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sexta-feira, 14 de março de 2014

JUVENTUDE CONSERVADORA DA UNB


sexta-feira, 14 de março de 2014

A Nação que se salvou a si mesma - II

Guarnecidos de Vermelhos

OS INVESTIGADORES não tardaram a descobrir um cavalo-de-tróia vermelho, de dimensões bem mais assustadoras do que alguém imaginava.Muitos comunistas disfarçados, “plantados” em ministérios e órgãos governamentais anos antes, tinham conseguido alçar-se até postos-chaves na administração federal. A maioria dos ministérios e repartições públicas estavam guarnecidos de comunistas e simpatizantes a serviço das metas de Moscou. O chefe comunista Prestes apregoava em público: “Dezessete dos nossos estão no Congresso” — todos eleitos em chapas de outros partidos. Além disso, dezenas de deputados simpatizantes faziam acordos com os comunistas, apoiando- os em muitas questões, sempre atacando o “imperialismo dos Estados Unidos” —mas jamais criticando a Rússia Soviética.

Comunistas não eram os ministros, mas os consultores de alto nível, e às vêzes apenas os subordinados ao ministro, ou os redatores de relatórios em que se baseavam altas decisões. Alguns alardeavam abertamente: “Não nos interessa quem faça os discursos, desde que sejamos nós que os escrevamos!” O Ministério de Minas e Energia era dominado completamente por um grupo assim. O Diretor-Geral dos Correios e Telégrafos, Dagoberto Rodrigues, oficial do Exército, conhecido como esquerdista, liberou certa vez grande quantidade de material de propaganda soviética e cubana apreendida pelo GovêrnoFederal com a explicação vaga: “Examinei êste material e concluí que não é subversivo.”

Nos próprios sindicatos, o contrôle comunista era esmagador. Repetidamente o Govêrno intervinha em eleições sindicais a fim de garantir a escolha de candidatos comunistas, especialmente em indústrias que podiam prontamente paralisar o pais.

Atenção Especial à Educação

Darcy Ribeiro, fundador da UnB
O MAIS sabidamente infiltrado era o Ministério da Educação. Um dos mais íntimos conselheiros de Goulart era Darcy Ribeiro, que, como Ministro da Educação, serviu-se de cartilhas para ensinar a milhões de analfabetos o ódio de classes marxista.

Especialmente mimada pelo Ministério da Educação era a UNE (União Nacional dos Estudantes), cuja diretoria era completamente dominada por vermelhos e cujos 100.000 sócios constituem a maior organização estudantilnacional da América Latina. Durante anos um subsídio anual do Govêrno, de cêrca de 150 milhões de cruzeiros, era entregue aos diretores da UNE — sem que tivessem de prestar contas. Assim garantidos, êles se dedicavam integralmente à agitação política entre os estudantes. Parte dêsse subsídio era usada para financiar excursões à Cuba Vermelha e visitas a grupos irmãos de estudantes comunistas em outros países da América Latina.

Fortalecida ainda mais por substanciais fundos de guerra oriundos de Moscou, a UNE publicava panfletos inflamados e um jornal semanal marxista virulentamente antiamericano. Fingindo-se empenhado em combater o analfabetismo, um grupo da UNE passou dois meses distribuindo material de leitura, no qual se incluía o manual de guerrilhas do castrista “Che” Guevara — impresso em português por comunistas brasileiros da linha vermelha chinesa. Líderes da UNE especializavam-se em fomentar greves escolares e comícios estudantis, demonstrações públicas e distúrbios de rua.

Engenheiros do Caos

A INFILTRAÇÃO, constataram os investigadores, fôra-se tornando maior e cada, vez menos oculta a cada mês que passava. Suficientes para fazerem soar campainhas de alarma foram as nomeações de certos homens feitas logo no início do Govêrno Goulart, como Evandro Lins e Silva, eminente advogado, há muito defensor de causas comunistas, para Procurador-Geral da República; e Professor Hermes Lima, um admirador de Fidel Castro, para Primeiro- Ministro. (Ambos foram posteriormente nomeados para o Supremo Tribunal Federal.) O principal entre os mais veementes defensores de medidas esquerdizantes era Abelardo Jurema, Ministro da Justiça de Goulart. E o secretário de imprensa do Presidente era Raul Ryff, de ligações notórias com o Partido Comunista havia mais de 30 anos.

O principal porta-voz do regime Goulart era Leonel Brizola, cunhado de Jango, Governador do Estado do Rio Grande do Sul e depois Deputado pelo Estado da Guanabara. Ultranacionalista, odiando os Estados Unidos, Brizola era classificado como “um homem temeràriamente mais radical do que o próprio chefe vermelho, Luiz Carlos Prestes”.

Por tôda a parte havia “técnicos de conflito”, comunistas do caos. Adestrados em escolas de subversão atrás da Cortina de Ferro, eram peritos em criar o caos, para depois promover agitações em prol das “reformas”, levar o Govêrno a fazer grandes promessas que nunca poderia cumprir, e, em seguida, aproveitar o desespêro resultante para gritar: “Revolução!” O número dêsses técnicos não era grande — não havia mais de 800, tendo uns 2.000 adeptos em órgãos do Govêrno. Diz o Dr. Glycon de Paiva, do Conselho Nacional de Economia: “É tática comunista clássica darem a impressão de que são muitos. Na verdade, só uns poucos devotados são necessários para levar a efeito a derrubada de um país. Os povos livres cometem o êrro de não darem importância a qualquer fôrça sem efetivos consideráveis. Nós aprendemos pelo processo difícil.”

Quase diariamente vinham à luz as mais espantosas provas de que uma revolução vermelha estava em processo. No empobrecido Nordeste, onde se justificava a preocupação pelas flagrantes injustiças praticadas por abastados proprietários rurais contra camponeses famintos, “barbudos” de Castro perambulavam pelo campo suscitando a revolta. O transporte para instrutores cubanos em guerra de guerrilhas, assim como para centenas de jovens brasileiros que iam a Cuba fazer cursos especiais de subversão de 20 dias, era assegurado por aviões diplomáticos em vôos regulares de ida e volta para Havana. Irradiações da China Vermelha, em português, ficavam no ar quase oito horas por dia, conclamando os camponeses a se sublevarem contra os proprietários das terras.

Típico da eficiência dos investigadores democráticos foi a descoberta que fizeram, em setembro de 1963, de um grande carregamento de armas que se encontrava a caminho do Brasil, procedente da Europa Oriental. Alertado, o Exército Brasileiro enviou uma tropa ao navio e conseguiu confiscar toneladas de armas portáteis, munições, metralhadoras, equipamento de comunicações de campanha e montões de propaganda vermelha em português.

O Método “Enriqueça Depressa”

AS CONTÍNUAS investigações dos peritos de informação do IPES revelaram mais do que subversão. A corrupção generalizada — bem acima do comumente aceito como parte da vida política da América Latina — estendia-se do palácio presidencial para baixo. No momento em que Goulart e seus extremistas de esquerda atribuíam tôdas as dificuldades do Brasil aos “exploradores e sanguessugas norte-americanos”,  havia gente no Govêrno metendo as mãos no dinheiro público com a maior sem-cerimônia. Estava claro que qualquer auxílio a regiões empobrecidas, inclusive contribuições da Aliança Para o Progresso, tinham de transpor uma pesada pista de obstáculos de mãos ávidas e dedos ágeis.

João Goulart
Com uma renda declarada de menos de 50 milhões de cruzeiros em 1963, Goulart, por exemplo — conforme documentos apreendidos pelo Conselho Nacional de Segurança depois que êle fugiu para o exílio — gastou 236 milhões de cruzeiros somente em suas fazendas de Mato Grosso. Enquanto Goulart insistia no confisco das propriedades dos latifundiários e na distribuição da terra aos camponeses, os registros de imóveis demonstram que êle rapidamente somava imensas propriedades às que já tinha. Só depois que Jango fugiu pôde o Brasil medir a sinceridade dêle em matéria de partilha de terras. Proprietário de terras apenas em São Borja, quando iniciou sua vida pública, ao abandonar o país em abril passado Goulart era o maior latifundiário do Brasil, possuindo em seu nome mais de 7.700 quilômetros quadrados de terras, uma área quatro vêzes e meia superior à do Estado da Guanabara.

E havia os que compartilhavam as oportunidades de ficarem ricos depressa. Indiscrições sôbre uma iminente mudança na política oficial, como sôbre taxas de câmbio, davam milhões a favoritos palacianos. Empreendimentos de qualquer gênero eram vinculados a comissões e retribuições em dinheiro.

Verificou-se que um membro do estafe de Jango tinha um “bico” como “ministro-conselheiro de assuntos econômicos numa embaixada no exterior” — emprego a que nunca dedicou um dia de trabalho, mas adicionava mais de 15 milhões de cruzeiros ao seu salário anual de oito milhões e meio. O tráfico de influência era um fato. Um dos deputados do Partido Trabalhista, de Goulart, estava fazendo uma fortuna acrescentando 1.295 funcionários à sua fôlha de pagamento em troca de uma fatia dos vencimentos dêles.

Outro negociozinho confortável, explorado por um “do peito” do Govêrno, era conseguir bons empregos públicos para quem pudesse pagar-lhe uma taxa de um milhão e meio de cruzeiros. Um governador de Estado estava fazendo fortuna com contrabando; outro recebeu uma verba de seis bilhões e meio de cruzeiros para a construção de rodovias e calmamente embolsou o total.

Além de tôdas essas velhacarias de alto calibre, que podiam ser documentadas, inúmeros milhões de cruzeiros desapareciam sem deixar rastro no poço sem fundo da corrupção que campeava.