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segunda-feira, 4 de março de 2013

Por vezes nos quedamos calado


4/03/2013
Por Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Por vezes, nos quedamos calados.
De nossa pena nas últimas semanas pouco verte, nenhuma denúncia, nenhuma lamúria, apesar do continuísmo da má gestão e da incúria que dominam o seio da jovem nação.
Da pena nada ou muito pouco; em nosso coração, sim, uma mágoa profunda, dorida, interminável.
Tantas são as torpezas, que nem ligamos, mas sofremos.
É doloroso morrer numa batalha, deve ser penoso, lastimável, porém restará sempre um último alento no coração do soldado, o de sacrificar - se por um ideal, por um propósito.
Sucumbir em defesa da Pátria, pela sua honra, para a salvaguarda da liberdade dos demais, tudo pode tornar menos dolorida esta irremediável perda.
Porém, assistir impotente ao massacre da dignidade, à promoção da mentira, é arrasador, é aplaudir a trama, o golpe, é entronizar o erro, é valorizar o crime, é premiar criminosos, é penalizar bravos cidadãos.
É morrer de tristeza assistir de camarote a uma nação abandonar os seus soldados.
Uma terrível Comissão, tal qual na Inquisição, crucificará uns tantos que deram tudo de si, como sacrifício para a manutenção da lei e da ordem.
A todo momento, de todos os lados, tramas, esculachos, intensa pressão midiática, profundos estudos da CUT, da UNB, da OAB e de tantas agremiações que surgem aos borbotões, para imolar inocentes.
Nos estados, comissões juntam lenha para a fogueira que alimentará vaidades e trucidará cidadãos de conduta ilibada e de reconhecido valor nas suas áreas de trabalho, as instituições militares.
Sim, assistimos à vitória do engodo, o apogeu da malandrice, da cretinice, e damos gargalhadas ao constatar que nada poderá detê - los.
Construímos por nossa conivência, por nossa falta de dignidade, um poder incomensurável, imbatível, capaz das maiores atrocidades, imerso em erros e más gestões, que iludidos, entronizamos.
Diariamente, a comprovação de que vivemos num mar de lama, pois fluem aos borbotões as notícias de desmandos, de abusos, de golpes, de corrupções, de más versões, e nada fazemos.
Quanta conivência, quanta pusilanimidade.
Estamos mergulhados num arremedo de uma ditadura petista - sindicalista, mas que célere atingirá o seu objetivo, o domínio total.
Os sinais são por demais óbvios para os que prestam um mínimo de atenção aos noticiários, que tocam, brevemente, nos fracassos e incúrias governamentais.
As greves que pululam por todo o País são assuntos banais. As escolas fechadas, as universidades paradas, por meses. Mas são tão corriqueiras que não perturbam a marcha inexorável da submissão.
Se economia vai mal, é só na cabeça de alguns economistas, pois sempre é fácil afirmar que num futuro próximo vamos rumo ao infinito no cenário internacional.
Amiúde, lemos que Comissão da Verdade conquistou mais uma vitória, sacramentou mais dados para formalizar as suas acusações, e aproxima - se para desvirtuar a Lei da Anistia, de forma que os heróis da luta contra o terrorismo ideológico e físico sejam devidamente trucidados.
É flagrante, a certeza de que a verdade será manipulada, distorcida, vilipendiada a serviço de interesses nojentos, e nos a custa crer que antes da concretização da injustiça final, não se acenda a chama da indignação.
 O que falta para que se forme um núcleo de guerreiros como os Trezentos de Esparta, prontos para defender a sua dignidade, quem sabe com o sacrifício da própria vida, pois o resto, o revanchismo, a vingança torpe, vem há décadas vilipendiando, massacrando e esfacelando?
Cidadãos que lutaram contra a subversão armada que aterrorizou a Nação, heróis desdenhados, perseguidos e amargurados pela incerteza, pela insensibilidade da população, esta breve lembrança é uma modesta homenagem, uma breve reverência ao quanto devemos a vocês.
Quanto aos espartanos, não custa sonhar, quem sabe.
Brasília, DF, 04 de março de 2013
Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira