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domingo, 29 de dezembro de 2013

"Justiçamento" Um Tribunal de três membros, comunistas, é claro. (jn)

28/12/13 - Justiçamento” de Manoel Henrique de Oliveira
Justiçamento” de Manoel Henrique de Oliveira 
Por Carlos Alberto Brilhante ustra - Cel Ref EBMatéria publicada no livro "A Verde Sufocada"  9ª edição, de minha autoria
Caros amigos
Esta é a continuação da resposta à matéria publicada, hoje, 28/12/13, no Correio Braziliense, de autoria de Bertha Maakaroun, intitulada ” MP quer identificação dos carrascos”
Continuo solicitando, se julgarem procedente, que a divulguem.
Oito meses após, em 21/02/73, às 7h30, um comando terrorista da ALN, formado por Francisco Seiko Okama (Baiano), Arnaldo Cardoso Rocha (Jibóia), Francisco Emanuel Penteado (Júlio), Antônio Carlos Bicalho Lana (Bruno) e Ronaldo Mouth Queiroz (Papa), assassinaram a tiros o comerciante Manoel Henrique de Oliveira, dono do Bar e Churrascaria Varela, na esquina da Rua da Mooca com a Rua Antunes Maciel, próximo ao estabelecimento comercial de sua propriedade. Sobre o corpo de Manoel Henrique deixaram panfletos, acusando-o de ter delatado à polícia os seus comparsas, quando estes almoçavam no restaurante.
Manoel Henrique nasceu em 09/05/1934, em Portugal. Era casado com dona Margarida Tavares. O casal tinha dois filhos, Alberto Manoel, de quinze anos, e Maria do Carmo, de dois anos. Estavam no Brasil há um ano. Eram muito estimados pelos sócios, fregueses e vizinhos e viviam um período de extrema felicidade.
A ALN e a esquerda jamais admitiram que três de seus Comandos Nacionais “caíram” após um intenso e minucioso trabalho de investigação, que durou meses e que começou quando infiltramos um de seus próprios membros na ALN. Preferiu, por vaidade, mentir ao público que a queda de seus dirigentes ocorreu por denúncia de um proprietário de restaurante. Para corroborar a sua tese, não teve dúvidas em assassinar um chefe de família que eles sabiam ser inocente.
A respeito, é conveniente transcrever o depoimento de dona Margarida Tavares, prestado ao Jornal do Brasil em 26 de novembro de 1978:
 “Segundo dona Margarida, no dia 21 de fevereiro de 1973, ele foi como todos os dias, à Churrascaria Varela, na qual tinha uma sociedade. Nem chegou a sair do carro, pois foi logo metralhado. Pelos panfletos que os terroristas deixaram no local, sob as razões da vingança, Manoel teria denunciado quatro terroristas oito meses antes. Mas dona Margarida nega. Ele não fez nada disso. Eles foram almoçar na churrascaria, pediram para usar o telefone. Logo depois houve o tiroteio com a polícia e três deles morreram. Foi só isso.”  (Jornal do Brasil, 26/11/78). 
Três integrantes do mesmo comando terrorista, que matou o senhor Manoel Henrique de Oliveira, tiveram um combate com agentes do DOI no dia 15 de março de 1973, na Rua Caquito, na Penha, onde morreram Arnaldo Cardoso Rocha (Jibóia), Francisco Seiko Okama (Baiano) e Francisco Emanoel Penteado (Júlio). Os outros dois membros desse comando, Ronaldo Mouth Queiroz (Papa) morreu em 06/04/73 e Antônio Carlos Bicalho Lana (Bruno) em 30/11/73, em confronto, também com agentes do DOI.
Meu comentário: Este combate realmente aconteceu, testemunhas foram ouvidas, o Inquérrito Policial foi instaurado, as autópsias foram feirtas, mas hoje nada disso vale, o que passa a ser verdade é a palavra deles e as perícias por eles encomendadas.
Jacob Gorender, que militou no PCBR, em seu livro Combate nas Trevas, assim se refere ao episódio do “justiçamento” de Manoel Henrique de Oliveira: 
No dia 21 de fevereiro de 1973, um comando da ALN fuzilou o português Manoel Henrique de Oliveira, proprietário do restaurante Varela, na Mooca, a cuja saída quatro guerrilheiros foram metralhados em junho do ano anterior. A ALN concluiu que Manoel Henrique telefonou ao DOI/CODI por ter reconhecido Ana Maria Nacimovic, cujo retrato figurava nos cartazes de “Terroristas Procurados”, colados aos milhares por toda a parte. Em livro de 1987, o coronel Brilhante Ustra apresentou a versão segundo a qual o cerco aos guerrilheiros resultou de uma operação policial de infiltração e acompanhamento. Manoel Henrique teria sido justiçado sem culpa. Supondo que a versão do coronel seja verdadeira, não havia como a ALN ter conhecimento dela em 1972. Por enquanto, trata-se de versão baseada unicamente no depoimento do coronel, suspeito pela negação afrontosa da montanha de evidências sobre sua responsabilidade nas torturas de prisioneiros no DOI/CODI de São Paulo.” 
Gorender justifica ainda os assassinatos do Dr. Octávio Gonçalves Moreira Júnior, do capitão americano Charles Chandler, do tenente Alberto Mendes Júnior, afirmando que se fez a justiça revolucionária. Explica o assassinato do marinheiro inglês David Cuthberg, um jovem que morreu sem saber por que fora condenado à morte, como sendo um ato de desatino dos “jovens estudantes”. Da mesma maneira, tenta justificar o assassinato de Manoel Henrique de Oliveira, um inocente que não teve participação alguma nos fatos ocorridos.
A alegação de que o dono do restaurante ligou para o DOI, avisando que os terroristas lá estavam almoçando e que havia reconhecido Ana Maria Nacinovic Correa, das fotos dos cartazes de terroristas procurados, é inviável. Com absoluta certeza, no restaurante não havia, fixado em nenhum local, qualquer cartaz de terroristas procurados. Os proprietários de lojas, restaurantes, supermercados, não os fixavam, nem nós pedíamos para que o fizessem, pois os terroristas metralhavam os locais onde existiam esses cartazes. Eles só eram colocados em órgãos públicos como rodoviárias, aeroportos, delegacias de polícia.
O DOI jamais forneceu seus telefones nem os distribuiu por restaurantes e outros locais públicos. Seria praticamente impossível que o DOI tivesse distribuído para o Restaurante Varela e que esse mesmo restaurante viesse, por acaso, a ser escolhido pelos terroristas para almoçar. Além disso, as mulheres terroristas mudavam continuamente a sua aparência, tingindo os cabelos, usando perucas de várias cores, tamanhos e cortes diferentes.
No dia de sua morte, a fisionomia de Ana Maria era completamente diferente da que aparecia nos cartazes. Por tudo isso, o senhor Manoel Henrique não teria condições de reconhecer Ana Maria. Além do mais, preocupadíssimos com segurança e preparados para todo tipo de eventualidade, mesmo que estivessem disfarçados, nunca ficariam por muito tempo em um local onde um desses cartazes estivesse em exposição.
A minha versão, embora o senhor Jacob Gorender considere suspeita, é verdadeira e irrefutável.
Por que somente as versões de assassinos, terroristas, assaltantes, seqüestradores, subversivos, simpatizantes e historiadores de esquerda são verdadeiras? Porque um sempre confirma ou justifica a versão do outro, independente de ter presenciado o fato. Interessa ideologicamente que existam cada vez mais “vítimas inocentes” de uma “ditadura implacável”. É preciso que os jovens sejam novamente enganados para, se necessário, serem usados e sacrificados “em nome da luta pela democracia”.
Se os seus doutrinadores vencerem, ao invés da democracia pela qual pensam estar lutando, terão um regime totalitário, no qual seus direitos não serão respeitados, sem liberdade de imprensa ou, mesmo, de opinião. O exemplo de Cuba está aí, há mais de 45 anos. 
Todas as famílias dos membros do comando da ALN, que executou a sentença de morte do implacável “Tribunal Vermelho”, tiveram seus pedidos de indenização aprovados pela Comissão Especial, criada para a aplicação da Lei 9.140/95.
E a senhora Margarida, viúva de Manoel Henrique de Oliveira, como terá criado seus filhos menores? 
Será que a Comissão de Direitos Humanos se preocupou com eles? A sra Maria do Rosário não vai pedir desculpas à D. Margarida, esposa do sr Manoell Henrique de Oliveira?