A ESQUERDA NÃO É ISSO, ESTÚPIDOS!
por Adriana Vandoni
A comprovação de que dizimação do cacau na Bahia foi ato de sabotagem de próprios brasileiros realça certos fatores que antes não passavam de suspeitas. Cinco esquerdistas, quatro deles petistas, decidiram em uma mesa de bar acabar com toda a produção do cacau da Bahia para derrotar “o imperialismo dos coronéis que era muito grande”.
A comprovação só pôde ser feita porque um deles resolveu falar tudo que sabia à revista Veja. O arrependido, o único do grupo que não era do PT, mas do PDT, foi o responsável pelo tráfico de folhas infectadas com a vassoura da bruxa de Rondônia, onde a doença é endêmica, para a Bahia.
A irracionalidade deles produziu o desemprego de cerca de 200 mil trabalhadores e um prejuízo ao Brasil estimado em US$ 10 bilhões, segundo estudo feito pela Universidade Estadual de Campinas. Por outro lado, os mentores do crime conquistaram o poder. O líder se tornou prefeito de Itabuna pelo PT e acomodou os outros em secretarias, um deles, pasmem, na Secretaria da Agricultura.Será essa a estratégia da esquerda latino-americana para alcançar o poder? É mais que provado que sim. A esquerda latina ou chegou ao poder depois do caos instalado (hoje sabemos que provocado por eles mesmos), ou usa a cultura do medo para se manter nele.
Se fizermos um levantamento dos prejuízos causados pelo MST desde as primeiras invasões no Pontal de Paranapanema, às lavouras queimadas, ao gado morto, aos centros de pesquisas destruídos por vândalos, às hidrovias e rodovias que são impedidas de serem construídas por uma espécie de tara ambiental descomunal e irracional, enfim, das perdas que o Brasil já teve em função das sabotagens desses loucos, a que cifras chegaremos?
Essa revelação coloca sob suspeita o rápido alastramento da ferrugem asiática na soja de Mato Grosso. Quem me garante que ela não tenha sido trazida por algum adepto da mentalidade de que a soja é o veneno do mundo? Qual o prejuízo causado pela praga? A ferrugem custou nesta safra ao produtor, independente do tamanho, nada menos que US$ 70 por hectare. E se isso foi por obra e graça de algum fanático revoltado?E a febre aftosa em Mato Grosso do Sul? Na época houve o comentário, não passado de suspeita, de que sem-terra teriam trazido a doença através de gado do Paraguai que entram clandestinamente no país. Alguém levou essa investigação adiante? Claro que não, é mais fácil dizer que a culpa é dos pecuaristas que não tratam seu rebanho.O Brasil gerido por essa burlesca esquerda é ridicularizado no exterior. O presidente Lula e uma comitiva composta por empresários e governadores foram até a China com o objetivo de estreitar as relações entre os dois países. Mas isso foi o que anunciaram, bem diferente do que foi revelado agora em uma matéria publicada no Miami Herald, dia 18/6. Segundo o jornal, durante uma palestra na Espanha, Javier Solana ministro de Relações Exteriores da União Européia, contou em tom de deboche o verdadeiro objetivo de Lula: propor ao primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, a criação de um elo político-econômico que incluiria a China, Índia, África do Sul e Brasil. Um bloco dos países atrasados para enfrentar o “imperialismo” dos países capitalistas desenvolvidos. A China, claro, ignorou desdenhosamente a idéia “beligerante” de Lula, que considerou “uma imensa estupidez”.Para Jiabao, isso é decorrente de uma antiquada mentalidade ainda presa na mentira da propaganda marxista, irresponsavelmente repetida pelos esquerdistas latino-americanos que misturam a política externa com ideologia. E olhem que Jiabao é o premier de um país dito comunista.Javier Solana perguntou aos presentes: como os líderes chineses mudaram sua percepção da economia e das relações internacionais? Muito simples: observando. Os chineses mais bem-informados perceberam que a população de Hong Kong, Taiwan e Cingapura triunfavam pelo caminho da riqueza, da prosperidade e do desenvolvimento popular porque defendiam a propriedade privada, o mercado e haviam abraçado a globalização. Por outro lado, os que continuavam presos aos dogmas do coletivismo e que agitavam o orgulho vermelho em manifestações, esses viviam em meio à miséria e escassez.Jiabao se questionou: por que deveria enfrentar os Estados Unidos e outras potências econômicas se, graças às boas relações comerciais, industriais e financeiras com os grandes países capitalistas, a China conseguiu fazer com que trezentos milhões de pessoas ingressassem na classe média e passassem a consumir?Isso é política externa inteligente, racional e voltada para o beneficio da população. Não ficar fazendo aliancinhas e conchavos ridículos de países que não são nada no mercado internacional e querem enfrentar um demônio criado por eles mesmos.Mas esse é o perfil doentio da esquerda latino-americana, uma esquerda que sabota o próprio país pelo simples prazer de extravasar seus recalques e preconceitos. Uma esquerda estúpida que desmoraliza a própria esquerda.Como bem definiu matéria do Miami Herald: a que se deve essa obsessão latino-americana? Talvez a resposta a esta pergunta esteja mais na psiquiatria que na política.