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quinta-feira, 13 de março de 2014

Ninguém presta |

3/3/2014 3/3/2014 Ninguém presta | Congresso emFoco
http://congresso emfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/ninguem-presta/ 1/5
Colunistas
Ninguém presta
“O nosso Congresso peca em muitas matérias e o pecado é original. O pecado é resultado do modelo
eleitoral. Precisa-se urgentemente de uma profunda reforma política e eleitoral. Não podemos
continuar com maiorias no Poder Legislativo que agem a favor de minorias ricas”
por Dr. Rosinha
| 11/03/2014 09:00
CATEGORIA(s):
Dr. Rosinha
O editorial “Trabalho para o STF”, do jornal Folha de S. Paulo do dia 5 de março deste ano, chama a
atenção para o fato de que pelo menos cinco deputados federais que assumem a presidência de
comissões da Câmara dos Deputados estão respondendo a processos no Supremo Tribunal Federal
(STF).
Não entro no mérito se os referidos deputados cometeram crimes ou não. São suspeitos, por isso os
processos. Mas o cidadão comum, esse que vê em qualquer um o uso da política como o caminho
mais fácil ao sucesso financeiro e pessoal, parece julgar a Câmara e os partidos com outros olhos.
Julgam-na com os olhos que “na política, ninguém presta”.
O mesmo jornal, no mesmo dia, traz um segundo editorial (“Preservar a penhora”). Esse texto condena
a postura de dois deputados federais (Nelson Marquezelli, PTB-SP, e Alfredo Kaefer, PSDB-PR) que
desejam mudar o disposto no Código do Processo Civil.
O Código do Processo Civil, lei em vigor desde 2006, permite que a penhora seja feita por via
eletrônica. É um processo eficiente de execução de condenados. Até essa data, a execução ficava a
cargo muitas vezes da vontade do oficial de Justiça, e da burocracia do poder Judiciário. Portanto, às
vezes eram remetidas as calendas gregas, o que dava tempo para que muitos condenados (ricos)
transferissem suas contas e seus bens para terceiros.
Ao se opor a esse tipo de execução, os deputados, aos olhos do povo, principalmente daqueles que
pensam que “na política ninguém presta”, estão legislando em causa própria ou para uma minoria.
Coincidência ou não, a mesma Folha traz a matéria “Congresso tem pior índice de produção em 10
anos”. O jornal abre a reportagem afirmando que apenas seis projetos foram aprovados em forma
conclusiva pela Câmara e pelo Senado nas últimas quatro semanas.
A imprensa criou a cultura de que um Parlamento deve ser avaliado pelos seus números: quantos
projetos deram entrada, quantos foram aprovados, quantos requerimentos apresentados, etc. Para um Congresso em Foc
http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/ninguem-presta/ 1/5
Colunistas

Ninguém presta
“O nosso Congresso peca em muitas matérias e o pecado é original. O pecado é resultado do modelo
eleitoral. Precisa-se urgentemente de uma profunda reforma política e eleitoral. Não podemos
continuar com maiorias no Poder Legislativo que agem a favor de minorias ricas”
por Dr. Rosinha
| 11/03/2014 09:00
CATEGORIA(s):
Dr. Rosinha
O editorial “Trabalho para o STF”, do jornal Folha de S. Paulo do dia 5 de março deste ano, chama a
atenção para o fato de que pelo menos cinco deputados federais que assumem a presidência de
comissões da Câmara dos Deputados estão respondendo a processos no Supremo Tribunal Federal
(STF).
Não entro no mérito se os referidos deputados cometeram crimes ou não. São suspeitos, por isso os
processos. Mas o cidadão comum, esse que vê em qualquer um o uso da política como o caminho
mais fácil ao sucesso financeiro e pessoal, parece julgar a Câmara e os partidos com outros olhos.
Julgam-na com os olhos que “na política, ninguém presta”.
O mesmo jornal, no mesmo dia, traz um segundo editorial (“Preservar a penhora”). Esse texto condena
a postura de dois deputados federais (Nelson Marquezelli, PTB-SP, e Alfredo Kaefer, PSDB-PR) que
desejam mudar o disposto no Código do Processo Civil.
O Código do Processo Civil, lei em vigor desde 2006, permite que a penhora seja feita por via
eletrônica. É um processo eficiente de execução de condenados. Até essa data, a execução ficava a
cargo muitas vezes da vontade do oficial de Justiça, e da burocracia do poder Judiciário. Portanto, às
vezes eram remetidas as calendas gregas, o que dava tempo para que muitos condenados (ricos)
transferissem suas contas e seus bens para terceiros.
Ao se opor a esse tipo de execução, os deputados, aos olhos do povo, principalmente daqueles que
pensam que “na política ninguém presta”, estão legislando em causa própria ou para uma minoria.
Coincidência ou não, a mesma Folha traz a matéria “Congresso tem pior índice de produção em 10
anos”. O jornal abre a reportagem afirmando que apenas seis projetos foram aprovados em forma
conclusiva pela Câmara e pelo Senado nas últimas quatro semanas.
A imprensa criou a cultura de que um Parlamento deve ser avaliado pelos seus números: quantos
projetos deram entrada, quantos foram aprovados, quantos requerimentos apresentados, etc. Para um