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domingo, 3 de junho de 2012

31/05 - Um povo enganado




 Gen Ex José Carlos
 Leite Filho
Gen Ex José Carlos Leite Filho – linsleite@supercabo.com.br – 28/05/12

     Muito se tem falado sobre a “Comissão da Verdade” instituída recentemente por decreto presidencial com base no Plano Nacional dos Direitos Humanos, obra do presidente anterior, com a finalidade de “examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos no período de 1946 a 1988 a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”.
     É oportuno lembrar que vários expoentes da esquerda radical já declararam, em ocasiões diversas, que “os fins justificam os meios” e, portanto, não é de se espantar que o uso da mentira ou da meia-verdade possa ser um dos escolhidos para alcançar os objetivos da dita Comissão.
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Em outros países democráticos, a mentira como arma de governo para convencimento dos governados é motivo bastante para perda do cargo, mas no Brasil hodierno parece ser considerada habilidade política. Triste daqueles que possam permanecer adormecidos ante tal ameaça!
     Imagine-se um conflito, de qualquer natureza, entre dois grupos ou mesmo duas pessoas que se digladiem e que, após algum tempo, cessem de lutar. Caso se julgue importante o registro dos fatos ocorridos, é elementar admitir que será necessário conhecer  não só as causas das desavenças, mas também as ações dos contendores para sobrepujar  o seu oponente. Aceitar apenas a versão de um deles e condenar, sumariamente, o outro é atitude que não se coaduna com um desejado registro imparcial.
     Por que, então, orientar os trabalhos da Comissão da Verdade, valendo-se do prestígio dos seus componentes, não para o atingimento de sua finalidade, mas no sentido de conhecer e registrar apenas eventuais desvios de conduta de militares que souberam derrotar os adeptos da luta armada, muitos dos quais se encontram, hoje, confortavelmente próximos do poder?  Veja-se, a propósito, a manifestação da ex-militante e ex-presa política, senhora Crimeia de Almeida, presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos, em debate recente com o almirante presidente do Clube Naval no programa “Tema Quente”, da Rede TV, declarando que não bastará a identificação de eventuais torturadores militares, mas sim a condenação e prisão dos mesmos, independente da Lei da Anistia, o que, sem dúvida, evidencia a existência de um projeto político da esquerda radical em que pode estar inserido o enfraquecimento da credibilidade das Forças Armadas, fato que facilitaria a liberdade de ação do poder conquistado.
     Se um registro histórico verdadeiro é indispensável à reconciliação nacional, o que não advogo, ofereço à novel Comissão os seguintes questionamentos: 1) Quem escolheu a região do Araguaia, palco da famosa guerrilha intestina, e com que propósitos? Terá sido os jesuítas, os bandeirantes ou membros do Partido Comunista do Brasil? Houve inspiração e ajuda financeira de outro país? Caso positivo, é essencial detalhar já que o Exército brasileiro se viu obrigado ao envio de tropas para lá combater; 2) Quem planejou e quais foram os autores do milionário roubo do cofre do ex-governador Ademar de Barros? Destino dos milhões de dólares surrupiados, vítimas havidas e entidades beneficiadas? 3) Quais foram os membros da esquerda radical justiçados pelos próprios companheiros? Onde foram sepultados os seus corpos? Os seus algozes foram alvos de algum processo pelos crimes cometidos? As suas famílias foram informadas e se mostram consoladas?
     Acorda Brasil, pois o pior cego é o que não quer ver! Omitir-se ou resistir é o dilema que se apresenta à nação brasileira! Escolha, desde logo, o seu caminho!

Postado no verdadesufocada