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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ABIN - UMA PIADA NACIONAL


Protógenes - jogue tudo no ventilador, doela a quem doela.
Cabure.
PAÍS DA PIADA PRONTA: NO BRASIL, INVESTIGADOR INVESTIGAR É CRIME
Luis Carlos Azenha:

Publicado em 10 de novembro de 2008 às 15:55

O Brasil é um país engraçado.
É o país em que um delegado pode ser preso por "investigar" crimes.
O fato de que agentes da ABIN fizeram uma filmagem é "crime"? Ué, mas eu achei que ABIN fosse Agência Brasileira de Inteligência. E que a ABIN podia colaborar com investigações da Polícia Federal. Se a ABIN pode colaborar com a PF, o que é que vocês brasileiros queriam que os agentes da ABIN fizessem? O cafezinho?
O Brasil, aliás, é o único país do mundo em que o ministro da Defesa vai ao Congresso e revela publicamente todos os equipamentos à disposição dos espiões encarregados de zelar pela segurança nacional. Deu toda a ficha, ao vivo e em cores. Depois dizem que os portugueses é que são portugueses. Os brasileiros somos os "verdadeiros portugueses".
A PF vai indiciar o delegado Protógenes Queiroz por vazar informações da Satiagraha para a Rede Globo.
Ué, mas como é que os jornalistas souberam disso? Através de um vazamento.
Vai ter inquérito para apurar o vazamento da notícia de que o delegado Protógenes será indiciado?
Poderiam aproveitar e abrir um inquérito para apurar o vazamento das fotos do dinheiro pelo delegado Edmilson Bruno na véspera do primeiro turno das eleições presidenciais de 2006. Nem precisa investigar. É só capturar o áudio, o vídeo e a transcrição, disponíveis aqui, aqui e aqui -- provas irrefutáveis demonstram que o delegado Bruno vazou. E de que, no dia seguinte, mentiu. Por falar nisso, onde é que anda o delegado Bruno? Está cumprindo pena?
Fiquem com o "crime" dos agentes da ABIN: filmaram um deputado. Eu pergunto: se o deputado não tem nada a temer, filmá-lo é crime?

Os vazamentos no inquérito da PF sobre vazamentos
Raphael Prado
Desde sábado, estão nas páginas dos jornais e na mídia em geral informações vazadas do inquérito sobre vazamentos na Operação Satiagraha. A investigação é conduzida pelo delegado Amaro Vieira Ferreira, da Corregedoria da Polícia Federal. O inquérito que chega às páginas como se apenas o delegado Protógenes Queiroz estivesse sendo investigado teve o vazamento-mãe registrado para a história na edição da Folha de S.Paulo de 26 de abril deste ano.
O delegado Protógenes, como já se sabe, diz que o vazamento para a Folha partiu da cúpula da Polícia Federal. Os vazamentos de agora, do inquérito sobre o vazamento - a se levar a sério as versões veiculadas nas últimas 72 horas - pretendem fazer crer que o delegado Protógenes teria vazado contra si mesmo. Em tempo: o inquérito de agora, sobre o vazamento da Satiagraha, também corre sob segredo de justiça.
Como vazou, Terra Magazine procurou saber nesta quarta-feira 12, junto ao ministério da Justiça e à Polícia Federal, se haverá um novo inquérito: sobre o vazamento do inquérito que apura o vazamento.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal em Brasília informou que o órgão não se pronunciaria sobre a questão e que o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, não comenta inquéritos que ainda estão sob investigação de outro delegado. "Muito menos quando é da Corregedoria", afirma a assessoria, que recomendou a consulta ao assessor do delegado Amaro em São Paulo, onde o inquérito é presidido.
Terra Magazine procurou também o ministério da Justiça - a quem está subordinada a PF. Por meio da assessoria de imprensa, a informação é de que o ministro Tarso Genro "não pode nem deve se pronunciar sobre o inquérito até o fim da investigação". O ministério não confirma nem nega que as informações veiculadas nos últimos dias pertençam, de fato, ao relatório do delegado Amaro, tendo como argumento o segredo de justiça da investigação.
A Polícia Federal de São Paulo, por sua vez, verifica que a mídia circula informações do inquérito que investiga vazamentos. "Como jornalistas obtiveram a informação, você jornalista deve saber", diz a assessoria de imprensa. Também informa que a eventual abertura de procedimento para apurar essas condutas "está sendo analisada", mas que "ainda não existe decisão" a respeito. E conclui: "o objetivo principal no momento é a investigação do vazamento da Satiagraha".
Terra Magazine