Ternuma Regional Brasília
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Não é à toa que o noço guia atingiu o seu status de divino.
Homem do povo, o filho do Brasil captou a essência do homem brasileiro, as suas aspirações (?), o seu jeito despreocupado de ser, a sua cínica inocência, o seu amor à ignorância, o seu descaso pelo importante, o seu gosto pela mentira, a sua simpatia pelo deslize, a sua condescendência com o embuste e com o embusteiro e, com sua perspicácia, foi ao âmago do sentimento popular, e mais do que um mero estudioso, compreendeu e foi compreendido, por isso adotou - o como filho, e este, a ele, como a um pai. Ou melhor, o PAI.
Generoso, cordato, mão aberta, afável, terno, carinhoso e caridoso, mas um tutor. Enfim, um paizão, que por vezes se afasta, viaja, mas que sempre volta coberto de novidades e presentes. Que bom.
Contudo, quem dá o pão, dá o ensino, por isso, metamorfoseou - se como se o Estado fosse, e assim, por reconhecida inconseqüência da prole, volta - e - meia, é obrigado a colocar freios na petizada.
Dá-nos a mesada, a camisinha, os livros sobre o sexo, desde a nossa tenra idade, nos ensina que temos diversas raças no País, mas que é preciso resgatar dívidas centenárias com os negros, com os índios, com os pobres, com os desajustados sociais, com os aloprados, com os desviados sexuais...
Ensina que caixa dois não é pecado, que soberania é um bem mutável, que o Chávez é legal, que o Ahmadinejad é um anjo de bondade, que o Fidel não é um ditador, que os ditadores africanos são como Ele, os pais da pátria, que tivemos torturadores, mas não tivemos terroristas, que não tivemos heróis, que o nosso passado é vergonhoso. E que as cores de nossa Bandeira devem ser alteradas por cores mais vibrantes, como o vermelho, que existe, sim, a propriedade privada, mas até que seja considerada como um bem da sociedade, neste caso, não existe (vide o PNDH 3). Ensinou e pratica o princípio de que “todas as leis são boas, desde que não nos prejudiquem”.
Sim, o paizão nos tem ensinado, e muito. No resumo, podemos admitir que ele nos ensinou a “como vencer na vida sem fazer força”, como se aposentar por perda de uma verruga, como receber pensão de anistiado sem ter sido perseguido político, como ser capaz de negar hoje o que afirmamos no passado, como pregar prego sem estopa, como ser ou fazer cara - de – pau, como fazer hoje amigos entre os inimigos de ontem, como levar vantagem em tudo, como é fácil negar, desmentir, contradizer e fraudar, e o creme de la creme, como “os fins justificam os meios”.
Além de ensinar, o magnânimo, pensando no nosso futuro e para impor a ordem no chiqueiro, tem estabelecido regras de conduta para os seus inconseqüentes meninos, assim, eventuais regras “politicamente corretas”, segundo seu alvedrio, têm sido estabelecidas, para o nosso exclusivo bem – estar, como não beber, não fumar, culpar os “olhos azuis” por nossas desventuras, odiar os americanos etc.
Preocupado com a nossa formação religiosa, aconselha que não existam símbolos religiosos nos prédios públicos (PNDH 3). Quanto à nossa formação filosófica, acaba de incluir na grade curricular, desde o primário, a matéria “A Cidadania e a Filosofia”, ainda que os pobres de espírito vejam isto como o caminho para uma legalizada lavagem cerebral.
Finalmente, por ter apanhado demais quando criança, segundo os seus detratores, que são uma ralé minoritária, proibiu os pais imbecis de dar palmadas nos filhos ( melhorando o fabuloso ECA).
Assim, retirou - nos o “divino mestre” a preocupação de educarmos (mal) os nossos filhos. Ele e o Estado Forte, doravante, darão conta do recado (viva Antonio Gramsci).
O resto, a segurança, a saúde, o transporte etc., vai muito bem, obrigado
Para nós, um desarvorado bando, uma preocupação a menos. Só falta acabar com os impostos, pois o restante, o Estado já faz por nós. Por isso, nós e oitenta e cinco por cento dos brasileiros torcemos pela vitória da Dilma, o que consolidará o nosso “dolce far niente”.
E cessa tudo quanto a antiga musa canta que um novo valor mais alto se alevanta.
E viva a esbórnia e os esborniadores!
Brasília, DF, 17 de julho de 2010