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domingo, 15 de junho de 2014

NO NOSSO PAÍS - O Futuro tenebroso - A Democracia -Juridicamente pode haver a secessão de territórios indígenas

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COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO 199, de 15 de Junho de 2014
Assuntos:  No nosso País e no Mundo


NO NOSSO PAÍS

 O nosso Governo vai mal

       O governo Dilma definha a olhos vistos. Além da oligarquia financeira, estão agora contra o Governo da CNBB até a esquerda mais radical. Na Classe Média é tão difícil achar quem a apóie que nos faz duvidar dos resultados do IBOPE. Dificilmente as bolsas, o populismo do PT e mesmo uma vitória na Copa poderão segurar o resultado da eleição pois nem seu partido a apóia. Seus adversários são muito fortes.     A economia não está tão mal como se fala apesar dos programas de assistência social consumirem boa parte do orçamento e os juros, os mais altos do mundo, sejam um sumidouro das riquezas o principal motivo do definhamento do Governo Dilma não é a situação econômica nem as evidentes falhas administrativas, nem mesmo a corrupção escancarada de seus aliados e de seu partido, mas principalmente a desordem, a insegurança pública e o exagerado pessimismo induzido maquiavelicamente pela imprensa de orientação estrangeira.       Quem viveu ou conhece a História recente sabe que a anarquia reinante no país, nos idos de 1963, os acontecimentos inaceitáveis, como as incessantes greves de todo tipo, o desrespeito ao direito de propriedade, invadida no campo e ameaçada nas cidades, o bloqueio de ruas e de estradas, o incentivo e a tolerância com a indisciplina em especial na caserna, os assaltos a bancos e vários outros, deram causa ao movimento de 1964, tendo as Forças Armadas quase que somente aderido e evitado a Guerra Civil que se esboçava.      Nos dias atuais, as proclamações de democrática não mais empolgam, servem a interesses de grupos corruptos e aos partidários de ideologias exóticas. O governo caiu no descrédito e as greves e a anarquia parecem se repetir num verdadeiro “deja vu” de 1963 pois todos sabem que causas semelhantes costumam ter consequencias semelhantes,  apenas a proximidade das eleições atenua as semelhanças.        O que não se percebe a primeira vista é que estas situações são manipuladas por grupos internos e externos aproveitando o sentimento de revolta, que já se generalizou no seio da população, aproveitados pelas ONGs indianistas/ambientalistas, para travar projetos de desenvolvimento e de infra-estrutura, impedindo a construção de hidrelétricas, de hidrovias e até o asfaltamento de estradas, isto somado a “imposição” do desarmamento civil, da subordinação das Forças Armadas ao interesse político e a cultura do acovardamento para acostumar o nosso povo a nunca resistir à ameaças ficando fechado o campo minado que nos circunda. Devido as correlações de forças em termos dos fatores do poder (armas, dinheiro e mídia) se não reagirmos a tempo terminaremos no fundo do poço com ameaça até de desintegração.      A mídia internacional macaqueada pela mídia local atribui todas as mazelas ao governo atual, esquecendo das corrupções a partir do Sarney e a capitulação ao estrangeiro do Collor, do FHC e do próprio Lula ,contudo mesmo na mais benigna das avaliações, o atual Governo , se não acelerou o andamento da escalada para o caos, não a deteve e até lhe forneceu mais gás.Nenhum dos candidatos evidencia disposição ou competência para sair deste cerco. O Futuro tenebroso       A desconfiança toma conta da nação. O Executivo é repudiado até nos estádios de futebol, o legislativo já há tempo que é conhecido com um antro de negociatas, sem servir para nada a não ser dar despesas e o Judiciário perdeu a legitimidade, dominado pelos militantes do PT. As redes sociais já espalharam a fragilidade das urnas eletrônicas, de forma que é certo haver contestação dos resultados, com ou sem razão, por parte do lado perdedor.     Um cenário facilmente imaginado para 2015 é de instabilidade política. seja com a continuidade do PT ou sua substituição por outro conjunto de formações partidárias, de uma mais assumidamente alinhada com o impérioa outra ainda mais a esquerda.      As posições se radicalizam o PT sendo forçado a deixar o poder e estando com a máquina federal aparelhadapor seus militantesse sentirá tentado a sabotar administração e os movimentos ditos sociais (MST, MAB e outros) como o braço armado da esquerda mais radical tenderão a provocar o caos. Mantido o PT no poder a economia irá para o brejo por causa dos compromissos assumidos, pela incompetência administrativa e principalmente por ação da oligarquia financeira internacional. A fragilidade das urnas eletrônicas e a falta de legitimidade de um TSE chefiado por um ex advogado do PT darão motivo até para uma insurreição armada, Cresce a chance de uma ruptura institucional     Nesse indesejável (mas provável) cenário o Exército será o fiel da balança, mas de que lado ficará? Certamente não desejará apoiar um lado que demonstre simpatias por regimes comunistas, nem tampouco o que demonstre que se subordinará ao estrangeiro hegemônico.     Estará, numa situação dessas o Exército coeso ou se dividirá em facções opostas, como a própria Nação? Se isto acontecer, aí será o pior dos mundos.Impossível? Nem tanto! A própria Comissão da “Verdade” tenta deixar claro que os subordinados devem decidir quais as ordens que devem ser cumpridas ou não. Caso os que cumpriram ordens em 64 sejam punidos fica estabelecido que a Lei aboliu a disciplina.e com ela a coesão do Exército A Democracia     Ainda não há certeza de que um determinado regime sirva bem a todos os povos. O historiador italiano Cesare Cantu levanta a tese que os governos tendem a tomar a forma da média das famílias, assim famílias patriarcais tendem a criar governos autoritários, famílias onde todos tem voz criam governos democráticos, famílias tirânicas (tipo islamitas) criam governos tirânicos e famílias dissolutas criam governos demagógicos. Enfim, cada povo terá o governo que merece.     Nos atenhamos no momento a democracia. Para existir em sua forma perfeita é indispensável que todos tenham voz, coisa impossível num grande grupo.     A escolha de um representante que fale por todos não passa de uma farsa democrática ao que pese o consentimento geral, o qual costuma ser bastante instável. As pesquisas de opinião, feitas com amostragens representativas já nos deram idéia da volutibilidade da opinião pública, tornando ainda mais difícil o atendimento das demandas, mas ainda é a melhor forma de verificar a vontade popular. As eleições e os plebiscitos são pesquisas de opinião com amostragem total, sem margem de erro, e a internet propicia um magnífico instrumental facilitador e certamente será o mais usado no futuro.     Fossem feitos plebiscitos certamente não haveriam as imensas reservas indígenas sobre as nossas principais jazidas minerais nem seriam assinadas as convenções e tratados que limitam nossa soberania. Claro, teríamos desenvolvido armas nucleares e ninguém mais nos ameaçaria nem tentaria impor nada. Os bandidos seriam tratados como bandidos e as pessoas de bem como pessoas de bem e isto traria a segurança que todos almejam. A Câmara e o Senado seriam reduzidos, com grande economia, talvez o imposto único (sobre o cheque) além da economia,desburocratizaria a vida das empresas e de todos nós e não faríamos alianças que não nos interessassem.     O único senão é quando um governo decide não cumprir o resultado do plebiscito, como no caso da posse de armas pelas pessoas de bem, cujo descumprimento causou o aumento de 300% no índice da violência.   Juridicamente  pode haver a secessão de territórios indígenas       Enquanto ficamos discutndo política partidária deixamos de lado as mais graves ameaças à nossa Nação, como a divisão em etnias hostis e até mesmo a possível secessão das terras indígenas. Restam poucas duvidas que a oligarquia financeira internacional pretenda fragmentar as grandes nações, (exceto talvez os EUA) em pequenas e fracas federações afim de não resistirem à implantação de um Governo Único. O plano maquiavélico é aproveitar todas as diferenças étnicas , culturais e econômicas para criar a desunião e os principais instrumentos para desmanchar o nosso País são as ONGs ambientalistas e indigenistas. Dentre estas avulta o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que nem é realmente um órgão religioso, mas consegue conduzir o nefasto Conselho indigenista Missionário (CIMI), que tantos males já causou ao nosso Brasil.      Afinal qual o motivo de tanto empenho em fragmentar o nosso País? A resposta passa pela conhecida pergunta:  Qual o benefício a ser obtido por eles? – A resposta é óbvia: a posse e a garantia de suprimento das imensas jazidas minerais da Amazônia, na maior parte localizada nas terras indígenas lá criadas propositadamente para serem internacionalizadas no futuro. Juridicamente  pode haver a secessão e INDEPENDÊNCIA de 216 territórios indígenas  se o. Governo  não denunciar a Convenção Internacional do Trabalho (OIT). até 24 de julho. Se a atual governante não o fizer, será uma traidora, como o foram o Collor e o FHC.   Cotas   -  Não é possível dizer que as cotas sejam o bom caminho para reduzir disparidades sociais, mas se pode garantir que elas criam injustiças e causam antagonismos antes inexistentes privilegiando uma etnia, por sinal muito difusa. Na realidade, a causa da disparidade (não apenas racial) são os baixíssimos níveis educacionais que a rede pública oferece.    Se a educação básica for de qualidade, realmente não haveria a necessidade de cota para universidades.  A única cota de real interesse do Brasil poderia ser a cota Maternidade, para evitar que o Pais se despovoe Universidades      Há algo errado no sistema universitário - 80% das verbas do Ensino Público são gastos com as Universidades Públicas e 80% dos profissionais graduam-se em universidades particulares. Na prática da vida profissional não há diferenças marcantes entre uma e outra.        Precisamos realmente das Universidades públicas em suas eternas greves ou seria melhor que fossem cobradas mensalidades nas Universidades Públicas e reservadas as verbas para pesquisas  NO MUNDO Continua armado o palco para o Armagedon.     A crise na Ucrânia está em compasso de espera. Os EUA reclamam de material bélico russo com os separatistas, enquanto mandam seu próprio material para os rebeldes da Síria é pouco provável que a Rússia aceite quieta o massacre de seus compatriotas não se sabe se os recolherá a seu solo ou se vai intervir.    A China amplia seu poder bélico e desafia a supremacia americana no Pacífico e o  Japão se oferece como alternativa ao poderio militar da China – rivalidades ancestrais.     No Iraque o avanço dos radicais islâmicos tomam tal vulto que os EUA terão que decidir entre retirar-se (já previsto) ou ampliar sua presença.    Contudo, todos os chefes dos Estados mais poderosos tem revelado muito mais ponderação do que os líderes nas duas Guerras Mundiais.  Um Golpe de mestre      No princípio da crise na Crimeia, o rublo começou a cair mas o Banco Central da Rússia nada fez para conter essa queda, surgiram rumores de que a Rússia simplesmente não tinha as reservas necessárias para suster o rublo, estes rumores e as declarações de Putin feitas com o propósito de apoiar a população Russa da Ucrânia levaram a uma queda nos preços das ações das companhias energéticas Russas, isto fez com que os especuladores se apressassem a vender as suas ações antes que elas perdessem todo o seu valor.     Putin esperou uma semana inteira, apenas sorrindo, (o que foi interpretado como alguém a tentar manter uma postura valente), mas quando as ações atingiram o ponto mais baixo, Putin deu instruções para que fossem rapidamente compradas dos estrangeiros. Quando os especuladores perceberam era tarde demais: todas as ações já se encontravam em mãos Russas.     Não só Rússia ganhou $20 bilhões em poucos dias, como trouxe para casa as quotas de mercado das suas indústrias. Agora, as receitas do petróleo e do gás ficarão na Rússia e não no estrangeiro e o rublo foi restaurado sem que fosse necessário tocar nas reservas de ouro. Caindo na real      Não se fala mais em aquecimento global antropogênico, pois a tese está completamente desmoralizada. Desmascarada a farsa do painel mundial, todos entenderam que eram mentiras políticas para evitar o desenvolvimento dos países emergentes. Todos sabem, menos o pessoal do Ibama e dos partidos da esquerda radical – PV, PSTU etc..         Em um número crescente de países, a taxa de fertilidade é inferior ao  nível de substituição. - Isso preocupa os governos, já que a redução do número de nascimentos compromete a mão-de-obra futura e à medida em que aumenta a longevidade maior será a carga previdenciária do país.    Muitos países estão tentando convencer os casais a terem mais filhos. A ONU estima que no passado dois terços dos países em regiões mais desenvolvidas contavam com políticas para aumentar a fertilidade, comparado a um terço em 1996Além da China, até os mulás da República Islâmica do Irã estão mudando o tom em relação ao planejamento familiar, implementada,  visando melhorar a qualidade de vida. “Um dos erros que fizemos da década de 90 foi a controle populacional”, recentemente afirmou o mulá Khamenei.     Certamente serve de alerta a países como o nosso, que ainda tem que ocupar seu próprio território. Com todos os maus efeitos colaterais, a bolsa família tem sua razão de ser  Que Deus nos ajude a manter o nosso Pais unido e coeso Gelio Fregapani





ADENDO

A lição que o Brasil pode dar ao mundo

Recebido do Dr. Lago Neto

Estamos vibrando com a derrocada daquilo que mais odiamos. E o que mais odiamos parece ser o Brasil. Como se o Brasil não fosse, tão e simplesmente, nós mesmos

Há um pensamento em voga entre nós: devíamos sabotar a Copa, torcer contra, colaborar para que “não haja” Copa. Isto seria a coisa cívica e correta a fazer – usar a Copa do Mundo no Brasil não para vender ao mundo uma imagem boa do país, mas, ao contrário, para revelar nossas mazelas, para admitir nossas iniquidades diante do planeta.
Isto seria um levante contra “tudo isso que está aí” – o maldito padrão Fifa que não conseguimos alcançar e que nos humilha; nossa incapacidade histórica de fazer qualquer coisa honestamente, sem cobrar ou pagar propina; a economia que não anda; nossa ineficiência estrutural e nossa leniência crônica que nunca cumprem o que promete, que perdem prazos e desrespeitam contratos; nossa falência como nação que não consegue andar para frente em tantos aspectos essenciais; nossa incompetência em superar essa fenda social profunda que nos divide há séculos em duas castas que se odeiam, às vezes em silêncio, às vezes nem tanto.
Mas sabotar a Copa funcionaria também como uma espécie de autoexpiação pública e mundial, transformando nossas questões nacionais, internas, num inesquecível fiasco global. Como se a Copa do Mundo deixasse de ser uma festa para virar uma chibata. Como se o maior evento do planeta, que nos foi confiado e que nós brigamos para receber, não representasse um momento de alegria mas sim uma oportunidade de gerar constrangimento, vergonha, decepção e má publicidade.
Sorrir virou uma assunção de cretinice. Torcer pelas cores nacionais na Copa virou um crime. Exercer o gosto pelo futebol, um traço nacional, virou coisa de gente pusilânime.
Ao mesmo tempo, ver o Brasil mal retratado na imprensa de outros países virou uma alegria. Passamos a gostar da ideia de esfregar nossos aleijões na cara da audiência internacional – tendo especial regozijo ao ver a classe média do resto do mundo virar de lado e tampar o nariz. Adoramos jogar lama no próprio rosto. E convidamos os outros a nos enlamear também. Estamos torcendo para que as coisas funcionem mal, e para que tudo dê errado, e para que não consigamos fazer nada direito, para que tragédias aconteçam, para que tudo mais vá para o inferno.
Estamos vibrando com a derrocada daquilo que mais odiamos. E o que mais odiamos parece ser o Brasil. Como se o Brasil não fosse, tão e simplesmente, nós mesmos.
Tenho muita dificuldade de entrar nessa onda de autoimolação. E na inconsequência juvenil dessa postura “quanto pior, melhor”. Há um niilismo contido nesse pensamento, e um masoquismo meio piegas e vazio nessa proposta, um espírito de porco oco e doentio, que me desagradam profundamente. Talvez porque haja muita destruição aí – e eu seja um construtor. Talvez porque haja muita coisa prestes a ser posta abaixo, indiscriminadamente, e eu seja um criador que gosta de erguer obras. Não sou um demolidor de paredes. Então não consigo achar que botar fogo no circo com todo mundo debaixo da lona possa ser uma boa ideia. Talvez por já ter vivido fora do país, e visto o Brasil lá de fora. E por ter dois filhos brasileiros, que terão seu futuro próximo acontecendo por aqui. E por já estar vivendo meu 43. ano de vida. Já estou muito velho para achar que arrasar a terra possa facilitar o nascimento de alguma outra coisa sobre ela.
Fico imaginando esse mesmo pensamento noutros países. Cito apenas alguns. Você completa o quadro.
Na Copa de 2002, o Japão deveria, logo na abertura, fazer menção a seus crimes de guerra, que não foram poucos, pelos quais jamais se desculpou. Ou então alertar para o tratamento discriminatório até hoje imposto aos burakumin – pessoas que exercem profissões “impuras”, como coveiros e açougueiros. Ou protestar contra a xenofobia, e o sentimento de isolamento (quando não de superioridade) racial que ainda hoje permeia a sociedade japonesa.
A Coréia, no mesmo ano, deveria denunciar seu patriarcalismo opressor e a violência doméstica contra mulheres que é uma espécie de direito adquirido dos homens por lá até hoje – quase 60% das esposas afirmam sofrer algum tipo de abuso dentro de casa.
Os Estados Unidos deveriam ter encerrado a Copa de 1994 com uma apoteose em forma de perdão pela barbaridade das duas bombas atômicas que atiraram covardemente sobre a população civil de duas cidades, em nome de um teste científico (afinal, gente amarela não é gente, né?) e de um aviso nuclear aos novos inimigos. Foram 250 000 mortos, entre crianças, mulheres, bebês, velhos, gestantes, recém nascidos. Ou então a apoteose deveria representar uma elegia às populações indígenas americanas massacradas. Ou aos mortos de todas as ditaduras que os Estados Unidos apoiaram ao longo de décadas, inclusive ensinando as melhores técnicas para “prender e arrebentar”, para vigiar e punir e esganar. Os Estados Unidos também poderiam se retirar da Copa, e também das Olimpíadas, bem como de todas as competições internacionais em que costumam brilhar, em protesto contra o fato de serem a maior economia do mundo e até hoje não terem tido a capacidade de oferecer um sistema público de saúde universal aos trabalhadores que produzem essa riqueza toda – quase 50 milhões de americanos simplesmente não tem a quem recorrer se ficarem doentes.
A África do Sul, em 2010, deveria ter alardeado sua liderança mundial em estupros – 128 estupros por 100 000 habitantes. (Ah, sim. Na Nigéria, que receberemos esse ano, o estupro marital não é considerado crime. A delegação nigeriana, composta de maridos, deveria entrar no Itaquerão empunhando essa bandeira?)
A Itália e a Espanha, as duas últimas campeãs mundiais, nem deveriam vir à Copa. Na Itália, o desemprego entre os jovens é de 38,5% – no Sul, a região mais pobre do país, a taxa é de 50%. Ano passado, 134 lojas fechavam diariamente na bota – mais de 224 000 pontos já fecharam no varejo italiano desde 2008. Na Espanha, o desemprego está batendo em 30% na população em geral. Entre os jovens, já encostou também nos 50%.
Ou seja, se fossem países sérios, Espanha e Itália não perderiam tempo e recursos participando de um evento da Fifa, essa corja internacional, e se dedicariam com mais a afinco a resolver seu problemas, que são muito graves. Trata-se de países à beira da bancarrota. (Só para comparar, a taxa de desemprego no Brasil, esse fim de mundo em que vivemos, é de 4,9%). Os americanos, se merecessem os hambúrgueres que comem, deveriam usar a visibilidade da Copa, já que nem gostam de futebol mesmo, para chamarem a atenção para a tremenda injustiça e para o absurdo descaso que enfrentam em seu sistema público de saúde. E, se tivessem um pingo de vergonha na cara, espanhois e italianos se recusariam a vir para a Copa, a torcer por suas seleções na Copa, e se postariam de costas para os televisores e sairiam quebrando vitrines (das lojas que ainda lhes restam) a cada gol de Iniesta ou de Balotelli. Mais ou menos como estamos planejando fazer por aqui em represália aos êxitos de Neymar e cia.
Eis a lição que o Brasil está prestes a dar ao mundo.
Por Adriano Silva, blogueiro e consultor digital. Publicado originalmente em Manual de Ingenuidades.
Publicado em 30/05/2014