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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dilma troca as moscas...

Militares desaprovam Amorim para a Defesa

O entra e sai logo cedo no Palácio da Alvorada tem uma razão de Estado: 12 horas depois do anúncio do nome de Celso Amorim para o ministério da Defesa, a presidente Dilma Rousseff precisou acalmar os militares. E convocou os comandantes das três forças antes de embarcar para a Bahia, onde cumpriu agenda nesta sexta-feira (5). Eles ouviram da presidente que estão mantidos em seus postos e que nada muda na condução do ministério.

Reservadamente, os militares reagiram mal à escolha de Celso Amorim. Consideram que o perfil de diplomata é inadequado para a pasta e não acreditam que Amorim vá defender os interesses da Defesa.

Para amplos setores das Forças Armadas, o novo ministro foi o principal responsável por aproximar o Brasil de países com regimes fechados, como Cuba, Venezuela e Irã. Os militares criticam o fato de ele ser um homem de esquerda e temem pela condução que o novo ministro dará a temas estratégicos, como o programa nuclear, o reaparelhamento das forças e a instalação da Comissão da Verdade, que abordará violações de direitos humanos durante o regime militar.

Amorim tem histórico de divergências com militares

A carreira do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, é marcada por divergências e atritos com a cúpula das Forças Armadas brasileiras.
Ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Amorim é considerado a "pior escolha possível" para o cargo, de acordo com militares ouvidos sob condição de anonimato.
Veja a seguir os principais pontos de atrito entre Amorim e os militares.
- Demitido da Embrafilme
Em 1982, Amorim foi demitido da direção geral da Embrafilme - para a qual tinha nomeado em 1979 pelo então presidente João Baptista Figueiredo - por causa da produção Pra Frente, Brasil, de Roberto Farias, que retratava a tortura no regime militar.
- Bolívia e Petrobras
Em 2006, quando o presidente da Bolívia, Evo Morales, ordenou a invasão das refinarias de gás da Petrobras e a nacionalização de toda a operação, a atuação de Amorim à frente do Ministério das Relações Exteriores foi considerada fraca e "entreguista" pelos militares brasileiros.
- Hugo Chávez
Enquanto os militares brasileiros viam com desconfiança o processo de armamento da Venezuela de Hugo Chávez - que comprou caças, tanques e mísseis para suas Forças Armadas -, Amorim colocava panos quentes na questão, dizendo que o país vizinho estava apenas exercendo seu direito de repor equipamento antigo.
- Manuel Zelaya
Em 2009, o ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya - derrubado por um golpe de Estado - retornou escondido ao país centro-americano e "se instalou" na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, montando ali seu quartel-general de resistência.
Contando com a "compreensão" de Celso Amorim e do ex-presidente Lula, Zelaya virou uma pedra no sapato das Forças Armadas brasileiras, que tiveram que engolir a invasão da embaixada e a violação da soberania nacional
- Soldados no Haiti
Após o terremoto de janeiro de 2010 no Haiti, o então ministro das Relações Exteriores Celso Amorim pediu ao Congresso Nacional que aumentasse o número máximo de militares brasileiros presentes no país caribenho, contrariando a cúpula das Forças Armadas.

Os dirigentes militares consideravam que o efetivo de 1.300 homens - que lideravam a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti - era suficiente para manter a segurança.
Na época, Amorim não esperou pelo estudo dos militares e anunciou que o Brasil dobraria o contingente de suas tropas. O general Floriano Peixoto reconheceu que a decisão brasileira era "política" e que caberia ao governo brasileiro tomá-la.

"AMORIM NA DEFESA É UMA ACHINCALHAÇÃO
DILMA ESTÁ MAIS OSCILANTE QUE CHARUTO EM BOCA DE BEBADO, MAS AGE COMO SE SÓ ABRISSE A BOCA QUANDO TEM CERTEZA"  JN