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quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Fidel Castro - Segura na mão do Capeta e Vai....





Terça, 1 de agosto de 2006, 09h17 Atualizada às 20h17
Exilados cubanos festejam afastamento de Fidel

Casal carrega uma bandeira de Cuba enquanto dirige um carro conversível na cidade de Hialeah, Flórida

Panelaço e buzinaço marcaram a trilha sonora da comemoração de centenas de exilados cubanos, que saíram às ruas de Little Havana após escutar a notícia de que o presidente de Cuba, Fidel Castro, havia transferido temporariamente o controle do governo
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A Calle Ocho, principal rua do bairro de Miami - onde se fala espanhol e que é o coração da oposição no exílio a Fidel -, ficou repleta de bandeiras cubanas e de pessoas dançando. Fogos de artifício podiam ser ouvidos em alguns pontos da cidade.
O anúncio feito por Fidel na noite de segunda-feira sobre a transferência temporária de poder para seu irmão mais novo, Raúl Castro, para se submeter a uma cirurgia, foi recebido pelos exilados cubanos nos EUA como sinal de seu fim iminente.
"Estou feliz mas, ao mesmo tempo, estou triste, porque tantos de nós não puderam estar aqui hoje para ver este momento", afirmou Ana Maria Lamar, referindo-se aos exilados que passaram sua vida lutando contra Fidel e aos milhares de cubanos que morreram tentando fugir da ilha comunista.
Estima-se que cerca de 650.000 pessoas de ascendência cubana moram em Miami, a cidade da Flórida reestruturada pelos cubanos que fugiram da ilha após a vitória da revolução comandada por Fidel, em 1959.
Lamar, de 62 anos, afirmou que seu pai lutou na Baía dos Porcos, na malsucedida tentativa de 1961 para tirar Fidel do poder. A operação contou com o apoio dos EUA.
"Ele está comemorando no céu", disse, com lágrimas nos olhos. A mulher carregava, envolvida no corpo, uma bandeira cubana. Ao lado dela estavam seis de seus parentes, representando três gerações da família.
Vários carros lotaram a Calle Ocho. Os motoristas tocavam as buzinas e os passageiros se dependuravam para fora das janelas, agitando bandeiras. Mulheres vestidas de biquíni podiam ser vistas saindo dos tetos-solares de veículos utilitários. Casais dançavam na parte de trás de caminhonetes.
A polícia bloqueou a rua quando um grupo de ao menos 500 pessoas reuniu-se do lado de fora do famoso restaurante Versailles, onde, na segunda-feira, o presidente norte-americano, George W. Bush, tomou café-da-manhã e denunciou o "regime tirânico" de Fidel.
Um grupo de jovens sem camisa, usando coletes salva-vidas e carregando remos, caminhava pela rua, fazendo remissão aos que tentam escapar da ilha localizada 145 quilômetros ao sul de Florida Keys. Um homem bem vestido, com um terno branco, um chapéu e gravata vermelha, gritava: "Vamos, Cuba, Fidel está morto".
"Esperar para ver"A congressista norte-americana Ileana Ros-Lehtinen, que saiu de Cuba ainda criança, afirmou, em um comunicado, esperar que as próximas notícias apontem para o fim do governo de Fidel.
"Fidel Castro levou apenas ruína e miséria para Cuba. Então, se ele ficar incapacitado, mesmo que por um pequeno período de tempo, esse será um momento maravilhoso para os milhões de cubanos que vivem sob seu governo ditatorial e sua máquina estatal opressiva". Ros-Lehtinen é membro do Partido Republicano.
Apesar de as celebrações em Miami terem sido barulhentas e festivas, muitos dos que participavam delas mostravam-se céticos, lembrando as dezenas de vezes em que, pela comunidade, espalharam-se boatos sobre o fim de Fidel.
"Acho que se trata de uma piada. Espero que seja verdade, mas acho que é uma piada", disse Lazaro Lorenzo, de 43 anos, que agitava uma toalha com uma bandeira de Cuba e usava uma camiseta com a inscrição "Fidel Castro. Ditador. Terrorista".
Lorenzo afirmou ter desembarcado em Miami em 1980, quando Fidel abriu temporariamente o porto de Mariel e afirmou aos cubanos que eles poderiam sair da ilha. A Flórida recebeu então mais de 100.000 pessoas vindas de Cuba.
Para alguns, a alegria de ver o fim do governo de Fidel aparecia misturada a temores de uma situação caótica no caso de um processo de transição na ilha.
"Será perigoso. Haverá violência", disse Nelly Vazquez, de 49 anos, uma professora de Miami cujos pais a levaram para os EUA quando tinha 3 anos de idade. "Aquele regime é maléfico. Eles assassinaram um monte de gente".
Reuters