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terça-feira, 21 de maio de 2013

NÃO EXISTE ANISTIA AUTO-COISA, ALGUMA


19/05/13 - Da cartola para a cachola
Escrito por Percival Puggina | 18 Maio 2013

 A Anistia que tivemos foi aquela pela qual clamavam os opositores do regime. Ninguém se mobilizou por uma anistia ampla, geral e irrestrita, menos ampla, menos geral e menos irrestrita, que excluísse os agentes do Estado.

Muitas vezes me perguntam como desconstituir as falácias que a esquerda militante difunde em relação aos fatos e à história do país. Minha resposta é esta: não há como. O trabalho de manipulação é feito com insuperável determinação. A sempre acesa fogueira das mentiras queimou o sentido de certas palavras e forjou outras com persistência e eficácia que tornam inútil qualquer tentativa de lhes recuperar o significado. Há meia dúzia de anos, por exemplo, a palavra auto-anistia começou a ingressar no vocabulário político nacional para designar o disposto pela Lei de Anistia. Quantas vezes, leitor, você leu ou ouviu algum desmentido a esse respeito?

A simples palavra - auto-anistia - usada em substituição a Anistia, basta para sugerir que os congressistas de 1979 e de 1985 empenharam-se em aprovar preceitos que livrassem do acerto com a Justiça os agentes do regime que vigeu no país entre 1964 e 1985. A substituição de uma palavra pela outra tem o poder de substituir uma história por outra, bem diferente, ao gosto de quem consegue tirá-la da cartola e introduzi-la na cachola do distinto público. Feito isso, está pronto o serviço. A Anistia deixa de ser um instrumento jurídico de reconciliação nacional para se transformar em gesto canalha de quem, valendo-se do poder que detinha, legislou em causa própria para livrar a cara. Como são poucos os que conhecem história, a explicação do vocábulo se contenta com afirmar seu significado: a Anistia foi uma auto-anistia dos militares. Feito! Não há a menor necessidade de apresentar provas, ou indícios consistentes ou depoimentos testemunhais que convalidem aquilo que é afirmado.

Quem conhece a história, no entanto, sabe que não foi assim que as coisas andaram. A partir de 1966 surgiram os primeiros movimentos em favor da Anistia. Quem participava dessa mobilização? Entre outros, Associação Brasileira de Imprensa, Ordem dos Advogados do Brasil, sindicatos, entidades estudantis, advogados de presos políticos, familiares de brasileiros no exílio e o MDB, partido político oposicionista. Como se pode perceber, ninguém pró-anistia falava pelas Forças Armadas. Seria um completo disparate imaginar isso. A campanha era conduzida pelos que estavam do outro lado. Passaram-se muitos anos até que em 1979 fosse votada a Lei de Anistia em tumultuada sessão do Congresso Nacional. O projeto do governo Figueiredo não anistiava quem tivesse participado de "terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal". Para estes, as duras penas da lei. Mas havia uma emenda do deputado Djalma Marinho que anistiava a todos, ampla, geral e irrestritamente. Essa emenda, levada a votação, foi rejeitada por 206 votos a 201. Derrotada a emenda, o projeto do governo foi aprovado pelos votos das lideranças do governo e da oposição. Essa primeira Anistia, parcial, permitiu a volta ao Brasil da maior parte dos exilados, entre eles Leonel Brizola e Miguel Arraes.

A campanha pela Anistia ampla, geral e irrestrita continuou, então, por mais seis anos. Empenharam-se nela as mesmas instituições e grupos políticos de antes, insatisfeitos com o fato de que os praticantes de crimes ditos de sangue tivessem ficado fora da lei de 1979. Foi apenas através da Emenda Constitucional Nº 26, que convocou a Constituinte, em 27/11/1985, que o Congresso Nacional, eleito em plena legitimidade democrática, inseriu o preceito que conferiu à Anistia o caráter amplo, geral e irrestrito pelo qual clamavam as oposições. Não há, ao longo dessa longa história que se estende por 19 anos, o menor traço ou gesto que possa ser lido como um anseio dos governos militares por se protegerem. A Anistia que tivemos foi aquela pela qual clamavam os opositores do regime. Ninguém se mobilizou por uma anistia ampla, geral e irrestrita, menos ampla, menos geral e menos irrestrita, que excluísse os agentes do Estado. Portanto, essa história de que houve uma auto-anistia é mais uma das tantas mentiras sacadas da cartola para ser inserida nas cacholas menos esclarecidas. Ou seja, para enganar quase todos. A Anistia foi concedida pelo Parlamento, portanto, não pode ser "auto" coisa alguma.

Apesar de as coisas terem transcorrido desse modo, a mentira muito repetida, insiste, agora, em que a desejada e pleiteada Anistia, além de autoconcedida, foi uma injustiça. Também acho injusto que terroristas, guerrilheiros, assassinos e assaltantes, responsáveis por mais de uma centena de mortes, andem soltos e recebendo gordas indenizações. Digo outro tanto de quem abusou do poder, torturou e seviciou. Tais impunidades não são justas! Mas a Anistia não foi concebida para servir à Justiça. Ela serviu ao perdão, ao esquecimento, à pacificação nacional e à boa Política. Infelizmente há quem só saiba operar politicamente num ambiente crispado por ódios e ressentimentos


Comentários  


+2 #3 alessandro d-m-Y H:i
Os militares foram e, infelizmente, continuam inocentes quanto aos atos que esses esquerdistas são capazes de cometer. Enganaram-se com o respeito que eles - por estarem no comando do Estado - supostamente teriam pelas forças armadas e pelas leis da anistia, posteriormente com a instituição da comissão a verdade e suas reais intenções e ações, logo depois acharam que ela jamais poderia questionar as leis de anistia, e agora que (depois de intimações e intimidações), não só a questionaram como querem quebrá-las judicialmente, acham que as leis de prescrição podem impedi-los de um novo absurdo. No entanto, para eles leis, justiça, clamor público - ou mesmo fatos - não passam de banalidades e serem postas de lado. E assim farão.
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+2 #2 Luiz Carlos d-m-Y H:i
Eles, os terroristas, além de receberem gordas indenizações, que virou trocado, nestes últimos dz anos tomaram de assalto o País inteiro e não querem largar a 'bagaça' de jeito nenhum, ameaçando todos os brasileiros pagadores de impostos, vide aquela louca da USP, Marilena Chauí, que diz detestar a classe média, que é a quem paga seus altos salários, sem contar os livros que a 'turca' vende ao MEC.
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+1 #1 domenico d-m-Y H:i
Claros reflexos de ódios e ressentimentos, estão estampados no olhar da Presidente !... Assim, ela fará de tudo para revisar a Lei da Anistia e enquadrar os militares em crimes contra os "pobrezinhos" comunistas !!!
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Comentário de reservativa em reservativa
Essa Comessão já extrapolou as finalidades de sua criação, se tornando portanto inconstitucional, por estar a cada dias mudando o dispões no texto inicial da Lei. Portanto se destinam apenas a função a priori , exterminadores do erário. Dilma em Palácio reúne e exalta as ações do grupo responsável pelos escracho  fazendo jus a um impeachment, que só vira quando todos os políticos corruptos do PMDB (Partido Mercenário do Brasil) estiverem na cadeia.
Sintetizando:  NUNCA.  Não há propositalmente vagas nos presídios, com agravante de não serem nem  Pre..Pùt...e Pobres, classe de brasileiros copm cartão de fidelidade neste estabulocimento penitencia-rea