27/10 -
Hiroaki Torigoe
Participou ativamente de várias ações, tanto pela ALN como pelo MOLIPO, destacando-se entre elas:
“Expropriação”, ou melhor, assalto e roubo: à tesouraria da PUC; ao Hospital Pamplona, ao cursinho Nove de Julho; à firma de materiais cirúrgicos Borse; ao Banco Nacional de Minas Gerais; à uma fábrica em Vila Mariana; às fábricas Dejan e AMF; ao restaurante Biherhalle.
Atentado a bomba contra a loja SEARS.
Atentado a bomba contra o Consulado dos Estados Unidos.
Assalto a uma agência do Ministério do Trabalho
Assalto e incêndio de três Rádio Patrulhas, num desses foi ferido gravemente um soldado da Polícia Militar.
Incêndio de um ônibus na Vila Brasilândia, onde foi morto o cabo da Polícia Militar Nelson Martinez Ponce, atingido por tiros de metralhadora disparados por Aylton Adalberto Mortati. Dessa ação também participou Maria Augusta Thomaz.
Torigoe morreu no dia 5/01/1972 em combate com agentes do DOI/CODI/IIEX, na rua Albuquerque Lins, bairro Santa Cecília/SP, após ter reagido à voz de prisão. No tiroteio com os agentes foram feridos um transeunte e um policial. Morreu quando era conduzido a um hospital.
Todos os terroristas que morriam em combate eram, imediatamente, retirados do local e evacuados para a sede do DOI, onde era solicitada ao Instituto Medico Legal a remoção do corpo para a autópsia, identificação e sepultamento.
Essa medida era necessária, pois caso o corpo permanecesse no local onde ocorrera a morte, um comando terrorista poderia agir de surpresa para tentar resgatar o corpo, ou então, metralhar os agentes que permaneciam no local aguardando a perícia. Lembrem-se que combatiamos organizações terroristas, cujos integrantes , como guerrilheiros urbanos, eram formados em Cuba, na China e na União Soviética. Estavamos em guerra contra um inimigo que surgia do nada, misturado no seio da multidão, que matava sem dó nem piedade obedecendo o preconizado no Mini Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighela.
A esquerda aproveita isso para mentir e iludir a opinião pública, afirmando que os terroristas dados como mortos em combate eram levados feridos para as dependências do DOI. Muitos que lá estiveram presos, hoje, corroboram com essas mentiras, afirmando que viram terroristas nessas situações.
Apesar de se saber, através de fotografias, o seu nome de nascimento, Torigoe foi enterrado com o nome constante no documento que portava ao morrer: Massamiro Nakamura. Nesses casos a pessoa só podia ser sepultada com o nome que constava na sua carteira de identidade. Essa situação era informada no Inquérito Policial que esclarecia a sua morte para que a Justiça regularizasse o óbito com o nome de nascimento.
Torigoe só foi identificado oficialmente depois de prolongada busca nos órgãos de identificação para a comparação das suas impressões digitais.
A morte de Torigoe foi publicada em vários jornais de São Paulo, inclusive com a cópia do documento de identidade que portava ao morrer, com a sua fotografia bem visível e a observação de que o seu nome verdadeiro era Hiroaki Torigoe.
Foi enterrado no Cemitério Dom Bosco, em Perus.
Caso a família tivesse procurado informações sobre a localização do seu corpo junto à direção do cemitério, teria, facilmente, identificado o local do seu sepultamento e poderia , até, remover seus restos mortais para outro cemitério, como fizeram, em 1973, os familiares dos irmãos Yuri e Alex Xavier Pereira, e em 1979 as famílias de Gelson Reicher e Luis Eurico Tejera Lisboa, todos os quatro sepultados, assim como Torigoe, com os nomes falsos que usavam ao morrer .
Se a família não o fez dentro do prazo legal, que penso ser de 4 ou 5 anos, ninguém pode, hoje, acusar as autoridades de esconder seu corpo. Como não foi procurado neste período, seus restos mortais, assim como os de todos os outros que estavam na mesma situação, foram exumados pela direção do cemitério e colocados numa vala comum.
Para que não paire qualquer dúvida, veja o que o livro Direito à Memória e à Verdade, da Comissão Especial sobre Desaparecidos Políticos, publica a respeito de Torigoe e, a seguir, a matéria publicada na imprensa por ocasião da sua morte.
“Enterrado no Cemitério Dom Bosco, em Perus, com o nome falso, a família não conseguiu resgatar os restos mortais. Em 1976 recebeu apenas a informação de que Hiroaki tinha sido exumado, não sabendo o destino dado ao corpo. Em 1990 foi feita a exumação de uma ossada naquele cemitério, na sepultura apontada como sendo sua. A ossada que pertenceria a Torigoe não tinha crânio. Fora exumada e re-inumada, havendo outras duas ossadas enterradas na mesma sepultura. Levadas para o Departamento de Medicina Legal da Unicamp, por Badan Palhares, foram entregues posteriormente ao legista Daniel Munhoz.sem a anotação de que apenas a ossada sem o crânio deveria ser examinada”.
“A relatora do processo sobre Torigoe junto a CEMDP, Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, tomando como base os documentos citados e, em especial a foto do corpo, votou pelo deferimento, afirmando que HiroaKi foi torturado e morto em dependências policiais, enterrado pelos seus algozes como indigente e com identidade falsa, com laudo assinado por pelo médico Abramovitc, o mesmo autor de outros laudos examinados na Comissão Especial e que não obedecem aos princípios da ética profissional a que os peritos médicos estão sujeitos”
Como sempre, os Inquéritos Policiais, com os atestados de óbito assinados por dois médicos legistas, que foram aprovados, na época pela Justiça, hoje, passados mais de 30 anos, são questionados e julgados como mentirosos.
Agora leia o que foi publicado pela imprensa após a morte de Torigoe
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