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quinta-feira, 15 de abril de 2010

O BRASIL PRECISA MUDAR


 
                                                                        O BRASIL PRECISA MUDAR
                                                                                         Ternuma Regional brasília
                                                                               Gen Ex Armando L. M. de Paiva Chaves
    
 CRÔNICA 41    (18 Abr 2010)
   O país está mais uma vez de luto, confrangido pelos desastres das chuvas, que inundaram e paralisaram a Cidade Maravilhosa e a vizinha Niterói. Vidas sacrificadas sob avalanchas de lama e lixo, casas soterradas, famílias mutiladas pela perda de entes queridos e privadas de seu único bem, o teto.
   Não são tragédias incomuns em nossa terra. Recentemente, Angra dos Reis e Ilha Grande levaram o luto a seus moradores e tristeza solidária aos brasileiros. Pouco antes, Blumenau e outros pontos de Santa Catarina enfrentaram as mesmas desgraças e receberam igual colaboração.
   Contrariamente a argumentos fatalistas, a culpa não se pode imputar à mãe natureza. Suas leis são imutáveis pela mão do homem. Este não pode impedir o atrito de placas tectônicas, que provocam terremotos e maremotos. Também não tem como evitar chuvas diluvianas, que elevam o nível de rios e lagoas, encharcam a terra sem cobertura vegetal ou coberta de asfalto e causam enchentes ou desmoronamentos arrasadores.
   Se não tem como sustar a aplicação da lei natural, cabe ao homem prevenir-se para atenuar seus efeitos. Tanto quanto o indivíduo se protege com capa e guarda-chuva, cabe à sociedade, por seus administradores, antecipar-se com medidas que evitem ou, pelo menos, minorem os males das catástrofes. Áreas de risco não podem ser habitadas. Cobertura vegetal deve ser preservada e implementada. Rede subterrânea de águas tem de ser compatível com o fluxo retido pelo asfalto. Bueiros, desobstruídos para não sustar o escoamento.  Não haveria por que repetir preceitos tão elementares, se não fossem escandalosamente esquecidos pelos dirigentes.
   Para gerarem dividendos políticos, as obras têm de aparecer.  Não contrariar eleitores de baixo poder aquisitivo, e até mesmo adulá-los, com pavimentação e melhorias em áreas de risco, que deveriam ter sido interditadas para construção de moradias. Quando ocorrem as calamidades, as administrações não se penitenciam pelas omissões. Ao contrário, transferem a culpa para a indefesa natureza.
   O Ministério da Integração Nacional foi apontado pelo Tribunal de Contas da União por ter destinado 60% dos recursos para prevenção de acidentes naturais à Bahia – mais de 130 milhões, concedendo ao Rio apenas fração unitária percentual - 2,3 milhões. À primeira vista, pode ter sido a causa para a falta de prevenção. Mas não leva a crer que o seja. Onde foram aplicados os bilhões recebidos pelo estado em “royalties” do petróleo?
   Quem tem de mudar o Brasil é o eleitor esclarecido. Aquele que subscreveu a ação popular batizada de Ficha Limpa, com mais de 1.600.000 assinaturas. E que agora se bate, pela internet, para que sua votação não seja postergada e perca efeito nas próximas eleições, tendência aparentemente predominante no Congresso. Que quer administradores responsáveis pela preservação do meio ambiente, nas cidades e nos campos. Que repudia os mensalões, de quaisquer partidos. Que condena um primeiro mandatário em seu autoritarismo de não acatar a lei eleitoral. Que rejeita as idéias comuno-socialistas dos programas de Direitos Humanos e do PT, aprovados por sua candidata.
   Quem tem de mudar o Brasil é o cidadão consciente, que não vê coerência em aplicar vultosos recursos em uma Cuba ditatorial comunista, que ignora mortes em greve de fome de patrícios condenados a prisão por crime de opinião. Ou em uma Venezuela que segue o mesmo caminho, desapropriando empresas rurais, de rádio e televisão, pelo mesmo delito de opinião. Que não aprova uma política exterior afinada com um Irã de governo despótico, responsável por mais de cem execuções recentes de opositores e por um programa nuclear unanimemente condenado.
   Quem tem de mudar o Brasil é aquele que pode contrabalançar o peso do eleitorado justamente agradecido pelo Bolsa Família e seus adendos. Porém culturalmente despreparado para avaliar a corrosão que está trazendo ao país o governo de um partido que trocou a ética pelos interesses partidários e o locupletamento pessoal de seus integrantes, que subverte nossa índole democrática e pacifista aliando-se aos que já a subverteram.
   O Brasil precisa mudar. Pelo voto, enquanto há tempo. No período pré-eleitoral, que já está em curso, não há justificativa para a omissão. A avaliação dos candidatos exige tempo, não se pode fazer às vésperas da eleição. Cada eleitor consciente pode tomar parte na campanha, fazer-se militante, usando a internet, sem imposição de aderir a qualquer agremiação.
   Eleitor, vá à luta por seus direitos, por seus princípios, por suas idéias.
   O Brasil precisa mudar e depende de seu voto.