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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Delírio de Pérsio Arida - Rakudianai -" Não é fácil" , mentir

  
   Processo arquivado no  Superior Tribunal Militar
Parte I - A  prisão e o julgamento 13/05/2011
Por Carlos Alberto Brilhante Ustra - Cel Ref do Exército
Editado por  www.averdadesufocada.com 
Em declarações à revista Piauí o economista Pérsio Arida, abre o seu baú e "relembra" o passado de militante infanto-juvenil arrependido da organização terrorista VAR-Palmares.
Inicia suas confidências  com a seguinte citaçâo:
"Mas vê, meu amor, a verdade não pode ser má" , de Clarice Lispector.
Nós acrescentaríamos à primeira frase, que a  sua "verdade" pode ser falsa e mentirosa, talvez, na melhor das hipóteses,  pelo que ele mesmo escreve a seguir: " As memórias podem ser lábeis, cada visita ao passado altera a frágil composição do terreno em que estão baseadas" .(...)

O relato, muito bem escrito, refere-se a um livro que será lançado  no segundo semestre deste ano, conforme  reportagens publicadas em vários jornais. Será mais um dos inúmeros livros escritos por ex-militantes da esquerda subversivo terrorista que, sem que se exija comprovação dos fatos , é cantado, em prosa e verso, pela mídia comprometida com a ideologia de esquerda ou por inocentes úteis que tiveram suas cabeças formadas  por anos de doutrinação.
Logo no primeiro parágrafo de suas confidências ou melhor de seu delírio , Persio Arida escreve o seguinte:
"Era 1970 e eu tinha 18 anos. Fiquei preso por vários meses e fui processado na Justiça Militar por crimes contra a segurança nacional. "
Mentira - Pérsio Arida foi preso em 24 de setembro de 1970, por volta de 20h30, por agentes da  Operação Bandeirantes - OBAN - e foi libertdado no dia 05 de novembro de 1970. Ficou preso, exatamente, 42 dias.
Descreve, a chegada à OBAN, na rua Tutóia, até ser levado a uma pequena sala, onde estava, segundo suas palavras,   "um sujeito à paisana a quem eu deveria prestar meu depoimento" (...) A sala de torturas ficava ao lado; cuidaram para que eu soubesse antes de depor o meu destino no caso  de falso testemunho (...)
Teria que fingir que, apavorado diante da perspectiva de ser torturado, estava disposto a falar antes mesmo da tortura(...)
A estratégia foi bem sucedida. Quando o depoimento terminou , fui conduzido a uma cela , e não à sala de tortura (...)
Na cela não havia ninguém . Apenas um colchão velho, surrado, manchado de sangue seco, manchas mais recentes se sobrepondo  a manchas antigas.(..)
Portanto, não foi torturado.
Depois, em seu relato,  faz uma análise sobre a luta armada.
"Acordei no meio da noite enfurecido comigo mesmo.Queria esmurrar as paredes, de ódio de minha própria imbecilidade, raiva por não ter  sido coerente, arrependido não dos meus ideais, mas de não ter levado a sério minhas idéias. É que eu sabia que nada daquilo tinha futuro.  (...)
Por trás das lutas intestinas pelo poder  de mando estavam a inveja, a maledicência, firmes e fortes. Che Guevara estava errado: dali não surgiria homem novo algum.
 Além disto, como justificar os inocentes mortos pela esquerda armada? Alguém jogava uma bomba contra um quartel e matava um soldado raso (...)
Pérsio segue romanceando seu relato, conta um caso  de uma campana em seu "aparelho", quando os agentes da OBAN , certos de estarem prendendo uma companheira de militância, agarram uma prostituta - é preciso ter uma parte hilária para tornar o romance interessante e mais leve. Como escritor, sabe prender o leitor.
Depois cobre pontos e, por coincidência, em um desses pontos, vê um nissei barra pesada que escondera em sua casa por uma noite.Segundo ele, " Era um revolucionário de verdade, que andava armado e fazia ações revolucionárias" (...) 
Nos outros dias, seguia a rotina e nesta rotina Pérsio Arida passou 4 dias na OBAN.
No dia 29/09/1970, por uma diretriz do  Presidente da República, a OBAN foi reestruturada e passou a chamar-se  Centro de Operações de Defesa Interna (CODI) do II Exército , tendo como a sua parte operacional o Destacamento de Operações e Informações - (DOI/CODII Ex).
Eu, na época, major, assumi o comando do DOI no mesmo dia da sua criação, quando tomei conhecimento da grade de presos. Nela constava o nome de  Pérsio Arida,  juntamente, com outros jovens, entre eles Bete Mendes.
No dia seguinte que assumi o comando , mantive o primeiro contato com os jovens. Eram 5 moças e 8 rapazes. Todos pertenciam a VAR-Palmares. Já tinham participado de pequenas ações, usavam codinomes e alguns já viviam em "aparelhos". Já estavam sendo preparados para a execução de assaltos e, futuramente, seriam instruidos e doutrinados para realizarem sequestros e "justiçamentos".
Por serem menores de idade, a pedido do II Exército, o Juizado de Menores indicou a Sra Zuleika Sucupira, daquele juizado, para dar assistência aos jovens, tendo mantido, durante vários dias, contato permanente com todos eles, inclusive Pérsio Arida.
Por um período de poucos dias, oficiais do Exército, alguns com curso de psicologia, iam entrevistando esses rapazes e moças. Discutiam com eles problemas brasileiros, a subversão , o terrorismo e as suas consequências.
E nesta rotina Pérsio Arida passou mais 17 dias no DOI.
De acordo com a lei, estes jovens deveriam ser julgados. Seguindo os trâmites legais, após os depoimentos preliminares, seriam encaminhados ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) para serem ouvidos e indiciados no Inquérito Policial. Possivelmente, o encarregado do Inquerito  pediria a prisão preventiva dos acusados.
Alguns desses jovens, por terem um envolvimento menor na subversão, a pedido do II Exército, depois de ouvidos no DOPS, foram devolvidos ao DOI no mesmo dia, 15/10/1970. No dia seguinte foram entregues aos pais para responderem ao processo em liberdade.
Ver no livro A Verdade Sufocada - A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça -, capítulo: "Os jovens e a VAR- Palmares", página 420 - 6ª edição.( inclusive com fotos)
Vinte e um dias depois de estar preso - 17 dias sob a minha responsabilidade como comandante -,  também em 15 de Outubro de 1970, Pérsio Arida, foi  enviado ao Deops (Of. Nº 40- E/2 -DOI) para seguir os trâmites legais.
Permaneceu no DOPS e no dia 3 de novembro de 1970 ,  foi ouvido pelo delegado de polícia Dr Edsel Magnotti.
Por ser menor de 21 anos, teve como curador, por ele escolhido, o Dr Benedicto Muccim - OAB 1962/SP. Em seu depoimento, confirmou toda a sua atividade subversiva, posteriormente, retratada em juízo.
Foi restituído ao DOI ( OF.1017/70 DOPS) e colocado em liberdade por ordem do Gen Chefe do EM do II Ex para que respondesse, nessa condição, ao processo.
Tal fato aconteceu pelo documento assinado pelo então chefe da 2ª SEC/II EX, Cel Ex Erar de Campos Vasconcelos , datado de 5 de novembro de 1970 .
Pérsio Arida foi denunciado por infração ao art. 43 do DL 898, de 29 de setembro de 1969 ( Lei de Segurança Nacional ), pelo r. do Ministério Público Militar- MPM, DR. Oscar do Prado Queiroz. Foi processado e julgado e, ao final , absolvido, por requerimento do MPM.
O Conselho Julgador ( Conselho Permanente) era composto pelo Major Neonil Portella Ferreira Alves - Presidente. Cap Ex Demostenes Pereira Guimarães - Juiz. Ten Ex Mauro Napoleone - Juiz Auditor Dr. José Paulo Paiva - Relator.
Na setença absolutória, de 17 de dezembro de 1971, assim se manifestou o Colegiado ao se referir ao então Réu Pérsio Arida:
"Disse o Dr Procurador, em suas alegações ao opinar pela absolvição de Pérsio Arida, 'que foi mais um garoto estúpido nas mãos de péssimos elementos'. Tendo em vista a análise lógica da prova produzida, podemos acrescentar: é também mentiroso."
Os dados, datas, nomes, ofícios foram retirados  do processo originário - 526/71 - 1ª  auditoria /2ª CJM . O processo está arquivado no Superior Tribunal Militar
Continua parte II: A ida ao Rio de Janeiro e a tortura
 .
Observação do site www.averdadesufocada.com :
O economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central (BC) no governo Fernando Henrique Cardoso, está entre os indiciados pela Polícia Federal (PF) na Operação Satiagraha. Diretor do Opportunity Asset Management entre agosto de 1996 e março de 1999, Arida foi enquadrado por suposta evasão de divisas, quadrilha e gestão fraudulenta. Agência Estado - 25/03/2011