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domingo, 10 de janeiro de 2010

Me dá meu boné

Comentário nº 56 –  10 de dezembro de 2010

Assuntos: Crise Militar, Meio Ambiente, Ambientalistas e MST


Inicialmente expresso meu entusiasmo com a atitude dos nossos comandantes das Forças, e por que não reconhecer, do ministro da Defesa, que começa a merecer apoio para vôos mais altos.

Nas tradicionais famílias de militares, como a da minha saudosa mãe, contava-se muitas histórias, certamente reais, mas que viram folclore familiares. Uma dessas, de pedir o boné, se refere a Floriano Peixoto. Contava-se que, quando Benjamim Constant conseguiu reunir uma tropa rebelada no Campo de Santana, o ministro visconde de Ouro Preto teria convocado ao gen. Floriano para que os enfrentasse (Floriano era o Secretário do Exército, que equivaleria mais ou menos ao atual Ch do Estado Maior). Floriano respondeu que não derramaria sangue de brasileiros, pediu seu boné e pegou o bonde para casa.

Essa velha história, como muitas outras, me deixou marcas negativas, principalmente porque o Floriano acabou vice-presidente passando a imagem de que já estivesse combinado, e não hesitou muito em derramar sangue brasileiro na revolta de 93. Passei a não gostar dessa de pedir o boné .

Já vi outros chefes, quando descontentes, pedirem transferência para a reserva. Muitas vezes pensei que se fosse eu, ou alguns dos que sigo como exemplo (gen Ruy e ten. cel Escóssia) em muitas circunstâncias teria virado a mesa em lugar de me retirar protestando como um choramingas.

‘           O fato é que desta vez encaro de forma diferente o pedido de demissão do Jobin e dos comandantes das Forças; acredito que não foi exatamente um pedido “do boné”, mas apenas um aviso que isto ultrapassava o limite do engulível. Que a partir desse ponto as forças não mais se acovardariam.

Ninguém imagina que em uma guerra inexistam erros de procedimento; claro que também os houve de nossa parte, como no episódio do cap. Sergio Macaco, mas do outro lado houve muito mais, sendo o mais hediondo o assassinato a sangue frio de uma menina, ordenado pelo próprio Prestes. A anistia foi e é o pilar básico da pacificação. Sem ela retorna a guerra.

É impossível a um Exército com brio aceitar passivamente ser submetido a humilhação, mas há outros motivos para a reação militar. Um é a consciência de que o Alto Comissariado da ONU é que está operando  à sorrelfa, na destruição da paz social e dos interesses nacionais brasileiros, através de um dos seus braços mais longos, aquele supostamente dedicado aos “direitos humanos”, e  tem  insistido, nos últimos oito anos, que “o Brasil derrube todas as leis que  protejam “torturadores”, com a finalidade real de quebrar a capacidade de resistência militar do nosso País, tal como já conseguiram na Argentina.

Algo mais está acontecendo. Até a imprensa decidiu ventilar o caso, e não somente a ligada a oposição. Depois que este documento maluco veio à tona, cada setor está descobrindo que também será afetado e não só os militares como todos pensavam no inicio, quando estes reagiram contra seu teor. Parece que o País está se tocando do sério perigo que está correndo.  O “Me dá meu boné!” – desta vez, estou convicto, não é uma retirada, mas um aviso: se querem briga vão ter. Aí é que terá mesmo uma crise militar, e apoiada por amplos setores civis.

Mesmo o mais revanchista dos vermelhos tem consciência de que não conseguiria circunscrever a “busca da verdade” aos militares. Lula diz que não conhecia o teor. É claro que o governo reformulará, mesmo porque é crível que o presidente não tenha lido. Até mesmo um presidente erudito não teria tempo de ler tudo e ouviria resumos. O que talvez aconteça é a Dilma ter que explicar porque não comentou as implicações na hora que levou para assinar. Constatada a deslealdade, isto poderá até inabilitar sua candidatura.  O fato é que a anistia é irrevogável, não por força da lei, mas por “estado de necessidade”.

 Quanto mais perigoso um grupo combatente, mais facilmente obtém anistia de seus crimes. Vamos começar pelo terrorismo.  Se o governo do Reino Unido estivesse proibido de fazer concessões, não teria obtido o fim das atividades militares do IRA. Se a Espanha não puder fazer ofertas políticas ao ETA nunca haverá paz ali.

 Ao inventar que torturas e terrorismo não são anistiáveis, retira-se um instrumento para promover a pacificação política. Se alguém considera o terror um instrumento legítimo para buscar outra ordem constitucional, não deixará de praticá-lo  porque a Constituição proíbe a anistia.

Por que dois inconseqüentes puxaram esse assunto agora? Não foi por razões práticas. É simplesmente irreal. Creio que estavam testando a coesão dos militares. Quebraram a cara. Para o Lula mostraram que são perigosamente aloprados. Para o país, são reles criadores de casos.

Talvez tenham detonado a candidatura da Dilma. Como ninguém quer a volta do grupo FHC, deve aparecer alguém mais palatável.


Ambientalistas

Como prevíamos, todos os candidatos pretendem se apresentar como ambientalistas de carteirinha. Na briga para causar boa impressão ao eleitorado, políticos elegeram o meio ambiente. A evidência do tema na mídia inspirou candidatos, que - mesmo sem intimidade com o assunto - resolveram aderir ao verde. O problema dos marqueteiros políticos é que a farsa do aquecimento global foi desmascarada pela onda de frio, arrastando o distorcido ambientalismo político para o fundo do poço.

Apesar da comprovação da farsa do IPCC, da desmoralização do aquecimento global, das nevascas e do aumento do frio, da comprovação que o CO² quase não influi no clima , sempre aparece um bobalhão querendo travar o progresso.  O Minc e a Marina continuam querendo dar nosso dinheiro para a inócua redução de CO² no resto do mundo e a transformar nossas áreas agrícolas em inútil vegetação nativa. Quanto as tragédias em Angra e as causadas pelas inundações, da parte deles nenhum gesto de simpatia e muito menos de ajuda. Daqui a pouco aparecerão para botar a culpa no duvidoso aquecimento global.

A parte falsa da crise

Não acredite, sem analisar, em tudo que é escrito. Como se não bastasse a tensão da crise real, há uma falsa em torno da compra dos caças. A FAB, ao dizer qual acha melhor para o combate, tem consciência dos vetos norte-americanos ao uso soberano de sua tecnologia, mesmo que parcial em uma aeronave               

Verbas

O MST já recebeu 160 milhões do Governo. Isso é a metade da verba que o Exército vai receber em 2010.  Sem mais nenhum comentário.

 Que Deus guarde a todos vocês   

Gelio Fregapani



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