O EDITOR
reservativa.blogspot.com, cumprimenta e publica na integra o artigo presente, postado no no site Juventude Conservadora da UnB, em especial Felipe Melo, por nos proporcionarem a certeza de que o futuro do Pais será muito diferente do que estamos vivendo hoje.
Com um fraterno abraço
José Conegundes Nascimento
domingo, 9 de março de 2014
A Nação que se salvou a si mesma - I
O dia 31 de março de 2014 marcará o 50º aniversário do Movimento Cívico-Militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart e interrompeu temporariamente o processo de transformação do Brasil numa sucursal do comunismo soviético-castrista. Nos próximo dias, o blog da Juventude Conservadora da UnB publicará partes do artigo “A Nação que se salvou a si mesma”, de Clarence W. Hall, publicada na edição de novembro de 1964 da revista Seleções do Reader’s Digest. Por ser um artigo contemporâneo à Revolução de 1964, é uma narrativa bastante preciosa sobre o período que o País vivia então.
------------------------------------------------
Havia anos que os vermelhos olhavam com água na bôca o grande país, maior que a parte continental dos Estados Unidos e que contém 80 milhões de habitantes, aproximadamente metade da população da América do Sul. Além de imensamente rico em recursos ainda inaproveitados, o Brasil era a enorme chave para todo o continente. Como o Brasil se limita com 10 países tôda a America do Sul, exceto Chile e Equador — seu domínio direto ou indireto pelos comunistas ofereceria excelentes oportunidades para subverter um vizinho após outro. A captura dêste fabuloso potencial mudaria desastrosamente o equilíbrio de forças contra o Ocidente. Comparada com isso, a comunização de Cuba era insignificante.
Por fim estava tudo preparado. A inflação piorava dia a dia; a corrupção campeava; havia inquietação por tôda a parte—condições perfeitas para os objetivos comunistas. O Govêrno do Presidente João Goulart estava crivado de radicais; o Congresso, cheio de instrumentos dos comunistas. Hàbilmente, anos a fio, os extremistas da esquerda tinham semeado a idéia de que a revolução era inevitável no Brasil. Dezenas de volumes eruditos foram escritos acêrca da espiral descendente do Brasil para o caos econômico e social; a maioria concordava em que a explosão que viria seria sangrenta, comandada pela esquerda e com um elenco acentuadamente castrista. Os brasileiros em geral olhavam o futuro com a fascinação paralisada de quem assiste impotente à aproximação de um ciclone. Uma expressão brasileira corrente era: “A questão não é mais de saber se a revolução virá, mas de quando virá.”
O país estava realmente maduro para a colheita. Os vermelhos tinham introduzido toneladas de munições por contrabando, havia guerrilheiros bem adestrados, os escalões inferiores das Forças Armadas estavam infiltrados, planos pormenorizados estavam prontos para a apropriação do poder, feitas as “listas de liquidação” dos anticomunistas mais destacados. Luiz Carlos Prestes, chefe do Partido Comunista Brasileiro, tecnicamente ilegal, mas agressivamente ativo, vangloriava-se publicamente: “Já temos o poder, basta-nos apenas tomar o Govêrno!”
Amadores Contra Profissionais
E ENTÃO, DE REPENTE — e arrasadoramente para os planos vermelhos — algo aconteceu. No último instante, uma contra-revolução antecipou-se à iniciativa dêles. A sofrida classe média brasileira, sublevando-se em força bem organizada e poder completamente inesperado, fêz sua própria revolução — e salvou o Brasil.
Sem precedentes nos anais dos levantes políticos sul-americanos, a revolução foi levada a efeito não por extremistas, mas por grupos normalmente moderados e respeitadores da lei. Conquanto sua fase culminante fôsse levada a cabo por uma ação militar, a liderança atrás dos bastidores foi fornecida e continua a ser compartilhada por civis. Sua ação foi rápida (cêrca de 48 horas do início ao término), relativamente sem derramamento de sangue (apenas uma dúzia de pessoas foi morta) e popular além de todas as expectativas.
Uma vitória colossal para o próprio Brasil, ela foi ainda maior para todo o mundo livre. Pois, como comentou um categorizado funcionário do Govêrno em Brasília: “Ela marca a mudança da maré, quando tôdas as vitórias pareciam ser vermelhas, e destrói completamente a afirmação comunista de que a ‘história está do nosso lado’.”
Quanto a seu significado, diz Lincoln Gordon, Embaixador dos Estados Unidosno Brasil: “Os futuros historiadores é bem possível que registrem a revolução brasileira como a mais decisiva vitória pela liberdade em meados do século XX. Esta foi unia revolução doméstica, feita com as próprias mãos, tanto na concepção como na execução. Nem um só dólar ou cérebro norte-americano foi empenhado nela!”
Como foi, exatamente, que os brasileiros conseguiram esta vitória magnífica? A história secreta desta legítima revolução do povo — planejada e executada por amadores mobilizados para a luta contra calejados revolucionários vermelhos — é um modelo para tôda nação analogamente ameaçada, uma prova animadora de que o comunismo pode ser detido de vez, quando enfrentado com energia por um povo suficientemente provocado e decidido.
Deriva Para o Caos
A HISTÓRIA começa pouco depois da renúncia do Presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Seu sucessor, o Vice-Presidente Goulart, de tendências esquerdistas, mal chegado de uma visita à Rússia e à China Vermelha, apenas assumiu o poder deixou transparecer claramente em que direção ia conduzir o país.
Sem ser comunista, Jango procedia como se o fôsse. Sedento de poder, Goulart julgava estar tornando os camaradas instrumentos de suas ambições; em vez disso, eram êles que faziam dêle seu instrumento. ÃS portas, há anos entreabertas à infiltração vermelha, foram escancaradas. A inflação, estimulada por enchentes de papel-moeda emitido em administrações anteriores e agora acelerada por Jango, subia em espiral, enquanto o valor do cruzeiro caía dia a dia. O capital, vitalmente necessário para desenvolver o país, fugia para o estrangeiro; os investimentos alienígenas secavam rapidamente sob o pêso das restrições e das constantes ameaças de desapropriação.
“A Hora é Agora”
ALARMADOS com a perigosa deriva para o caos, alguns homens de negócio e profissionais liberais reuniram-se no Rio em fins de 1961, dizendo: “Nós, homens de negócio, não mais podemos deixar a direção do país apenas aos políticos.” Convocando outras reuniões no Rio e em São Paulo, declararam: “A hora de afastar o desastre é agora, não quando os vermelhos já tiverem o controle completo do nosso Govêrno!”
Dessas reuniões nasceu o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES), destinado a descobrir exatamente o que ocorria por trás do cenário político e o que se poderia fazer a respeito. Outras associações já existentes, como o CONCLAP (Conselho Superior das Classes Produtoras), formado pelos chefes de organizações industriais, tanto grandes como pequenas; o GAP (Grupo de Ação Política); o Centro Industrial e a Associação Comercial, também se empenharam em atividades de resistência democrática.
Essas organizações ramificaram-se rapidamente através do país. Embora agindo independentemente, êsses grupos conjugavam suas descobertas, coordenavam planos de ação. Produziam cartas circulares apreciando a situação política, faziam levantamentos da opinião pública e redigiam centenas de artigos para a imprensa respondendo às fanfarronadas comunistas.
Para descobrir como funcionava no Brasil o aparelho subterrâneo treinado por Moscou, o IPES formou seu próprio serviço de informações, uma fôrça-tarefa de investigadores (vários dentro do próprio Govêrno) para reunir, classificar e correlacionar informes sobre a extensão da infiltração vermelha no Brasil.
------------------------------------------------
Raramente uma grande nação estêve mais perto do desastre e se recuperou do que o Brasil em seu recente triunfo sôbre a subversão vermelha. Os elementos da campanha comunista para a dominação — propaganda, infiltração, terror — estavam em plena ação. A rendição total parecia iminente... e então o povo disse: Não!Esta narrativa conta como um povo defendeu resolutamente a sua liberdade. Mais do que isso, constitui um claro plano de ação para cidadãos preocupados em nações ameaçadas pelo comunismo.O PALCO estava completamente armado e determinado o cronograma para a primeira fase da tomada de posse pelos comunistas. Nos calendários dos chefes vermelhos do Brasil — assim como nos de Moscou, Havana e Pequim — as etapas para a conquista do poder estavam marcadas com um círculo vermelho: primeiro, o caos; depois, guerra civil; por fim, domínio comunista total.
Havia anos que os vermelhos olhavam com água na bôca o grande país, maior que a parte continental dos Estados Unidos e que contém 80 milhões de habitantes, aproximadamente metade da população da América do Sul. Além de imensamente rico em recursos ainda inaproveitados, o Brasil era a enorme chave para todo o continente. Como o Brasil se limita com 10 países tôda a America do Sul, exceto Chile e Equador — seu domínio direto ou indireto pelos comunistas ofereceria excelentes oportunidades para subverter um vizinho após outro. A captura dêste fabuloso potencial mudaria desastrosamente o equilíbrio de forças contra o Ocidente. Comparada com isso, a comunização de Cuba era insignificante.
Por fim estava tudo preparado. A inflação piorava dia a dia; a corrupção campeava; havia inquietação por tôda a parte—condições perfeitas para os objetivos comunistas. O Govêrno do Presidente João Goulart estava crivado de radicais; o Congresso, cheio de instrumentos dos comunistas. Hàbilmente, anos a fio, os extremistas da esquerda tinham semeado a idéia de que a revolução era inevitável no Brasil. Dezenas de volumes eruditos foram escritos acêrca da espiral descendente do Brasil para o caos econômico e social; a maioria concordava em que a explosão que viria seria sangrenta, comandada pela esquerda e com um elenco acentuadamente castrista. Os brasileiros em geral olhavam o futuro com a fascinação paralisada de quem assiste impotente à aproximação de um ciclone. Uma expressão brasileira corrente era: “A questão não é mais de saber se a revolução virá, mas de quando virá.”
O país estava realmente maduro para a colheita. Os vermelhos tinham introduzido toneladas de munições por contrabando, havia guerrilheiros bem adestrados, os escalões inferiores das Forças Armadas estavam infiltrados, planos pormenorizados estavam prontos para a apropriação do poder, feitas as “listas de liquidação” dos anticomunistas mais destacados. Luiz Carlos Prestes, chefe do Partido Comunista Brasileiro, tecnicamente ilegal, mas agressivamente ativo, vangloriava-se publicamente: “Já temos o poder, basta-nos apenas tomar o Govêrno!”
Amadores Contra Profissionais
E ENTÃO, DE REPENTE — e arrasadoramente para os planos vermelhos — algo aconteceu. No último instante, uma contra-revolução antecipou-se à iniciativa dêles. A sofrida classe média brasileira, sublevando-se em força bem organizada e poder completamente inesperado, fêz sua própria revolução — e salvou o Brasil.
Sem precedentes nos anais dos levantes políticos sul-americanos, a revolução foi levada a efeito não por extremistas, mas por grupos normalmente moderados e respeitadores da lei. Conquanto sua fase culminante fôsse levada a cabo por uma ação militar, a liderança atrás dos bastidores foi fornecida e continua a ser compartilhada por civis. Sua ação foi rápida (cêrca de 48 horas do início ao término), relativamente sem derramamento de sangue (apenas uma dúzia de pessoas foi morta) e popular além de todas as expectativas.
Uma vitória colossal para o próprio Brasil, ela foi ainda maior para todo o mundo livre. Pois, como comentou um categorizado funcionário do Govêrno em Brasília: “Ela marca a mudança da maré, quando tôdas as vitórias pareciam ser vermelhas, e destrói completamente a afirmação comunista de que a ‘história está do nosso lado’.”
Quanto a seu significado, diz Lincoln Gordon, Embaixador dos Estados Unidosno Brasil: “Os futuros historiadores é bem possível que registrem a revolução brasileira como a mais decisiva vitória pela liberdade em meados do século XX. Esta foi unia revolução doméstica, feita com as próprias mãos, tanto na concepção como na execução. Nem um só dólar ou cérebro norte-americano foi empenhado nela!”
Como foi, exatamente, que os brasileiros conseguiram esta vitória magnífica? A história secreta desta legítima revolução do povo — planejada e executada por amadores mobilizados para a luta contra calejados revolucionários vermelhos — é um modelo para tôda nação analogamente ameaçada, uma prova animadora de que o comunismo pode ser detido de vez, quando enfrentado com energia por um povo suficientemente provocado e decidido.
Deriva Para o Caos
A HISTÓRIA começa pouco depois da renúncia do Presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Seu sucessor, o Vice-Presidente Goulart, de tendências esquerdistas, mal chegado de uma visita à Rússia e à China Vermelha, apenas assumiu o poder deixou transparecer claramente em que direção ia conduzir o país.
Sem ser comunista, Jango procedia como se o fôsse. Sedento de poder, Goulart julgava estar tornando os camaradas instrumentos de suas ambições; em vez disso, eram êles que faziam dêle seu instrumento. ÃS portas, há anos entreabertas à infiltração vermelha, foram escancaradas. A inflação, estimulada por enchentes de papel-moeda emitido em administrações anteriores e agora acelerada por Jango, subia em espiral, enquanto o valor do cruzeiro caía dia a dia. O capital, vitalmente necessário para desenvolver o país, fugia para o estrangeiro; os investimentos alienígenas secavam rapidamente sob o pêso das restrições e das constantes ameaças de desapropriação.
“A Hora é Agora”
ALARMADOS com a perigosa deriva para o caos, alguns homens de negócio e profissionais liberais reuniram-se no Rio em fins de 1961, dizendo: “Nós, homens de negócio, não mais podemos deixar a direção do país apenas aos políticos.” Convocando outras reuniões no Rio e em São Paulo, declararam: “A hora de afastar o desastre é agora, não quando os vermelhos já tiverem o controle completo do nosso Govêrno!”
Dessas reuniões nasceu o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES), destinado a descobrir exatamente o que ocorria por trás do cenário político e o que se poderia fazer a respeito. Outras associações já existentes, como o CONCLAP (Conselho Superior das Classes Produtoras), formado pelos chefes de organizações industriais, tanto grandes como pequenas; o GAP (Grupo de Ação Política); o Centro Industrial e a Associação Comercial, também se empenharam em atividades de resistência democrática.
Essas organizações ramificaram-se rapidamente através do país. Embora agindo independentemente, êsses grupos conjugavam suas descobertas, coordenavam planos de ação. Produziam cartas circulares apreciando a situação política, faziam levantamentos da opinião pública e redigiam centenas de artigos para a imprensa respondendo às fanfarronadas comunistas.
Para descobrir como funcionava no Brasil o aparelho subterrâneo treinado por Moscou, o IPES formou seu próprio serviço de informações, uma fôrça-tarefa de investigadores (vários dentro do próprio Govêrno) para reunir, classificar e correlacionar informes sobre a extensão da infiltração vermelha no Brasil.