesar do silêncio dos militares, houve avanço nas pesquisas. O grupo entrega relatório até o fim de 2014 para a presidente.
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