28/09 - Comissão da Verdade terá Aloysio Nunes como relator |
O projeto de lei que cria a Comissão da Verdade chegou hoje ao Senado e será relatado pelo senador Aloysio Nunes (SP), do PSDB. O tucano, que foi perseguido político na ditadura militar, deverá relatar a matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário. Embora a escolha de seu nome não tenha sido formalizada, ele tem o aval do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do líder do PT, Humberto Costa (PE). O projeto que é considerado prioridade máxima pela presidente Dilma Rousseff estabelece que a comissão ficará encarregada de investigar as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. A ideia é que Aloysio Nunes não faça mudanças no texto, a fim de que a matéria siga diretamente à sanção. Se tiver de seguir o rito ordinário de tramitação, o projeto terá de passar por três comissões: CCJ, Direitos Humanos e Relações Exteriores. No entanto, Romero Jucá vai procurar os líderes partidários na Casa para tentar aprovar o regime de urgência da matéria, a fim de que seja analisada diretamente no plenário. "Acredito que as lideranças podem pedir urgência e, desde que a nossa pauta esteja desobstruída, nós então teremos a oportunidade de examiná-lo", disse o presidente José Sarney, apoiando a urgência. Observação do site : www.averdadesufocada.com A pergunta que não quer calar: Não existe um parágrafo no projeto que cria a Comissão da Verdade que impede que alguém que tenha tido algum envolvimento com a luta armada náo poderá participár da mesma? Como é que o relator do projeto será um senador que esteve envolvido tão profundamente com os acontecimentos desse período? Saiba quem foi o senador: Aloysio Nunes Ferreira - "Beto" ou "Mateus" - Como presidente do Centro Acadêmico XI de agosto, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, São Paulo, participou da ocupação da Faculdade, ameaçando incendiá-la caso fosse invadida pela polícia. Contava para isso com mais de 100 coquetéis molotov. - Em 1964 ingressou no Partido Comunista Brasileiro. - Descontente com a linha pacífica do Partidão, optou pela luta armada, ingressando na Ala Marighela, mais tarde Ação Libertadora Nacional (ALN). - Seu líder, Carlos Marighela, de quem era motorista, ficou famoso pela pregação da violência, sendo o autor do Minimanual do Guerrilheiro Urbano, livro de cabeceira das Brigadas Vermelhas, na Itália, e do grupo terrorista Baader-Meihoff, da Alemanha. - Em 10/08/1968 participou entre outras ações da ALN do assalto ao trem pagador da Santos-Jundiaí e, em outubro desse mesmo ano, ao carro pagador da Massey-Ferguson. - Tentou viajar para Cuba com a finalidade de fazer um treinamento militar, no que foi impedido por Carlos Marighela. - Em novembro de 1968, com o passaporte falso, viajou para Paris onde passou a coordenar as ligações de Cuba com os comunistas brasileiros. - Após três anos em Paris filiou-se ao Partido Comunista Francês. - Negociou com o Presidente argelino Houri Chedid Boumedienne para que comunistas brasileiros recebessem treinamento militar na Argélia. - Regressou ao Brasil após a Lei da Anistia, de 1979, ingressando na política. - Desfiliou-se do PCB e filiou-se ao PMDB, tendo sido eleito por este partido deputado estadual de 1983 - Foi vice-governador de São Paulo de 1991 a 1994, eleito na chapa de Luiz Antônio Fleury Filho. Acumulou a função de vice-governador com a de secretário estadual de Negócios Metropolitanos. - Em 1992, foi candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo. - Em 1994, foi eleito Deputado Federal pelo PSDB. - Interrompeu o mandato de 1999 a 2002, quando ocupou dois ministérios no governo FHC: a secretaria-geral da Presidência e o Ministério da Justiça. - Como Secretário Geral da Presidência da República viajou à Cuba, na semana de 08 à 13/10/2001, onde manteve conversações com seu velho e fraternal amigo Fidel Castro, o mais sangrento ditador do continente que mandou fuzilar no "paredon" 17 mil e prendeu trinta mil opositores ao Partido Comunista Cubano. - No dia do seu retorno ao Brasil, como deferência ao seu passado revolucionário, Fidel Castro foi ao seu embarque no aeroporto e fez questão de acompanhá-lo até o avião para as despedidas. - De 1995 a 2007, foi detentor de uma cadeira de Deputado Federal. - Em 2005/2006, foi secretário municipal da cidade de São Paulo, durante o governo José Serra/Gilberto Kassab. Quando, em 1º de janeiro de 2007, José Serra assumiu o Governo do Estado de São Paulo, Aloysio foi o seu chefe da Casa Civil. - No dia 3 de outubro de 2010, Aloysio Nunes foi eleito senador pelo PSDB de São Paulo. Fonte : www.ternuma.com.br XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX "Aloysio Nunes será o relator da Comissão da Verdade no Senado Por Vandson Lima - De São Paulo - Valor Econômico - 28/09/2011 O relator no Senado do projeto que cria a Comissão da Verdade será Aloysio Nunes (PSDB-SP). A confirmação da escolha foi feita ontem pelo líder do governo, senador Humberto Costa (PT-PE). O nome do tucano vinha sendo avaliado para o posto havia pelo menos dois meses. No ministério da Defesa, contou com o aval do ex-ministro Nelson Jobim e seguiu sendo bem visto depois da chegada de Celso Amorim. Ao Valor, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, já havia dito ser do desejo do governo que a relatoria no Senado ficasse com um oposicionista, dando ao projeto um caráter pluripartidário. Nunes Ferreira é considerado um conhecedor do tema, equilibrado e de bom trânsito entre petistas. Fez parte da Aliança Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella, e do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Enviado pela ALN à França por conta de um processo penal, lá aderiu ao Partido Comunista Francês. Segundo pessoas próximas ao senador, ele tem estudado o projeto com afinco, desejava a relatoria, mas tem evitado declarações a respeito na imprensa, ainda que em linhas gerais concorde com o conteúdo do texto. Sua relação com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não é das melhores e um posicionamento de antemão favorável ao projeto pode o indispor com o DEM, partido que mais questiona o documento. 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