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segunda-feira, 30 de abril de 2007

Traição

Segunda-feira, Abril 30, 2007
Alerta Total .
Por Jorge Serrão.
Os comandantes de unidades militares do Exército são obrigados a olhar com tristeza contida, diariamente, para o retrato colorido do presidente Lula da Silva, pendurado na parede dos gabinetes de comando nos quartéis. Os oficiais se sentem incomodados, em seu ambiente de trabalho, com a ironia do sorriso giocondesco do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas.
A imagem sorridente ficou mais cruel depois que o Comandante Lula ordenou um corte abrupto de 25 a 38% no orçamento do Exército para este ano.O Exército ficou sem dinheiro até para garantir a simples alimentação diária da tropa. O Conselho Superior de Economia e Finanças do Exército não tem como fazer mágica diante da falta de dinheiro para as despesas de custeio. Apesar da situação de penúria – forçada pelo governo que esbanja dinheiro em publicidade, mas desinveste, criminosamente, nas Forças Armadas -, a ordem dada pelo Alto Comando do Exército aos seus subordinados é que “tudo deve funcionar normalmente”.Como? Nem Freud explica. Muito menos o Comandante-em-Chefe Lula da Silva. A sorte dele é que as “legiões” não se revoltam abertamente. A gravidade de tal situação contra uma instituição nacional permanente conduz a algumas indesejáveis indagações. Até que ponto a tesourada presidencial, que atinge indefensavelmente todo o Ministério da Defesa, não representa um crime de responsabilidade, na medida em que o governo inviabiliza o cumprimento do artigo 142 da Constituição Federal? Outras perguntas não querem calar no seio das “legiões”. Quem deve ser responsabilizado pelas conseqüências do corte orçamentário: o Comandante Lula ou os chefes militares? Quem está traindo a pátria: o promotor da “tesourada” ou os militares coniventes ou lenientes com tal irregularidade? Ou a traição vem de ambas as partes? Eis as questões objetivamente colocadas para serem respondidas por quem de direito. O mais triste e grave é que a resposta pode brotar do silêncio. Ainda bem, como diria Machado de Assis, que “há coisas que melhor se dizem calando”. O título deste filme, que já cansamos de ver será: "O Silêncio dos Culpados".A situação é de penúria nas divisões, brigadas e organizações militares. A tesourada orçamentária do Comandante Lula praticamente inviabiliza, na prática, o funcionamento normal dos quartéis. Onde já se viu um Exército que cumpre a missão constitucional de defender a pátria, fazendo isto apenas em “meio expediente”? Aqui no Brasil é assim. As atividades logísticas de suprimento, manutenção, transporte e alimentação são as mais afetadas pelo corte de verba. Do jeito que a situação está, não demora, o Comandante Lula terá a brilhante idéia de lançar um programa Fome Zero para o Exército. Por ironia, até o bem treinado “exército” do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que recentemente até invadiu terras do próprio Exército (e ninguém foi preso, como manda o Código Penal Militar), consegue se manter logisticamente, 24 horas mobilizado, graças às cestas básicas e outros programas assistenciais que recebe, generosamente, do governo do companheiro e Comandante Lula. Daqui a pouco, só falta os militares promoverem um motim ou uma greve, reivindicando isonomia com seus “colegas” do MST.Melhor sorte que o Exército brasileiro terá o ex-guerrilheiro e atual Bolcheviquepropagandaminister Franklin Martins. O ilustre jornalista comanda os destinos das obesas verbas de publicidade e propaganda da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto. Não terá problemas de falta de verbas o ex-revolucionário que, em 4 de setembro de 1969, participou do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Aliás, o governo Lula seqüestra recursos de outras áreas prioritárias de governo, como as Forças Armadas (nada amadas pelos petistas), para aplicar em outras áreas, como o “mensalão” pago regiamente à nossa “mídia amestrada”, cada vez mais carente de verbas e benesses oficiais. Só em 2006, o governo do Comandante Lula torrou R$ 1.015.773.838 em publicidade oficial. O valor bilionário, em pleno ano eleitoral, foi recorde na história do Brasil. O ministro Franklin Martins argumentou que os números da publicidade "refletem uma presença forte das estatais, pois elas estão entre as maiores do Brasil e precisam competir no mercado". Apenas por comparação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 953,7 milhões em propaganda no ano de 2001. A Secom corrigiu este valor pelo IGPM, da Fundação Getulio Vargas.Resumo da Ópera “Brazil”, um espetáculo repleto de traições, sob a batuta do Comandante Lula:“Aos amigos e aliados da mídia amestrada, tudo. Aos militares, que têm o dever constitucional de defender a pátria, nem a Lei Orçamentária”.Cabe, agora, apenas perguntar quem são os traidores reais dessa história toda. Responda quem tiver coragem ou um mínimo de vergonha na consciência.

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